6 de abril de 2009
Jornalista Newton Sobral conta História do Brasil em poemas
Newton Sobral trabalhou nos melhores jornais de Salvador: Tribuna da Bahia, Jornal da Bahia e A Tarde, não necessariamente nesta ordem. Além de jornalista é poeta e professor. Antes do golpe de 1964 foi vice-presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES). Ele vivenciou a fundação do Museu de Arte Moderna da Bahia como assistente da arquiteta Lina Bo Bardi.
Sobral cometeu os poemas “Agulhas de Marear” e “Rondó dos Becos e Ladeiras” com intenção de publicá-los como parte dos eventos comemorativos dos “500 anos do descobrimento”. Não deu certo. A obra somente saiu agora, ilustrada por Ângelo Roberto, e editada pela Assembléia Legislativa da Bahia.
Conforme escreveu o mestre Luis Henrique Dias Tavares no prefácio, “este poema do jornalista Newton Sobral lembra e homenageia os 500 anos da revelação das terras do pau Brasil à Europa em expansão. Sobral foi tomado pela mágica da poesia (...) ele viu e compreendeu a rota dos medos, o mar que chamava o país pequeno e pobre para o desafio, o Tejo, os grandes ventos, as velas batendo, a insegurança do não saber o que havia pela frente (...) as ondas...o desespero das calmarias, a corredeira das correntes ocultas, as praias, aqueles homens cheios de medo, aquelas mulheres com suas vergonhas postas à vista dos olhos e ao apetite das mãos. Terra a vista”.
É assim mesmo. Newton Sobral conta em versos a odisséia, o mar (Mar. O que fizeste de nós/e dos sonhos?/Qual o porto, afinal?/ Portugal. As caravelas (Partiram da esperança/Rumo ao mar ignoto/Levando a cruz encarnada/Sobre as velas brancas). Os fados. O navegador. Os espanhóis. A calmaria. O Caminho das Índias. Terra a vista grita o marujo/ do alto da gávea. “A nau se agita/lá estão os sonhos). Os escravos (nos porões escuros,/como vagões de Auschwitz,/Vieram trabalhar e morrer).
A história vai seguindo e salta para outro poema, “Rondó dos becos e ladeiras”:
Vão também as noites
Levam seu ritmo alegre,
Canções de melancolia,
Samba, axé, samba-reggae
Preliminares da libido
Do sal de corpos em luta,
Doce orgasmo fruído
No fugaz amor das putas
(...)
E vão becos e ruas,
Vilas, largos e praças,
Esquinam que delimitam
A hierarquia das raças,
Contrapondo avenidas,
Morros e luxo e riqueza,
Alagados do sofrimento,
Baixas do tubo e pobreza.
Sobral cometeu os poemas “Agulhas de Marear” e “Rondó dos Becos e Ladeiras” com intenção de publicá-los como parte dos eventos comemorativos dos “500 anos do descobrimento”. Não deu certo. A obra somente saiu agora, ilustrada por Ângelo Roberto, e editada pela Assembléia Legislativa da Bahia.
Conforme escreveu o mestre Luis Henrique Dias Tavares no prefácio, “este poema do jornalista Newton Sobral lembra e homenageia os 500 anos da revelação das terras do pau Brasil à Europa em expansão. Sobral foi tomado pela mágica da poesia (...) ele viu e compreendeu a rota dos medos, o mar que chamava o país pequeno e pobre para o desafio, o Tejo, os grandes ventos, as velas batendo, a insegurança do não saber o que havia pela frente (...) as ondas...o desespero das calmarias, a corredeira das correntes ocultas, as praias, aqueles homens cheios de medo, aquelas mulheres com suas vergonhas postas à vista dos olhos e ao apetite das mãos. Terra a vista”.
É assim mesmo. Newton Sobral conta em versos a odisséia, o mar (Mar. O que fizeste de nós/e dos sonhos?/Qual o porto, afinal?/ Portugal. As caravelas (Partiram da esperança/Rumo ao mar ignoto/Levando a cruz encarnada/Sobre as velas brancas). Os fados. O navegador. Os espanhóis. A calmaria. O Caminho das Índias. Terra a vista grita o marujo/ do alto da gávea. “A nau se agita/lá estão os sonhos). Os escravos (nos porões escuros,/como vagões de Auschwitz,/Vieram trabalhar e morrer).
A história vai seguindo e salta para outro poema, “Rondó dos becos e ladeiras”:
Vão também as noites
Levam seu ritmo alegre,
Canções de melancolia,
Samba, axé, samba-reggae
Preliminares da libido
Do sal de corpos em luta,
Doce orgasmo fruído
No fugaz amor das putas
(...)
E vão becos e ruas,
Vilas, largos e praças,
Esquinam que delimitam
A hierarquia das raças,
Contrapondo avenidas,
Morros e luxo e riqueza,
Alagados do sofrimento,
Baixas do tubo e pobreza.