19 de outubro de 2010

 

Candidato Serra (PSDB) deve escalar sua mulher, Mônica Serra, para falar de aborto

De aborto Sílvia Mônica Allende Serra entende. Em 1992, a psicoterapeuta contou a suas alunas, do Instituto de Artes da Unicamp, que ela foi levada a interromper uma gravidez de quatro meses. Seu marido, o agora candidato Serra (PSDB) estava exilado nos EUA depois do golpe de Pinochet. A situação era crítica. A solução foi o aborto.

A coreógrafa Sheila Canevacci Ribeiro revelou o fato após o debate eleitoral da TV Band. Ela ficou indignada com o discurso de Serra contra o aborto. E, depois que Mônica Serra afirmou em caminhada eleitoral que Dilma “mata criancinha” pedindo voto para o marido, para Sheilla foi a gota d`água.

A coreógrafa Sheilla Canevacci Ribeiro lembra que, na época, o depoimento de Mônica Serra a impresionou. Ela estava sentada no chão em sala de dança, onde não há móveis e apenas um grande espelho, a barra de exercícios, ao lado das colegas Kátia Figueiredo, Ana Carla Bianchi, Ana Carolina Melchert e Érika Sitrângulo Brandeburgo. Elas confirmaram o depoimento de Sheilla Canevacci Ribeiro.

ESTRATÉGIA ABORTADA

Foi uma bomba. A campanha de Serra (PSDB) foi toda montada em cima do boato: Dilma seria a favor da descriminalização do aborto, portanto, a favor do aborto na lógica perversa da campanha eleitoral. Adeus votos de evangélicos e católicos carismáticos.

Sheilla se indignou ao ver uma provável primeira-dama do país acusando a adversária de “matar criancinha”. Como isso era possível se, em 1992, ela própria revelara às alunas um episódio tão marcante na vida de qualquer mulher? Um aborto realizado no exílio, ao lado do marido (Serra). E agora ele era contra o aborto, e ela criticava Dilma por “matar criancinha”. Tudo pelo voto?

“Pior do que isso foi o silêncio do Serra, que deveria ter saído em defesa da própria mulher, fosse qual fosse a situação em que se encontrava ali, diante das câmeras”, pensou Sheilla Ribeiro, hoje coreógrafa, doutoranda em Comunicação e Semiótica (PUC-SP).

Nem Serra, nem Mônica Serra responderam. Silêncio.

Acho que eles devem explicações ao país, aos católicos e aos evangélicos, embora seja uma calhordice essa história de ser contra ou a favor do aborto. Essa é uma questão que a sociedade brasileira vai ter que enfrentar, e não candidato a presidente.

No máximo, Mônica Serra deve ser escalada para falar de aborto em palestras. Disso ela entende. Soube que ela foi despachada para o Chile, para não criar mais “problemas”.

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