21 de janeiro de 2012

 

Comitê Baiano pela Verdade dá notícias

Pelo que conheço da Bahia, as coisas só começam a acontecer depois do Carnaval. Entretanto, José Carlos Zanetti, membro do Comitê Baiano pela Verdade, representante da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE), enviou notícias. Na última quinta-feira (19/01) o CBV retomou as atividades após o recesso do Ano Novo. A reunião aconteceu na sede do Grupo Tortura Nunca Mais, que fica no bairro Barris, quase em frente à Biblioteca Pública (fones 3328 4609 e 8777 8510). O lançamento do Comitê Baiano pela Verdade foi representativo, com a ministra Maria do Rosário e Gilney Viana presentes. Mas a luta continua.

Como se sabe, o professor Joviniano Neto é o atual coordenador do GTNM, Diva Santana é a vice. Já o Comitê Baiano pela Verdade é um colegiado formado pelo Grupo Tortura Nunca Mais, a CESE, a Ação Social Arquidiocesana (ASA), com Padre Zé Carlos, do Grito dos Excluídos, à frente, a OAB representada por Sara Mercês, e ainda o Centro de Estudo Victor Meyer, representado por Ivan Braga, bravo companheiro ex-petroquímico dos tempos da POLOP. Mais de 100 entidades e personalidades democráticas, intelectuais e militantes subscreveram o Manifesto da CBV.

Discute-se agora quem serão os membros da Comissão nacional da Verdade, que terá sete titulares e 14 assessores especiais remunerados. A entidade manterá relações diretas com as Comissões de Familiares dos Mortos e Desaparecidos Políticos e com a Comissão da Anistia. Há também a idéia de se manter parcerias com universidades e instâncias governamentais. Como a CBV é uma entidade informal da sociedade civil, caberá a ela o papel de pressão (no bom sentido) e acompanhamento político. Alguns de seus integrantes certamente estarão envolvidos em ações, processos, levantamentos, pesquisas e estudos.

Segundo Diva Santana, há já identificados 32 militantes políticos entre mortos e desaparecidos na Bahia, dos quais 9 no processo da Guerrilha do Araguaia. Em Minas Gerais há mais de 100.

Para fazer justiça, não é só na Bahia que se espera o Carnaval passar, é em todo o Brasil. Aqui, há tarefas já definidas: é preciso dar visibilidade à rua Jorge Leal Gonçalves, próxima ao Largo do Papagaio, porque o ato de inauguração foi muito restrito; fazer um levantamento sobre um conjunto de ruas do bairro Castelo Branco que levam nomes de mortos e desaparecidos políticos, desde o tempo da prefeita Lídice da Mata, hoje senadora da Bahia (PSB). Não há informações seguras da institucionalidade e documentação dos nomes de tais ruas.

Há que se retomar a contribuição da Fundação Pedro Calmon, dirigida por Bira Araújo, visando o projeto Memórias Reveladas. Há muitos militantes que podem testemunhar sobre a vida das vítimas da ditadura. Há um respeitoso debate sobre o nome do Memorial da Resistência Carlos Marighella. Creio que o bom senso irá prevalecer. Um memorial homenageando o comandante Carlos Marighella não retira o caráter universal e amplo do Memorial. O governador Jaques Wagner já se manifestou sobre a predisposição do governo da Bahia. Evidentemente, não será um memorial exclusivo. Já se fala no Forte Santo Antônio ou no Quartel do Barbalho como sede.

Bem, como o Carnaval está próximo, o que o Comitê Baiano pela Verdade fará na popular Mudança do Garcia?

Comments: Postar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?