15 de maio de 2009

 

Petrobras perde Guta, a ouvidora-geral

A ouvidora-geral da Petrobras, Maria Augusta Carneiro Ribeiro, morreu hoje (sexta, 15), no Rio de Janeiro depois de ficar mais de 20 dias internada em consequência de um acidente de carro na cidade de búzios. A Petrobras divulgou nota oficial lamentando a morte da funcionária que contribuiu para transformar a Ouvidoria da Petrobras num órgão baseado nos princípios dos Direitos Humanos.

Guta era também coordenadora da Comissão de Diversidade da Petrobras.

Ela fez parte do grupo de revolucionários presos pela ditadura militar e que foi trocado pelo embaixador norte-americano sequestrado, Charles Burke Elbrick, em 1969. É histórica a foto dos revolucionários, incluindo Fernando Gabeira e José Dirceu. Guta era a única mulher do grupo.

NOTA OFICIAL DA PETROBRAS

Petrobras lamenta informar o falecimento da ouvidora geral Maria Augusta Carneiro Ribeiro

A Petrobras lamenta informar o falecimento nesta sexta-feira (15/5), no Rio de Janeiro, de sua ouvidora geral Maria Augusta Carneiro Ribeiro. A Companhia está prestando toda a assistência necessária à família e se solidariza com o luto de seus parentes e amigos. Maria Augusta sofreu um acidente de carro no dia 25/4, em Búzios, Rio de Janeiro, e estava sob cuidados médicos desde então.

A trajetória de Maria Augusta foi marcada pela luta em prol dos direitos humanos e pela redemocratização do país. Ouvidora geral e Coordenadora da Comissão de Diversidade da Petrobras, Guta, como preferia ser chamada, continuou lutando por um Brasil melhor e imprimiu sua marca na Companhia.

Seguindo os princípios básicos de independência, neutralidade e imparcialidade, confidencialidade e informalidade, transformou a Ouvidoria Geral da Petrobras em uma importante ferramenta para a garantia da transparência, valorização dos princípios éticos e respeito aos Direitos Humanos e ao Pacto Global da ONU.

NOTA DO BLOG DE JOSÉ DIRCEU:

Nossa amiga e companheira Guta nos deixou
Infelizmente, Guta não resistiu...


Infelizmente, Maria Augusta Carneiro Ribeiro, a Guta, não resistiu às conseqüências do acidente que sofreu há algumas semanas. Guardarei dela a imagem de combatente e de resistente - marcas que a acompanharam sempre, até agora nesses dias em que, hospitalizada, lutou bravamente pela vida. Essa coragem e disposição são as características maiores que ficam de sua vida inteira.

Sua morte é uma grande perda para os amigos que, como eu, sempre a acompanharam e a admiraram. Guta, junto com companheiros seus do MR-8 e da Dissidência Guanabara - Vladimir Palmeira e Ricardo Vilas Boas - fez parte do grupo dos 15 presos políticos (entre os quais, eu) trocados pelo embaixador americano Charles Burke Elbrick em 1969.

Eu a conheci naquela viagem pós-troca para a cidade do México e depois nos meses de convivência lá, até a nossa ida para Cuba, onde ela viveu um período e se preparou para voltar ao Brasil. Sempre estivemos próximos e ligados politicamente, embora distantes geograficamente, em países e depois em Estados diferentes.

Nesse momento em que me despeço dela, lembro-me de quando nos encontrávamos e de nossa relação afetuosa. Era como retomar o papo do dia anterior. A partida de Guta é uma grande perda para mim e para toda a nossa geração.

Nos últimos anos, ela trabalhou como Ouvidora da Petrobras. Sua última luta (ou a penúltima, antes da que travou pela vida no hospital) foi em defesa do seu sobrinho neto, Sean, cujo pai - o norte-americano David Goldman - trava na justiça, com o pai adotivo brasileiro, uma batalha para levá-lo aos Estados Unidos.

A permanência da criança no Brasil, com a família de sua mãe - Bruna Biachi Carneiro Ribeiro, já falecida - foi a última grande causa na qual Guta se engajou. Essa é uma causa, portanto, que podemos e devemos abraçar como uma homenagem a Guta.

Comments:
Tive a honra de conhecer a Guta e por isso estou imensamente triste. Perde a Petrobras, a sua Ouvidora competente, perde o Brasil um personagem histórico, mas perdem, principalmente, os amigos que amavam esta mulher de opinião forte e sorriso aberto. Vai com Deus Guta! Telma Oliveira
 
Conheci a Guta em uma homenagem feita pela Petrobras, Companhia na qual trabalhamos e compartilho com seus parentes e amigos a admiração e saudade dessa grande mulher, exemplo de luta e determinação pela causas justas. Que Deus lhe cubra de luzes... Patricia Karla
 
Grande pesar uma mulher aguerrida, nossa vou sentir muita falta de sua energia e alegria no mundo,o planeta esta mais triste as cores não tem o mesmo brilho uma grande amiga faziamos aniversario no mesmo dia.

Guta que Assim Seja, Assim se faça!
Awen!
Ana Frank
 
Fernando Gabeira nao estava na foto histórica e nem foi trocado pelo embaixador americano.
Guta... Saudades. Foi muito cedo.
JMGFARIAS
 
Uma das primeiras pessoas que conheci na Petrobras, onde trabalho desde 2007, foi Guta. Fiquei maravilhada com a força e luz dessa mulher que inspira em nós a luta pela justiça e o melhor para todos sempre. Tenho certeza que no plano em ela se encontra agora ela continuará sua obra. Abraço forte aos amigos mais íntimos dela.
Ana Paula.
 
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