22 de dezembro de 2012
Está certa a concordância Dilma ou Lula venceriam
O instituto Datafolha divulgou em dezembro uma pesquisa de
intenção de voto para a sucessão presidencial em 2014. Com o resultado, o jornal
Folha de S. Paulo, domingo (16/12) estampou a manchete: “Se a eleição fosse
hoje, Dilma ou Lula venceriam”. Alguns leitores colocaram em dúvida a
concordância verbal e o gramático da Língua Portuguesa, Pasquale Cipro Neto,
esclareceu a questão, e ensinou que, para entender a concordância, precisamos
analisar o contexto.
E qual foi a contextualização? Está no início do subtítulo
do jornal: Datafolha revela que petistas seriam eleitos no primeiro turno. E
quem são os petistas? Dilma e Lula. A regra indica que o verbo fica no singular
quando o “ou” é excludente e Pasquale deu o exemplo: Arranca Toco ou Bala
Mistura será rebaixado, ou seja, só um dos dois será rebaixado. O verbo só fica
no plural quando o “ou” não é excludente, exemplo, Pedro ou Paulo podem
substituir o contundido João. O contexto diz que embora só um dos dois vá
substituir o titular, ambos tem condições de fazê-lo.
Quem leu a matéria toda – comenta Pasquale – viu que em
nenhum momento Dilma e Lula aparecem como adversários na pesquisa. Eles são excludentes
como candidatos do PT, ou seja, Dilma ou Lula será o nome do PT em 2014. Aí,
sim, o verbo fica no singular. O fato é que a pesquisa indica a vitória do PT
na eleição presidencial de 2014. Nesse momento, se a eleição fosse hoje, ambos
seriam imbatíveis. O que o jornal queria dizer é: Dilma venceria se fosse a
candidata, Lula venceria se fosse o candidato. A concordância da manchete está
correta: Dilma ou Lula venceriam.
É fascinante a língua portuguesa falada no Brasil. Como os
tempos mudaram. Há alguns anos, intelectualóides dos jornais tentavam
desmoralizar Lula por supostos erros no uso corrente da Língua Portuguesa.Lembram-se
do “menas”? Agora, Dilma e Lula inspiram qual a concordância verbal correta.
Então caro amigo, Dilma ou Lula venceriam?
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