17 de abril de 2010

 

Mino Carta desmascara a mídia golpista em palestra na Bahia

Citando Hannah Arendt, o Diretor de Redação da revista Carta Capital, jornalista Mino Carta, encerrou o que chamou de monólogo seguido de diálogo sobre “O partido da mídia”: “Não há esperança de sobrevivência humana sem que haja homens dispostos a contar o que acontece. E que acontece porque é”. O “monólogo” ocorreu sexta-feira, 16, no auditório da Faculdade de Direito da UFBA, como parte do seminário organizado pelo Grupo de Estudos de Comunicação e Política, coordenador pelo professor, jornalista e ex-deputado federal Emiliano José. Todo o evento foi transmitido ao vivo pela Companhia de Processamento de Dados (PRODEB).

A palestra de Mino Carta foi prestigiada por dois reitores, Naomar de Almeida Filho, da UFBA, e Paulo Gabriel, da Universidade Federal do Recôncavo. À mesa de abertura estavam presentes o ex-governador Waldir Pires, o diretor da Faculdade de Filosofia da UFBa, João Carlos Salles, os professores Gilberto Wildberger e Sebastian Borges de Alburque, este representando o professor Celso Castro, diretor da Faculdade de Direito da UFBA.

Mino Carta não poupou críticas ao Partido da Mídia Golpista (PIG). “A mídia brasileira é a mesma que apoiou o Golpe de 64, a mesma que chamava o golpe de revolução”. Segundo ele, a mídia no Brasil funciona como instrumento do poder das elites. “Vejam o que está acontecendo agora. A Globo, a Folha de São Paulo, a revista Veja – que chamou de monstro - e outros veículos estão a favor de José Serra. A cobertura da candidatura dele está nas ruas. Fazem disso uma coisa emocionante. Emocionante pra qualquer um, até para mim”. A Carta Capital é acusada por eles de ser “petista”, o que é um absurdo, mas ninguém diz que o resto da mídia é totalmente partidarizada, que age como um partido.

“Nós sempre deixamos clara a nossa posição. Nós, provavelmente, apoiaremos a candidatura de Dilma Rousseff”, afirmou Mino Carta. Para ele, quem tem posição de esquerda hoje é quem defende a igualdade pois a liberdade apenas não é suficiente para promover o progresso, o desenvolvimento e a democracia.

Em relação ao exercício da atividade de imprensa, Mino disse não acreditar na objetividade jornalística. “Isso é uma grande balela. Eu sou subjetivo. O que o jornalista tem que ser é honesto, ver a verdade factual, dar voz a todos os lados. Não deve mentir e nem omitir informação alguma. Mas é preciso também do espírito crítico”.

Para ele, a mídia está sempre a omitir, fantasiar, manipular muito e, constantemente, a mentir muito. “Isso é fácil de constatar. É medíocre o desrespeito dos nossos jornalistas, que sequer sabem escrever corretamente. Os jornais brasileiros dão pena se comparados a outros de países mais democráticos. Sem contar que são mal impressos. Hoje é muito raro um texto jornalístico de qualidade”, criticou.

Mino Carta pode falar de cátedra. Começou a carreira na cobertura do mundial de futebol de 1950 como correspondente do jornal "Il Messaggero" de Roma. Foi colaborador da revista "Anhembi", fundada e dirigida por Paulo Duarte, (1951 / 1955). Redator da agência "Ansa" em São Paulo (1954 / 1956). Redator na Itália dos jornais "La Gazzetta del Popolo", de Turim, e "Il Messaggero" (de 1957 à 1960) e, no período, correspondente do "Diário de Notícias" do Rio e da revista"Mundo Ilustrado".

Foi ainda fundador e diretor de redação da revista "Quatro Rodas" (1960 / 1964). Fundador e diretor de redação da Edição de Esporte de "O Estado de S. Paulo" (1964 / 1965). Fundador e diretor de redação do "Jornal da Tarde" (1966 / 1968). Fundador e diretor de redação da revista "Veja" (1968 / 1976). Fundador e diretor de redação da revista "Istoé" (1976 / 1981). Fundador e diretor de Redação do "Jornal da República" (1979/1980). Diretor de redação da revista "Senhor" (1982 / 1988). Diretor de redação da revista "Istoé" (1988 / 1993). Fundador e diretor de redação da revista "Carta Capital" desde junho de 1994.

LEIA MAIS NO SITE DO EMILIANO

Comments: Postar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?