10 de maio de 2010

 

Aninha Franco também comprou a mentira sobre o Teatro Jorge Amado

Alguém me enviou um print contendo diálogos na Internet. Quem enviou não precisou a origem, o endereço eletrônico. Começa assim:

Aninha Franco – No início dos anos 90, o Sr Nô era um feliz proprietário de uma bem-sucedida escola de inglês, a UEC, apaixonado por teatro. Inúmeros espetáculos cênicos foram patrocinados pela UEC. Em seguida, não satisfeito com os patrocínios, o Sr Nô pediu um empréstimo ao Desenbahia para construir o Teatro Jorge Amado...ver mais.

Aninha Franco este mentindo ou está redondamente desinformada.

O Sr Nô não pediu empréstimo à Desenbahia. Ele pediu empréstimo ao extinto Desenbanco, em 1995, para construir a sede própria da UEC. Em 1995, a Desenbahia sequer existia, pois foi fundada em 2001. Como o Desenbanco foi extinto, o espólio e os créditos podres passaram à responsabilidade da Desenbahia.

Voltando ao print, Aninha Franco escreve novamente:

Aninha Franco – Se houver vontade política, o problema se resolve. É fácil.

Novamente Aninha Franco não está sendo honesta. Com ou sem vontade política, o problema não se resolve fácil não. Há leis neste país. Como o curso de inglês inadimpliu, parou de pagar o financiamento de sua sede própria, A Desenbahia se viu obrigada por lei a ajuizar ação na Justiça. Aninha Franco sabe disso porque ela é advogada. É que a garantia pelo empréstimo foi a própria sede construída. E o extinto Desenbanco não emprestou dinheiro nenhum para o Teatro Jorge Amado, que sequer tem pessoa jurídica. O Desenbanco, como foi dito, emprestou dinheiro para a empresa UEC, que decidiu incluir um teatro em sua sede própria.

Por que não é tão fácil, como chuta Aninha Franco? Por que o prédio recebido pela Desenbahia tem que ir a leilão, por força das normas do Banco Central. Aliás, o imóvel não pode ficar mais que seis meses sem abertura de leilão. Sequer a Desenbahia pode alugar o bem.

Ou essa Aninha Franco está se fazendo de ignorante ou é ignorante.

Mais adiante tem outra afirmação:

Aninha Franco – Pois é Moraes, (...) para reformar o Teatro Jorge Amado o Sr Nô não teve a mesma sorte. Para reformar o Jorge Amado fez um empréstimo impagável...

Mas como mente essa Aninha Franco. O Sr. Nô deixou de pagar o financiamento à Desenbahia em 2002. Nunca apareceu na Agência de Fomento para negociar nada. Que empréstimo impagável que nada.

Lá embaixo aparece um post da Fernanda Maria Tourinho:

Fernanda Maria Tourinho – Gente, vamos com calma. Pautas cheias e casa lotada não pagam empréstimos de banco. São Mais de 10 anos de juros sobre juros (...) o que temos que fazer é dizer bem alto e bom som: o teatro é nosso. Tenho certeza de que seremos ouvidos.

Essa é muito boa. Como o teatro é nosso? O Desenbanco empresta e é extinto (no governo FHC e aqui no de ACM). A Desenbahia herda a herança maldita. O curso UEC para de pagar um empréstimo feito com recursos públicos. A Desenbahia por lei se vê na obrigação de entrar na Justiça para resgatar os recursos. A Desenbahia ganha o processo. O Banco Central obriga a instituição financeira a leiloar o bem para recuperar o crédito. Em seis meses.

Para Aninha Franco é fácil. Para Fernando Tourinho o “teatro é nosso”. Ou é muita ignorância ou é muita má-fé.

Comments:
Trato de um modo mais ou menos exaustivo da questão do UEC aqui: http://ultimobaile.com/?p=2368


Sinta-se a vontade para republicar, se quiser.
 
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