1 de dezembro de 2009
A imprensa deve ou não fiscalizar falcatruas dos políticos?
Eu concordo com a idéia segundo a qual a imprensa deve fiscalizar os poderes da República. Os jornalistas e proprietários da mídia não têm mandato para isso, mas, podem contribuir e muito para a moralização da política. Mas, há episódios que me confundem sobre o papel da imprensa.
Como é que pode um Jânio Lopo, da Tribuna da Bahia, não aplaudir a Operação Expresso, as prisões dos larápios, a desmontagem de um propinoduto do PMDB da Bahia?
Leiam a manchete da Tribuna da Bahia de hoje ((01.12): “Deputado esconde propina na meia”. Não é uma boa manchete? A manchete é continuação do escândalo do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, do DEM. Como não aplaudir a Tribuna da Bahia? Agora, o que se exige é igual tratamento ao escândalo do propinoduto do PMDB da Bahia. Leiam o artigo do “jornalista” Luiz Holanda na Tribuna da Bahia. Ele defende os larápios e condena a Operação Expresso, muito bem conduzida, do ponto de vista tanto legal, quanto operacional.
Serão os jornalistas simpatizantes do crime de colarinho branco? Custo a acreditar nisso. Acredito mais que sejam opiniões de simpatizantes do PMDB.
São bizarras as declarações do ministro Geddel Vieira Lima, sobre a limpeza que a Operação Expresso realizou. Ele acha que qualquer iniciativa para se combater fraudes e mau uso do dinheiro público deve ser aplaudida. Mas, aplaudida não porque a polícia agiu e descobriu os propineiros da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transporte e Comunicações (Agerba), e sim porque “revela os novos métodos do governo Wagner”. Métodos que ele condena porque se utilizam de grampos telefônicos. Ops.
Aliás, Geddel Vieira Lima não tem outra saída senão atacar. A defesa é impossível. Como justificar o recebimento de R$ 400 mil em propinas de parte de integrantes do PMDB? Não há como justificar. Há provas. Então, vai-se ao ataque. Faz cara de gente séria, indignada, e exige investigações no Palácio de Ondina. Com a ajuda de alguns amigos na imprensa.
Mas que história da Carochinha, sô. A observação vale para Jânio Lopo, Luiz Holanda e Geddel. Mesmo que fosse ilegal (o que não é), mesmo que tivesse motivação política (o que até pode ser), mesmo que tivesse crime para ser apurado no governo (como inventa Geddel), ainda assim permanece uma questão essencial: Os integrantes do PMDB baiano receberam propinas de empresários, formaram uma quadrilha. Devem ou não devem ser presos e processados?
O deputado Zé Neto (PT) tem razão. O PMDB quer desviar a atenção ao apresentar representações na PGR contra o governo Wagner. E depois, pode acabar dando um tiro no próprio pé.
Ouvi Geddel Vieira Lima na Rádio Metrópole. Impossibilitado de aplaudir a competência da polícia civil da Bahia, parte para represálias, ataques a Wagner, como se crime de colarinho branco fosse tema de bate-boca de palanque e não uma questão policial.
“(...) Geddel silencia sobre os indícios de participação de seus correligionários do PMDB no esquema”.
A frase é da reportagem do Correio, ao final da matéria “Apoio de deputado para reajuste nas passagens”.
Os corruptos do PMDB estão deixando Geddel em dificuldade. Assim como o corrupto do José Roberto Arruda, de Brasília, está deixando o DEM em dificuldade.
Como é que pode um Jânio Lopo, da Tribuna da Bahia, não aplaudir a Operação Expresso, as prisões dos larápios, a desmontagem de um propinoduto do PMDB da Bahia?
Leiam a manchete da Tribuna da Bahia de hoje ((01.12): “Deputado esconde propina na meia”. Não é uma boa manchete? A manchete é continuação do escândalo do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, do DEM. Como não aplaudir a Tribuna da Bahia? Agora, o que se exige é igual tratamento ao escândalo do propinoduto do PMDB da Bahia. Leiam o artigo do “jornalista” Luiz Holanda na Tribuna da Bahia. Ele defende os larápios e condena a Operação Expresso, muito bem conduzida, do ponto de vista tanto legal, quanto operacional.
Serão os jornalistas simpatizantes do crime de colarinho branco? Custo a acreditar nisso. Acredito mais que sejam opiniões de simpatizantes do PMDB.
São bizarras as declarações do ministro Geddel Vieira Lima, sobre a limpeza que a Operação Expresso realizou. Ele acha que qualquer iniciativa para se combater fraudes e mau uso do dinheiro público deve ser aplaudida. Mas, aplaudida não porque a polícia agiu e descobriu os propineiros da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transporte e Comunicações (Agerba), e sim porque “revela os novos métodos do governo Wagner”. Métodos que ele condena porque se utilizam de grampos telefônicos. Ops.
Aliás, Geddel Vieira Lima não tem outra saída senão atacar. A defesa é impossível. Como justificar o recebimento de R$ 400 mil em propinas de parte de integrantes do PMDB? Não há como justificar. Há provas. Então, vai-se ao ataque. Faz cara de gente séria, indignada, e exige investigações no Palácio de Ondina. Com a ajuda de alguns amigos na imprensa.
Mas que história da Carochinha, sô. A observação vale para Jânio Lopo, Luiz Holanda e Geddel. Mesmo que fosse ilegal (o que não é), mesmo que tivesse motivação política (o que até pode ser), mesmo que tivesse crime para ser apurado no governo (como inventa Geddel), ainda assim permanece uma questão essencial: Os integrantes do PMDB baiano receberam propinas de empresários, formaram uma quadrilha. Devem ou não devem ser presos e processados?
O deputado Zé Neto (PT) tem razão. O PMDB quer desviar a atenção ao apresentar representações na PGR contra o governo Wagner. E depois, pode acabar dando um tiro no próprio pé.
Ouvi Geddel Vieira Lima na Rádio Metrópole. Impossibilitado de aplaudir a competência da polícia civil da Bahia, parte para represálias, ataques a Wagner, como se crime de colarinho branco fosse tema de bate-boca de palanque e não uma questão policial.
“(...) Geddel silencia sobre os indícios de participação de seus correligionários do PMDB no esquema”.
A frase é da reportagem do Correio, ao final da matéria “Apoio de deputado para reajuste nas passagens”.
Os corruptos do PMDB estão deixando Geddel em dificuldade. Assim como o corrupto do José Roberto Arruda, de Brasília, está deixando o DEM em dificuldade.
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CARTA AO MINISTRO GEDDEL
É impressionante como no Brasil assuntos meramente policiais são tratados como se políticos fossem. Casos de corrupção envolvendo peixes grandes da política nacional são observados sempre sob a ótica leniente dos interesses partidários, desprezando-se qualquer discussão que envolva conduta ética ou moral.
O caso da recente prisão do Sr. Antonio Lomanto Neto (PMDB-BA) durante a Operação Expresso, acusado de receber R$ 400 mil em propinas de empresários do setor de transporte é emblemático.
Em matéria publicada no Jornal “Tribuna da Bahia”, edição de 01/12 (ontem), o Ministro responsável pela indicação do gatuno para a presidência da AGERBA, Sr. Geddel Vieira Lima, afirma ser “favorável a qualquer iniciativa para se combater os casos de fraudes”, mas tenta remeter o leitor ao equivocado pensamento de que o caso só emergiu graças à saída do PMDB da base aliada do governo do estadual. Segundo o Ministro, “a Operação Expresso foi uma ação policial com claro viés político”.
Ora, Senhor Ministro!
O que se discute nesse momento não é o desentendimento temporal entre agremiações partidárias. O que se deseja saber, e isso merece uma resposta urgente e satisfatória, é se o resultado da operação policial culminou com a desarticulação de uma quadrilha que agia dentro de uma instituição publica ou se todo o processo investigatório fora construído apenas com o objetivo de incriminar vitimas inocentes de uma acirrada luta pelo Poder. A prevalecer a última hipótese, todas as provas contidas nos autos do inquérito criminal que apura o caso estarão absolutamente contaminadas por imperfeições jurídicas, portanto de fácil explicação.
O que não podemos nem devemos aceitar é que o Ministro, até pela envergadura do cargo que ocupa, se utilize de insinuações maldosamente plantadas por um escriba sem qualquer credibilidade, para atacar, sem apresentar provas, a quem quer que seja.
Evocar a figura pouco ilustre do Sr. Claudio-Humberto-Bateu-Levou para levantar suspeita contra o Governador Jaques Wagner chega a ser de uma ingenuidade sem paralelo. Coisa de quem anda atordoado com o plantel de acusações que pesam contra seu partido e, quiçá, contra si.
Se o Ministro tem conhecimento de que o “gordo” ou “Gordinho” do Governador atende pela alcunha de “mamedinho” ou “Chico”, sendo este o “operacionalizador” de interesses escusos do ocupante do Palácio de Ondina, que venha a publico e denuncie. Se existe alguma “mansão que estaria sendo construída sem lastro financeiro”, segundo afirma, que ponha a boca no trombone. O povo da Bahia certamente saberá retribuir por tão valiosa informação. Mas, se essas insinuações não passarem de mais uma estratégia rasteira para colocar pessoas de bem no limbo em que Vossa Excelência se encontra, da mesma maneira, a Bahia saberá conduzi-lo – sem algemas- ao ostracismo a que estão condenados os covardes, corruptos e detratores da dignidade alheia.
A Bahia espera por sua resposta.
Washington Pereira
www.blogaodopereira.blogspot.com
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É impressionante como no Brasil assuntos meramente policiais são tratados como se políticos fossem. Casos de corrupção envolvendo peixes grandes da política nacional são observados sempre sob a ótica leniente dos interesses partidários, desprezando-se qualquer discussão que envolva conduta ética ou moral.
O caso da recente prisão do Sr. Antonio Lomanto Neto (PMDB-BA) durante a Operação Expresso, acusado de receber R$ 400 mil em propinas de empresários do setor de transporte é emblemático.
Em matéria publicada no Jornal “Tribuna da Bahia”, edição de 01/12 (ontem), o Ministro responsável pela indicação do gatuno para a presidência da AGERBA, Sr. Geddel Vieira Lima, afirma ser “favorável a qualquer iniciativa para se combater os casos de fraudes”, mas tenta remeter o leitor ao equivocado pensamento de que o caso só emergiu graças à saída do PMDB da base aliada do governo do estadual. Segundo o Ministro, “a Operação Expresso foi uma ação policial com claro viés político”.
Ora, Senhor Ministro!
O que se discute nesse momento não é o desentendimento temporal entre agremiações partidárias. O que se deseja saber, e isso merece uma resposta urgente e satisfatória, é se o resultado da operação policial culminou com a desarticulação de uma quadrilha que agia dentro de uma instituição publica ou se todo o processo investigatório fora construído apenas com o objetivo de incriminar vitimas inocentes de uma acirrada luta pelo Poder. A prevalecer a última hipótese, todas as provas contidas nos autos do inquérito criminal que apura o caso estarão absolutamente contaminadas por imperfeições jurídicas, portanto de fácil explicação.
O que não podemos nem devemos aceitar é que o Ministro, até pela envergadura do cargo que ocupa, se utilize de insinuações maldosamente plantadas por um escriba sem qualquer credibilidade, para atacar, sem apresentar provas, a quem quer que seja.
Evocar a figura pouco ilustre do Sr. Claudio-Humberto-Bateu-Levou para levantar suspeita contra o Governador Jaques Wagner chega a ser de uma ingenuidade sem paralelo. Coisa de quem anda atordoado com o plantel de acusações que pesam contra seu partido e, quiçá, contra si.
Se o Ministro tem conhecimento de que o “gordo” ou “Gordinho” do Governador atende pela alcunha de “mamedinho” ou “Chico”, sendo este o “operacionalizador” de interesses escusos do ocupante do Palácio de Ondina, que venha a publico e denuncie. Se existe alguma “mansão que estaria sendo construída sem lastro financeiro”, segundo afirma, que ponha a boca no trombone. O povo da Bahia certamente saberá retribuir por tão valiosa informação. Mas, se essas insinuações não passarem de mais uma estratégia rasteira para colocar pessoas de bem no limbo em que Vossa Excelência se encontra, da mesma maneira, a Bahia saberá conduzi-lo – sem algemas- ao ostracismo a que estão condenados os covardes, corruptos e detratores da dignidade alheia.
A Bahia espera por sua resposta.
Washington Pereira
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