28 de setembro de 2010

 

Publicitária considera baiano Marcelo Kertész “um gênio na direção de arte”

Deu na Folha de S. Paulo. Em entrevista à jornalista Ana Flor, a publicitária e cineasta paulistana Lô Politi, que dirige os programas de TV de Dilma Rousseff, ao analisar programas de campanhas eleitorais, suas experiências com Duda Mendonça e João Santana, as diferenças de linguagem e a importância da equipe, saiu-se com esta: “Junto comigo na direção geral do programa tem o Marcelo Kertész, um gênio da direção de arte, meu parceiro de muitos anos”. Emotivo como é, Mário Kertész deve estar doidão.

SEGUEM TRECHOS DA ENTREVISTA:

Qual o diferencial desta campanha de Dilma na TV?

É uma campanha extremamente bem conceituada, bem pensada, bem estruturada. João Santana estabeleceu uma linha clara e consistente, desde o começo. E queria uma campanha diferenciada, cinematográfica, inovadora. Tivemos tempo de pensar, pesquisar, experimentar.

Aprofundamos o conceito e estabelecemos um padrão que não se vê realmente em campanha política. Arriscamos uma linguagem inovadora e trabalhosa, que poderia ser perigosa, pela falta de tempo típica das campanhas políticas. Mas começamos cedo e com a equipe certa. E, pra melhorar, não fomos pautados pelas campanhas adversárias, não fizemos uma campanha reativa, fizemos uma campanha assertiva e propositiva. Ajuda muito, porque não tivemos que ficar mudando tudo a cada programa que ia ao ar. Estabelecemos uma linha e fomos nela até o fim.

Por que a qualidade das imagens dos programas de Dilma parece tão superior à dos programas de Serra?

Não sei se são superiores, são bem diferentes. Não é uma questão apenas de equipamento ou estrutura. É conceitual, tanto no conteúdo quanto na forma.

Como foi a escolha da equipe (diretores, editores, etc). Teve a ver com o equipamento a ser usado ou vice-versa?

A escolha da equipe técnica tem a ver com a decisão de fazer uma campanha cinematográfica, usar estética e narrativa de cinema. Eu e os outros diretores temos formação de cinema e, mesmo atuando em publicidade, usamos material, equipamento e equipe de cinema. Esse foi o critério. Qualidade e afinidade. (Além de fôlego e disposição, porque não é fácil aguentar o tranco! ) Mas foi tranquilo, porque na verdade chamamos as pessoas com quem já estávamos acostumados a trabalhar no mercado de cinema e publicidade.

Junto comigo na direção geral do programa tem o Marcelo Kertész, um gênio da direção de arte, meu parceiro de muitos anos.

E os outros diretores vem de escolas diferentes, mas todos muito complementares. O cineasta indicado ao Oscar, Paulo Machline, o publicitário Marcos Freitas e o Peu Lima, jovem diretor que trafega com leveza e alegria pela TV e publicidade. Um timaço.

O que conta mais numa campanha: o aparato tecnológico ou o material humano?

Os dois são bem importantes, mas muito mais o material humano. Um excelente profissional consegue superar um problema técnico com talento e criatividade. Mas nunca o aparato tecnológico consegue agregar talento e criatividade a alguém que não tenha. O melhor dos mundos é quando a gente consegue dar um bom equipamento pra que um bom profissional possa mostrar todo seu talento com segurança e tranquilidade.

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