1 de agosto de 2012

 

Minhas homenagens ao padre Paulo Tonucci

O prefeito de Camaçari, Luiz Caetano, e o governador da Bahia, Jaques Wagner, assistiram a missa celebrada em homenagem à memória de padre Paulo Tonucci, na Catedral São Thomaz de Cantuária em Camaçari, no domingo (30/07/2012).

Fiquei triste por não poder comparecer. Padre Paulo Tonucci celebrou meu casamento com Maria Alice, em 1976. Participamos juntos, naquele ano, da Invasão do Marotinho, em São Caetano, que obrigou o governador Roberto Santos a garantir espaço para a construção do bairro Novo Marotinho, na Estrada Velha do Aeroporto.

O advogado da luta popular era Adelmo Oliveira, que foi meu padrinho de casamento. Lembro-me como hoje. Eu era repórter do Jornal da Bahia e quando me dei conta estava transportando “invasores” em meu velho fusca 68. Padre Paulo Tonucci e padre Renzo Rossi colocaram a Igreja da Capelinha de São Caetano a serviço das lutas populares desde a década de 1970. Padre Paulo criou no bairro Fazenda Grande, em 1971, a Escola Profissionalizante Primeiro de Maio, onde éramos convocados para dar aulas de Português. Também fundou a Comissão de Justiça e Paz da Arquidiciocese de Salvador. Fou um militante radical dos Direitos Humanos.

Somente em 1981 Tonucci deslocou-se para Camaçari.

A missa foi celebrada pelo bispo de Camaçari, dom João Carlos Petrini, e contou com a presença do irmão de padre Paulo Tonucci, o arcebispo de Loretto, na Itália, dom Giovanni Tonucci.

Durante a celebração, dom Giovanni agradeceu a presença dos políticos e dos fiéis. “Fico muito feliz por todas essas homenagens e principalmente por conhecer as pessoas que estiveram ao lado do meu irmão em tantas lutas”, ressaltou.

O bispo de Camaçari, dom João Petrini lembrou a amizade entre Paulo Tonucci, o prefeito Caetano e o governador Wagner. “É uma honra para nossa Igreja saber que um padre foi tão importante para a formação política e pessoal desses dois homens”, comentou.

Dom Petrini lembrou ainda que o padre chegou a Camaçari no momento em que a cidade e o Pólo Industrial se consolidavam, após a ditadura e que “sempre esteve envolvido com as causas políticas”.

Além da missa em homenagem ao padre Paulo Tonucci, no sábado (28/07) um seminário foi realizado, na Casa do Trabalho, com o tema “Restaurando e Revigorando Nossas Raízes”.

A iniciativa, cujo objetivo foi homenagear a vida e obra do padre Paulo Tonucci, contou as presenças de amigos pessoais dele, como o padre italiano Renzo Rossi, a presidente da Apito (Associação Padre Paulo Tonucci), Délia Boninsegna, historiadores e estudiosos da Igreja Católica, além do irmão de Paulo Tonucci, dom Giovanni que veio da Itália especialmente para participar das homenagens.

Uma semana antes, sábado (21/07/), acompanhei a visita de Padre Renzo às ruínas da Penitenciária Lemos de Brito, onde ele prestou assistência aos presos políticos, incluindo o hoje deputado federal Emiliano José (PT) e Teodomiro Romeiro dos Santos, hoje juiz do Trabalho em Recife. Visitamos juntos a PLB, chamada pela imprensa "Maracanã da Fossa", por causa de sua estrutura oval. Padre Renzo prestou depoimento, juntamente com Emiliano e Teododomiro, para um documentário que está sendo produzido pela Produtora Santo Guerreiro.

PADRE PAULO TONUCCI
Padre Paulo Tonucci nasceu em 4 de maio de 1939, na cidade de Fano, Itália. Chegou a Camaçari no ano de 1981, onde residiu até 1994, quando faleceu vítima de um câncer. Líder atuante, padre Paulo lutava por causas políticas e sociais. Ele colaborou com a estruturação de Camaçari, tanto no campo político, como no religioso, e foi o idealizador de construções como a Igreja Matriz, hoje Catedral São Thomaz de Cantuária, de cinco igrejas em bairros da cidade e da Chácara dos Padres, local utilizado atualmente para a formação dos padres que atuam nos Municípios e que integram a diocese.

(Com informações da Ascom da Prefeitura Municipal de Camaçari)


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