25 de abril de 2013
Denúncia contra Átila Brandão chega à Assembléia Legislativa
O deputado estadual Rosemberg Pinto (PT), em
pronunciamento na Assembléia Legislativa da Bahia (24/04/2013) afirmou que a
recém criada Comissão Estadual da Verdade - que será presidida pelo deputado J.
Carlos (PT) ou pelo deputado Marcelino Galo (PT) - já nasce com muito trabalho.
A primeira pauta será a denúncia do professor de História, Renato Afonso de
Carvalho, segundo o qual o hoje pastor da Igreja Batista Caminho das Árvores,
Átila Brandão, foi o torturador dele, em 1971, quando se encontrava preso no Quartel
da Polícia Militar dos Dendezeiros.
Os depoimentos de D. Yaiá (Maria Helena de Carvalho) mãe
do professor Renato Afonso e também do próprio professor foram tomados,
documentados e escritos pelo jornalista e escritor Emiliano José, ex-deputado
estadual e ex-deputado federal. Uma reportagem de Emiliano José publicada no
jornal A Tarde intitulada “A premonição de d. Yaiá” levou o pastor Átila Brandão
a prestar queixa-crime na Justiça contra o jornalista.
Declarou no pronunciamento o deputado Rosemberg Pinto
(PT):
“No seu depoimento, Renato disse que quando foi preso no período da
ditadura, no quartel dos Dendezeiros, um certo dia, ele foi retirado da cela pelo
atual pastor Átila Brandão que estava
ali, naquele período, torturando junto com uma equipe de tortura. E
só foi salvo porque D.Iaiá, a mãe dele
que morreu recentemente, entrou no quartel e com isso interrompeu a sessão de
tortura que, segundo, Renato, foi coordenada pelo atual pastor Átila Brandão.
Ele interrompeu e se retirou com os equipamentos de tortura, inclusive com o pau-de-arara.
Lamentavelmente, aconteceram situações com outros companheiros e companheiros.
A Comissão da Verdade tem trazido à tona essas questões com o objetivo de
resgatar a história do Brasil e fazer valer a luta pela democracia neste nosso
país”.
O
deputado Rosemberg Pinto (PT) ressaltou: “Por isso eu quero desta tribuna,
primeiro, solidarizar-me com o ex-deputado desta Casa e ex-deputado federal,
doutor em Jornalismo, Emiliano José, que tem o direito obviamente de escrever
as suas opiniões e posições, pelo que me consta, relatando um fato que lhe foi
contado pelo nosso querido Renato. Eu queria deixar isso aqui e já propor como
um dos pontos e, sem dúvida alguma, levá-lo para a Comissão da Verdade para
trazer essa questão à tona. Efetivamente, não para tentar aqui, obviamente,
trazer nenhuma punição ao pastor Átila Brandão, mas para evitar que o nosso
querido Emiliano José seja questionado juridicamente. Trazendo aqui tanto o
dito torturador, como diz Renato, como o dito torturado, como diz Renato”.