20 de abril de 2010
Blog do Nassif desmonta pesquisa fraudulenta do Instituto da Folha
Definitivamente, o Instituto Datafolha e a própria Folha de S. Paulo estão no caminho da lama. Hoje, 20 de abril, o jornalista Luiz Nassif, em sua coluna econômica, publicada no Blog do Nassif, com forte argumentos, faz uma análise criteriosa da metodologia do Datafolha usada na pesquisa que deu 10 pontos de vantagem para Serra contra Dilma.
A pesquisa Datafolha contraria a tendência revelada por todas as demais sondagens anteriores, inclusive do próprio Datafolha vinte dias antes, já que mostrava uma redução gradativa da diferença entre Serra e Dilma. Como se sabe,a suposta vantagem foi desmentida logo em seguida pelas sondagens dos institutos Vox Populi e Sensus, o primeiro indicando empate técnico e o segundo um empate de fato.
Nassif concluiu que a candidatura de Dilma decolou e a de Serra empacou.
A saída do Datafolha e da Folha de S. Paulo foi jogar merda no ventilador. O PSDB pediu auditoria no Sensus. Foi mal. O representante do PSDB deixou assinatura atestando que tudo estava em ordem. Depois mudou a conversa e saiu falando que havia incorreções. Não dá para não duvidar da seriedade dessa gente.
Ora, tudo indica que realmente houve manipulação.
LEIA O QUE DIZ NASSIF:
A guerra dos institutos de pesquisa
Coluna Econômica
20/04/2010
Nos últimos dias, o mundo dos institutos de pesquisa foi sacudido por uma notável polêmica envolvendo o Datafolha – o instituto de pesquisas da Folha de São Paulo.
Na véspera do lançamento da candidatura de José Serra à presidência, o Datafolha soltou uma pesquisa não planejada dando 10 pontos de vantagem em relação a Dilma Rousseff.
A pesquisa contrariava a tendência até então levantada por outros institutos – inclusive a pesquisa do próprio Datafolha de vinte dias antes – que mostravam uma redução gradativa da diferença entre Dilma e Serra.
***
Logo depois, dois institutos respeitados – o Vox Populi e o Sensus – divulgaram seus levantamentos. No primeiro caso, do Vox, deu empate técnico – isto é, levando em conta a margem de erro – entre os dois candidatos; na do Sensus, empate efetivo.
O jornal reagiu com matérias insinuando manipulação da pesquisa por ambos. As matérias levaram o PSDB a pedir uma auditoria no Sensus – que concluiu, ontem à tarde, pela inexistência de fraude.
***
Em geral, os institutos recorrem à metodologia auto-ponderada de pesquisas. Significa que pegam os dados do IBGE sobre população, sexo, instrução, idade e montam uma amostragem reproduzindo essas condições. Ou seja, definem as regiões, os municípios e as casas que reflitam a proporção populacional do censo do IBGE.
Dos institutos, o Datafolha é o único que se vale de outra metodologia, a ponderada. Seus pesquisadores saem a campo, em geral nas cidades – deixando a zona rural de lado – e pesquisam os transeuntes em plena rua. Deixam de lado os que ficam em casa.
Com isso, a amostragem acaba saindo diferente do IBGE.
Por exemplo, na pesquisa de março, o Datafolha deu 45,4% de peso para eleitores com ensino fundamental, 40,9% para ensino médio 13,7% para ensino superior. Pelo censo do IBGE, o fundamental tem 55,2%, o médio 31,6% e o superior 13,2%.
Nesse caso específico, não chegou a alterar seu levantamento porque tanto Serra quanto Dilma tiveram votação similar entre os eleitores das duas faixas – Serra com 37%, Dilma com 27%.
***
Mesmo assim, a análise dos resultados da pesquisa lança dúvidas acerca da sua metodologia.
Por exemplo, há consenso de que Lula será o grande eleitor de Dilma – transferindo votos para ela, por conta de sua popularidade. Por enquanto, Dilma é menos conhecida do eleitorado que Serra. No questionário do Datafolha, não informam o pesquisado sobre o partido de Dilma. Além disso, a pesquisa não contempla a zona rural, que responde por 15% dos votos – e onde estima-se que Lula tenha maior aprovação que nas zonas urbanas.
Mesmo assim, observa-se um movimento inexplicável – possivelmente fruto de falhas metodológicas. Enquanto a aprovação de Lula cai nas faixas de maior escolaridade, a de Dilma sobe.
Pela pesquisa, Lula obteve aprovação de 38% dos eleitores com ensino fundamental, 43%com ensino médio e apenas 18% com ensino superior. Já Dilma obteve respectivamente 26%, 27% e 33%.
As próximas pesquisas ajudarão a decifrar o enigma sobre qual instituto falhou nas suas projeções.
A pesquisa Datafolha contraria a tendência revelada por todas as demais sondagens anteriores, inclusive do próprio Datafolha vinte dias antes, já que mostrava uma redução gradativa da diferença entre Serra e Dilma. Como se sabe,a suposta vantagem foi desmentida logo em seguida pelas sondagens dos institutos Vox Populi e Sensus, o primeiro indicando empate técnico e o segundo um empate de fato.
Nassif concluiu que a candidatura de Dilma decolou e a de Serra empacou.
A saída do Datafolha e da Folha de S. Paulo foi jogar merda no ventilador. O PSDB pediu auditoria no Sensus. Foi mal. O representante do PSDB deixou assinatura atestando que tudo estava em ordem. Depois mudou a conversa e saiu falando que havia incorreções. Não dá para não duvidar da seriedade dessa gente.
Ora, tudo indica que realmente houve manipulação.
LEIA O QUE DIZ NASSIF:
A guerra dos institutos de pesquisa
Coluna Econômica
20/04/2010
Nos últimos dias, o mundo dos institutos de pesquisa foi sacudido por uma notável polêmica envolvendo o Datafolha – o instituto de pesquisas da Folha de São Paulo.
Na véspera do lançamento da candidatura de José Serra à presidência, o Datafolha soltou uma pesquisa não planejada dando 10 pontos de vantagem em relação a Dilma Rousseff.
A pesquisa contrariava a tendência até então levantada por outros institutos – inclusive a pesquisa do próprio Datafolha de vinte dias antes – que mostravam uma redução gradativa da diferença entre Dilma e Serra.
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Logo depois, dois institutos respeitados – o Vox Populi e o Sensus – divulgaram seus levantamentos. No primeiro caso, do Vox, deu empate técnico – isto é, levando em conta a margem de erro – entre os dois candidatos; na do Sensus, empate efetivo.
O jornal reagiu com matérias insinuando manipulação da pesquisa por ambos. As matérias levaram o PSDB a pedir uma auditoria no Sensus – que concluiu, ontem à tarde, pela inexistência de fraude.
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Em geral, os institutos recorrem à metodologia auto-ponderada de pesquisas. Significa que pegam os dados do IBGE sobre população, sexo, instrução, idade e montam uma amostragem reproduzindo essas condições. Ou seja, definem as regiões, os municípios e as casas que reflitam a proporção populacional do censo do IBGE.
Dos institutos, o Datafolha é o único que se vale de outra metodologia, a ponderada. Seus pesquisadores saem a campo, em geral nas cidades – deixando a zona rural de lado – e pesquisam os transeuntes em plena rua. Deixam de lado os que ficam em casa.
Com isso, a amostragem acaba saindo diferente do IBGE.
Por exemplo, na pesquisa de março, o Datafolha deu 45,4% de peso para eleitores com ensino fundamental, 40,9% para ensino médio 13,7% para ensino superior. Pelo censo do IBGE, o fundamental tem 55,2%, o médio 31,6% e o superior 13,2%.
Nesse caso específico, não chegou a alterar seu levantamento porque tanto Serra quanto Dilma tiveram votação similar entre os eleitores das duas faixas – Serra com 37%, Dilma com 27%.
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Mesmo assim, a análise dos resultados da pesquisa lança dúvidas acerca da sua metodologia.
Por exemplo, há consenso de que Lula será o grande eleitor de Dilma – transferindo votos para ela, por conta de sua popularidade. Por enquanto, Dilma é menos conhecida do eleitorado que Serra. No questionário do Datafolha, não informam o pesquisado sobre o partido de Dilma. Além disso, a pesquisa não contempla a zona rural, que responde por 15% dos votos – e onde estima-se que Lula tenha maior aprovação que nas zonas urbanas.
Mesmo assim, observa-se um movimento inexplicável – possivelmente fruto de falhas metodológicas. Enquanto a aprovação de Lula cai nas faixas de maior escolaridade, a de Dilma sobe.
Pela pesquisa, Lula obteve aprovação de 38% dos eleitores com ensino fundamental, 43%com ensino médio e apenas 18% com ensino superior. Já Dilma obteve respectivamente 26%, 27% e 33%.
As próximas pesquisas ajudarão a decifrar o enigma sobre qual instituto falhou nas suas projeções.