19 de maio de 2010

 

Jornalista percorre o Nordeste e descobre um Brasil que voltou a gostar do Brasil

Ricardo Kotscho é um velho e experiente jornalista. Ele está fazendo uma série de reportagens para a revista Brasileiros. Ele pretende documentar as mudanças na vida dos nordestinos, o crescimento chinês do Nordeste, acima da média brasileira. Caminhando pelas ruas do Recife, depois de percorrer cidades do Nordeste, ele se deu conta de um Brasil que voltou a gostar do Brasil. Ele se impressionou com as declarações de amor dos piauienses por Terezina, a capital.

Ele percebeu que “ao contrário do que acontece em outras regiões do país, aqui eles não têm vergonha de falar e escrever que hoje vivem melhor”. A mídia regional (pelo menos do Ceará, Piauí e Pernambuco) vive uma realidade bem diferente, os jornais estão mais gordos de páginas e publicidade, ao contrário do declínio da mídia do Sul e Sudeste.

Os jornais do Nordeste estão mais animados com a vida, o destaque é para o noticiário local, voltado para a vida de seus leitores, numa proporção inversa do destaque que a mídia do eixo Brasília-Rio-São Paulo dá à disputa política, às tragédias e às denúncias.

De Recife, Ricardo Kotscho escreveu em seu blog:

“Neste domingo, os dois principais jornais daqui, o Diário de Pernambuco (com 6.986 ofertas) e o Jornal do Commercio (com 8.691 ofertas) trazem cada um cerca de 50 páginas de anúncios classificados, números que antes só se encontrava na imprensa de Brasília para baixo.

Outro ponto que me chamou a atenção é que os jornais procuram dar uma cobertura equilibrada da disputa eleitoral, tanto local como nacional, sem tomar partido, embora a matéria prima do noticiário político seja fornecido pelas três grandes agências de Rio e São Paulo (Globo, Folha e Estado).

Se antes os nordestinos sonhavam em ir embora para o sul, agora os jovens preferem ficar por aqui mesmo e muitos que foram estão voltando, sem falar nos trabalhadores de outras regiões que chegam em busca de trabalho numa região onde hoje falta mão-de-obra”.

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