7 de fevereiro de 2009

 

Deputados do PT defendem asilo ao escritor italiano Cesare Battisti

Os deputados do PT começam a sair de cima do muro. Os pioneiros são os combativos parlamentares José Genoíno (PT-SP) e Nilson Mourão (PT-AC). Para Genoíno, a questão do asilo brasileiro ao ex-militante da luta armada na Itália, Cesare Battisti, “está sendo instrumentalizada pela direita européia”. A grande mídia nossa continua a dar uma repercussão desproporcional ao caso, dando voz aos fascistas e aos mafiosos italianos. Para Mourão, a Itália insiste em não respeitar uma decisão soberana do Brasil.

Os dois deputados do PT criticaram a decisão de um pequeno grupo de parlamentares do Parlamento Europeu de aprovar resolução “expressando o desejo” de que o Brasil volte atrás em sua decisão de conceder asilo político ao escritor Cesare Battisti. De qualquer modo, os que votaram a tal resolução representam apenas 7% do Parlamento Europeu.

Marianne Fischer Boel, representante da Comissão Europeia – braço executivo da União Europeia – contestou a decisão dos italianos, por entender que a Comissão não tem mandato legal para intervir em questões entre dois países.
Em Brasília, o Itamaraty informou que a missão do Brasil junto à União Europeia enviou aos parlamentares europeus um texto com esclarecimentos sobre o processo legal envolvendo o caso Battisti. No texto, assinala-se que há uma lei no país delegando ao ministro da Justiça a tarefa de conceder o status de refugiado.

FASCISTAS AMEAÇAM

A mensagem do pequeno grupo de parlamentares europeus diz abertamente que a decisão do governo brasileiro de não extraditar Battisti "pode ser interpretada como um sinal de desconfiança em relação à União Europeia (UE)", já que o bloco "se baseia, entre outras coisas, no respeito pelos direitos fundamentais e no estado de direito".

Por sugestão da deputada Roberta Angelilli, da Alleanza Nazionale - antigo partido neofascista de Gianfranco Fini - os deputados se levantaram para um minuto de silêncio pelas supostas vítimas de Battisti, que nega o envolvimento nos crimes.

O único que se manifestou contra a resolução foi o sueco Carl Schlyter, dos Verdes. Não por defesa de Battisti, mas por um princípio: segundo ele, o Parlamento não deve se meter em questões entre dois países, quando há um processo judicial tramitando no Brasil. (Com informações da Agência Informes - www.ptnacamara.org.br).

Comments: Postar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?