16 de abril de 2010

 

Prefeitura de Salvador reconhece perseguição a terreiro Ilê Odô Ogê, mas livra a cara do prefeito João Henrique (PMDB)

Em resposta ao artigo do ex-deputado federal Emiliano José (PT-BA), publicado no jornal A Tarde sob o título “Agressão Terreiros”, o secretário Municipal da Reparação, Ailton Ferreira, publicou NOTA DE ESCLARECIMENTO oficial, em que nega perseguição sistemática da gestão do prefeito João Henrique (PMDB), mas admite que houve “erro de funcionário”. Uma ação isolada não se configura como um ato de descaso contra a religião negra, no entendimento do secretário. Há controvérsias.

Segundo o secretário, o prefeito João Henrique Carneiro sempre que necessário “pediu desculpas pelos erros de algum servidor”. Então ele deve logo começar a pedir desculpas novamente. As agressões aos terreiros por parte da prefeitura de Salvador estão virando rotina. Tanto que 60 entidades se organizaram para formar uma Comissão Contra a Violência.

SEGUE A ÍNTEGRA DA EXPLICAÇÃO OFICIAL

NOTA DE ESCLARECIMENTO
“Em relação às acusações feitas em artigo de autoria do jornalista e escritor Emiliano José, publicado em A Tarde no dia 12 de abril, o secretário municipal de Reparação, Ailton Ferreira nega haver por parte da Administração Municipal quaisquer ações discriminatórias em relação aos terreiros da cidade.

A razão alegada em artigo, que associa o “preconceito” a uma notificação executada no último dia 18 de março, por um fiscal da Prefeitura de Salvador ao Terreiro Ilê Odô Ogê, também conhecido como Pilão de Prata não procede e nem se configura como um ato de descaso com as casas, consideradas locais sagrados para as religiões de culto afro.

O secretário Ailton Ferreira ratifica que uma ação por si só não deve medir todo o trabalho de uma instituição. “Como se trata de uma Instituição formada por pessoas, todas estão passíveis de erros. Do mesmo modo que todas as instituições cometem irregularidades sem que haja uma orientação superior para esse fim. Vale ressaltar que o prefeito João Henrique, desde a sua primeira gestão, demonstrou respeito à diversidade cultural e religiosa de nosso povo, e quando necessário sempre pediu desculpas pelos erros de algum servidor”.

O dirigente da Secretaria Municipal de Reparação (Semur) tem integrado ações em favor da cultura afro descendente no município e destaca que a atual gestão mantém uma relação de respeito com as religiões de matrizes africanas ao apoiar os pleitos de suas lideranças, “porém, sem cooptação, sem paternalismos até porque o nosso povo não é coitadinho e sim um povo que surpreende pela capacidade empreendedora
de enfrentar os desafios e ajudar a construir a nossa cidade como ela é: generosa e plural”.

O secretário ressaltou ainda que muitos terreiros foram visitados e tiveram a atenção da Prefeitura, que orientou os passos iniciais para reformas. Nesse contexto, ele também reconhece a atuação do governo estadual que promoveu a revitalização de cinqüenta e cinco terreiros.

Ascom - Semur - (71) 4009-2600 - De: Maria Rocha
Assunto: Secretaria Municipal de Reparação

Comments: Postar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?