22 de novembro de 2011

 

Bahia representada na 2ª Conferência do Desenvolvimento, do IPEA

O economista e professor Vitor Lopes, da Desenbahia, vai participar do painel “O desenvolvimento das instituições de fomento no desenvolvimento do Brasil”, durante a 2ª Conferência do Desenvolvimento, organizada pelo IPEA, que ocorre entre os dias 23, 24 e 25 de novembro, em Brasília, no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade. O representante da Desenbahia vai fazer uma intervenção sobre o “Papel das agências de fomento para o desenvolvimento sócio-econômico do Brasil”, no dia 25, juntamente com os técnicos do IPEA.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) que existe há 47 anos, passa por uma ótima fase, com Márcio Pochman na presidência. É uma fundação pública federal, vinculada à Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República. O IPEA fornece suporte técnico e institucional às ações governamentais para a formulação e reformulação de políticas públicas e programas de desenvolvimento brasileiros. E tem como missão “produzir, articular e disseminar conhecimento para aperfeiçoar as políticas públicas e contribuir para o planejamento do desenvolvimento brasileiro".

Maior centro de pesquisa econômica aplicada das Américas, o Ipea busca disseminar com governos e sociedade o debate sobre o desenvolvimento econômico brasileiro e estendê-lo para além dos auditórios, salas e fóruns do Instituto. Com este fim é que está realizando, em Brasília, a 2ª Conferencia do Desenvolvimento – Code/Ipea.

O objetivo é criar um espaço nacional de debates, no coração do Brasil (Brasília), sobre o desenvolvimento, com base na produção aplicada do Ipea, mas, fazê-lo de forma aberta a estudantes, profissionais, agentes públicos, estudiosos, pesquisadores, especialistas, professores, legisladores, entre outros. O debate sobre o desenvolvimento e suas implicações é fundamental no processo de conhecimento e reconhecimento de um país. No caso brasileiro, após anos de estagnação, esse objetivo se faz mais importante ainda.

O DESENVOLVIMENTO QUE O BRASIL PRECISA

A palavra desenvolvimento tem sido usada de forma vaga e imprecisa. Longe de ser sinônimo de crescimento econômico, que necessita de uma estratégia macroeconômica para ser alcançado, um projeto de desenvolvimento é uma construção política da sociedade, significando bem mais do que um mero crescimento da economia.
E não é um projeto para ser elaborado por economistas e especialistas, dentro de um ambiente exclusivo e essencialmente acadêmico.
Um projeto de desenvolvimento só será de fato um projeto social, e não apenas um plano econômico, se ele se transformar em movimento político da sociedade brasileira, envolvendo os seus mais amplos e representativos setores.
Não há dúvidas de que o Brasil precisa, urgentemente, de uma estratégia de crescimento e de desenvolvimento. Precisa ingressar em uma rota irreversível de crescimento com desenvolvimento, de modo a superar mazelas que há séculos caracterizam a sociedade brasileira.
Uma estratégia de desenvolvimento não é um plano de governo detalhado, assim como não deve conter respostas para a lista infindável de questões que afligem a sociedade brasileira. Uma estratégia de desenvolvimento deve ser construída no debate com e na sociedade. E esta construção deve se dar a partir de linhas gerais que descrevam o seu objetivo final e também a sua trajetória, isto é, o conjunto de políticas públicas, procedimentos e regras para se formatar e reconfigurar, continuamente, um novo país.
Vale lembrar o que escreveu Celso Furtado, em seu livro Um Projeto para o Brasil: “que nunca é demais repetir e insistir que o desenvolvimento se faz para o homem”. E o ponto de partida para um projeto de desenvolvimento, como ele afirmava, não deve ser a taxa de investimento ou a dimensão do mercado, “mas sim o horizonte de aspirações da coletividade”.
Portanto, o objetivo final de uma estratégia de desenvolvimento deve ser a construção de uma sociedade democrática, tecnologicamente avançada, com emprego e moradia dignos para todos, ambientalmente planejada, com uma justa distribuição de renda e da riqueza, com igualdade plena de oportunidades e com um sistema de seguridade social de máxima qualidade e universal, cujas partes imprescindíveis devam ser sistemas gratuitos de saúde e educação para todos os níveis e necessidades. (*)

*Excerto da apresentação do livro Planejamento e Desenvolvimento – João Sicsú e Cláudio Dias Reis (Org.)


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