9 de abril de 2009

 

UFBA se renova com “Instituto de Humanidades, Artes & Ciências Professor Milton Santos”

O professor Albino Rubim faz uma boa palestra sobre Mídia e Poder, na programação comemorativa do Dia do Jornalista, em Salvador. Começou esclarecendo que não pertence mais aos quadros da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. É que, embora aposentado, o reitor Naomar Alcântara o convidou para presidir o Instituto de Humanidades, Artes e Ciências “Professor Milton Santos”. Trata-se da mais nova unidade da UFBA, criada num momento especial de mudanças qualitativas em toda as universidades federais.

O IHAC como passou a ser conhecido tem por objetivo abrigar os bacharelados interdisciplinares, além dos programas de Pós-Graduação Multidisplinares, dos centros e dos Grupos Interdisciplinares de Pesquisas, de formatação MIT (Multi, inter e trans) disciplinar. O IHAC já está participando ativamente do atual movimento de transformação acadêmica e político-cultural da universidade pública e gratuita. São profundos os impactos na sociedade baiana e brasileira, provocados pela atuação viva, qualificada e renovadora.

Conforme esclarece o site , o IHAC acolhe atividades acadêmicas inovadoras: bacharelados interdisciplinares (Artes; Ciências; Humanidades e Saúde); programas de pós-graduação e centros de pesquisa e extensão de configuração mit (multi, inter e trans) disciplinar. Tais atividades, por sua dimensão inovadora, levaram a UFBA a criar o IHAC, uma instituição mitdisciplinar comprometida com a sociedade e sintonizada com os desafios da contemporaneidade.

A homenagem ao professor Milton Santos é justa.

Geógrafo, cientista social, filósofo, ensaísta e pensador político, autor de mais de 40 livros, Milton de Almeida Santos nasceu em Brotas de Macaúbas, no interior da Bahia, em 1926. Formou-se em Direito pela Universidade da Bahia, no ano de 1948.
Foi professor em Ilhéus e Salvador, autor de livros que surpreenderam os geógrafos brasileiros e de todo o mundo pela originalidade e audácia, como “O Povoamento da Bahia” (1948) e “O Futuro da Geografia” (1953).

Em 1958, retornou à Bahia, com doutorado em Geografia pela Universidade de Estrasburgo; trabalhou no jornal “A Tarde” e na CPE (Comissão de Planejamento Econômico-BA), precursora da Sudene.

A pedido do Reitor Edgard Santos, e com o apoio da Cooperação Técnica do Ministério das Relações Exteriores da França, Milton Santos criou o Laboratório de Geomorfologia e Estudos Regionais da Universidade Federal da Bahia em 1959.
Após o golpe militar de 1964, foi preso e exilado. Exilado entre 1965 e 1977, ensinou em vários países (França, Estados Unidos, Canadá, Peru, Venezuela, Tanzânia), sempre escrevendo e lutando por suas idéias. Em 1977, tentou ingressar na UFBA, porém teve seu nome vetado pelos órgãos de segurança que atuavam na universidade.

Aprovado em concurso para Professor Titular da USP, radicou-se em São Paulo, onde foi membro da Comissão de Justiça e Paz de São Paulo. Doutor honoris causa em várias prestigiosas universidades, tornou-se o único brasileiro a receber o prêmio Vautrin Lud (considerado o prêmio Nobel da geografia), em 1994. Foi condecorado Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico em 1995 e recebeu o Prêmio Chico Mendes em 1999. De sua profícua obra, destacam-se “Por Uma Outra Globalização” (2000) e “A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção” (Prêmio Jabuti, 1997), além de sua obra-mestra “Por uma Geografia Nova” (1979). Milton Santos faleceu em São Paulo, em 24 de junho de 2001.

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