20 de setembro de 2011

 

E o povo? Onde está o povo?

O veterano e respeitado colega de jornalismo, Albenísio Fonseca, sobre minhas anotações acerca do discurso demagógico sobre o combate à corrupção no Brasil, pergunta onde fica o povo nisso tudo. Ele diz que o “povo” é uma abstração. Povo, multidão, ajuntamento, comunidade, classes sociais, seja lá o que for, o cidadão comum existe. E como se sabe, há técnicas para auscultar o que pensa. Pululam por aí pesquisas de opinião.

Em meados de 2009, encomendada pela Universidade Federal de Minas Gerais, que não tem hegemonia partidária de ninguém, uma pesquisa do instituto Vox Populi apontou que 75% dos brasileiros sabem que nos últimos cinco anos o que cresceu não foi a corrupção, e sim a apuração dos casos de corrupção, que costumavam ficar escondidos. Esse tipo de opinião popular contrasta com a opinião publicada na mídia, emitida por algumas poucas dezenas de jornalistas que insistem no mantra obcecado de que “o governo nada faz para combater a corrupção”.

É óbvio que a “guerra” contra a corrupção não tem fim. É um processo e é permanente. Ao contrário do que certa mídia tenta passar para a sociedade, quem estuda um pouquinho sabe que as causas da corrupção no Brasil tem raízes mais profundas que o financiamento de campanhas eleitorais. Todos nós acompanhamos como se deu o processo de acumulação de capital, por exemplo, da famiglia ACM em pelo menos quatro décadas. Quem estudou um pouquinho sabe da necessidade de uma reforma na burocracia estatal e nas leis processuais penais que são hoje a garantia da impunidade.

Percebo que no Governo Dilma não está havendo acomodação e tolerância. Vou mais longe. No plano internacional, o Brasil vem se tornando referência na implementação de medidas de prevenção e combate à corrupção. O Brasil foi muito bem avaliado pela OEA, OCDE e UNODC, da ONU.

O professor Stuart Gilman, por exemplo, consultor da ONU e do Banco Mundial e uma das maiores autoridades do mundo no tema anticorrupção, tem afirmado repetidas vezes, de público, que considera a CGU como centro de excelência e referência para outros países.

Como disse o deputado federal Emiliano José (PT-BA), com base num consistente relatório, fornecido pelo íntegro jornalista Pedrinho Formigli, não por acaso o Brasil foi classificado em oitavo lugar em um ranking de 85 países que tiveram o grau de transparência de seus orçamentos públicos analisado pelo International Budget Partnership (IBP), uma ONG com sede em Washington. O Brasil é o país melhor posicionado da América Latina.

Eu não vou me prestar a ser massa de manobra da oposição e de certa mídia para ir para as ruas “protestar” contra a corrupção, fazendo o teatrinho dos “indignados”.

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