3 de setembro de 2009
No Terra Magazine, ex-preso político explica por que não pode esquecer torturas
O portal Terra Magazine publicou artigo (02.09.09), do jornalista e deputado federal Emiliano José (PT-BA). Título: Veias Abertas. Tudo bem. A anistia, mesmo parcial, foi uma vitória do povo brasileiro. Mas, não foi ampla, geral e irrestrita. A anistia pretendeu perdoar torturadores e assassinos dos porões da ditadura. Não podemos esquecer.
“Como apagar da carne a morte por fuzilamento de Carlos Lamarca?
Como há de se apagar as mortes de José Campos Barreto - Zequinha -, que tombou ao lado de Lamarca?
Ou a de Otoniel Campos Barreto, irmão de Zequinha, assassinado no primeiro cerco dos assassinos da ditadura na caçada à Lamarca?
Como esquecer os sofrimentos de outro irmão, Olderico Campos Barreto, ferido à bala, impiedosamente torturado durante dias e dias mesmo com a mão ferida em frangalhos?
Como esquecer as torturas, nesse episódio, de idosos, camponeses, toda uma população submetida a um cerco implacável por assassinos como Fleury e Nilton Cerqueira?
Eu e Oldack Miranda contamos tudo isso no livro Lamarca, o Capitão da Guerrilha, a caminho da 16ª edição.
Como pedir a Diva Santana que esqueça de sua irmã Dinaelza Santana?
Como esquecer de Gildo Macedo Lacerda, meu companheiro de AP e de movimento estudantil, preso na Bahia, e mandado para ser morto em Recife?
Como pedir que me esqueça de José Carlos da Matta Machado, Honestino Guimarães, Eduardo Collier e Fernando Santa Cruz? Todos meus companheiros de movimento estudantil, pertencentes à AP, e barbaramente assassinados?
Como esquecer o baiano Carlos Marighella, assassinado friamente em São Paulo?
De vingativos, às vezes nos acusam. Vingativos?
Lembrar disso tudo é nossa lealdade não só política, mas de sentimentos com os que se foram em nome dos nossos sonhos. Aqueles que morreram defendendo a liberdade, a democracia, o socialismo, a justiça, a melhoria de condições de vida do povo, ideias vistas às vezes como vagas, impalpáveis, e por isso mesmo, mais fortes porque anunciadoras do futuro”.
LEIA NA ÍNTEGRA EM TERRA MAGAZINE
“Como apagar da carne a morte por fuzilamento de Carlos Lamarca?
Como há de se apagar as mortes de José Campos Barreto - Zequinha -, que tombou ao lado de Lamarca?
Ou a de Otoniel Campos Barreto, irmão de Zequinha, assassinado no primeiro cerco dos assassinos da ditadura na caçada à Lamarca?
Como esquecer os sofrimentos de outro irmão, Olderico Campos Barreto, ferido à bala, impiedosamente torturado durante dias e dias mesmo com a mão ferida em frangalhos?
Como esquecer as torturas, nesse episódio, de idosos, camponeses, toda uma população submetida a um cerco implacável por assassinos como Fleury e Nilton Cerqueira?
Eu e Oldack Miranda contamos tudo isso no livro Lamarca, o Capitão da Guerrilha, a caminho da 16ª edição.
Como pedir a Diva Santana que esqueça de sua irmã Dinaelza Santana?
Como esquecer de Gildo Macedo Lacerda, meu companheiro de AP e de movimento estudantil, preso na Bahia, e mandado para ser morto em Recife?
Como pedir que me esqueça de José Carlos da Matta Machado, Honestino Guimarães, Eduardo Collier e Fernando Santa Cruz? Todos meus companheiros de movimento estudantil, pertencentes à AP, e barbaramente assassinados?
Como esquecer o baiano Carlos Marighella, assassinado friamente em São Paulo?
De vingativos, às vezes nos acusam. Vingativos?
Lembrar disso tudo é nossa lealdade não só política, mas de sentimentos com os que se foram em nome dos nossos sonhos. Aqueles que morreram defendendo a liberdade, a democracia, o socialismo, a justiça, a melhoria de condições de vida do povo, ideias vistas às vezes como vagas, impalpáveis, e por isso mesmo, mais fortes porque anunciadoras do futuro”.
LEIA NA ÍNTEGRA EM TERRA MAGAZINE