4 de fevereiro de 2009

 

Governo Wagner investe R$ 4,2 milhões em blocos de carnaval de matriz africana

A Secretaria da Cultura do Estado da Bahia (leia-se Márcio Meirelles), pelo segundo ano consecutivo vai apoiar os blocos de matriz cultural africana. É o intitulado “Carnaval Ouro Negro”, que este ano ganhou mais 12 blocos de percussão.

São 117 entidades, entre afoxés e blocos afros de samba, reggae, índio e percussão. Eles já estão recebendo recursos que variam de R$ 15 mil a R$ 100 mil. No total, o Governo Wagner (PT) vai investir R$ 4,2 milhões, mais que os R$ 3,6 milhões repassados no carnaval de 2008.

Por decisão do Conselho do Carnaval, 50% dos recursos foram antecipados para garantir a produção do desfile. O repasse dos recursos funciona como estímulo à organização, administração e estruturação das entidades. O objetivo é estimular a busca da sustentabilidade dos blocos afro, responsáveis pela diversidade cultural no carnaval da Bahia.

Márcio Meirelles inaugurou um novo tempo. Nada de indicações de vereadores e deputados. Nada de cumpadrismo. Nada de “meu pirão primeiro”. Os recursos destinados a cada uma das 117 entidades cadastradas pelo programa e pelo Conselho do Carnaval foram definidos a partir de critérios pré-estabelecidos e acordados por todos. Os detratores de Márcio Meirelles odeiam a democratização. A turma do “meu pirão primeiro” vai perdendo espaço.

Os afoxés, homenageados oficiais do Carnaval 2009, receberam R$ 10 mil a mais do que em 2008, através de uma parceria entre a Secretaria de Cultura e o Instituto de Gestão das Águas e Clima (Ingá).

LANÇAMENTO DE CATÁLOGO
VAI DAR VISIBILIDADE
AOS BLOCOS AFRO


Segundo informe da Assessoria Geral de Comunicação (Agecom), um catálogo ilustrado do Carnaval Ouro Negro, bilíngue, com informações sobre o programa e com o perfil de todos os blocos apoiados, foi elaborado pela Assessoria de Comunicação da Secult, com apoio do Ingá e da Secretaria do Turismo (Setur), que, junto com a Bahiatursa e com sua Coordenação de Turismo Étnico, desenvolverá ao longo deste ano ações de promoção nacional e internacional do catálogo.

Além de promover e dar visibilidade a essas entidades, atraindo novos foliões, a publicação tem como objetivo potencializar a captação de patrocínio. O lançamento acontece antes do Carnaval, com a presença do governador Jaques Wagner e dos dirigentes dos 117 blocos que integram o programa.

Da mesma forma como em 2008, a TVE fará novamente a transmissão do Carnaval Ouro Negro, com ênfase na valorização dos afoxés e dos blocos afros, de samba e afoxés, na Barra, no Pelourinho e no Campo Grande, com a participação de comentaristas como o historiador Jaime Sodré e a antropóloga Goli Guerreiro.

DEMOCRATIZAÇÃO DOS
RECURSOS ATENDE
MINISTÉRIO PÚBLICO


O programa Carnaval Ouro Negro foi criado seguindo orientações do Ministério Público e da Procuradoria Geral do Estado (PGE) que, em 2007, listaram uma série de exigências para o repasse de verbas para entidades carnavalescas.

O objetivo foi evitar a repetição de problemas de prestação de contas e conflitos no rateio das verbas, registrados no Carnaval de anos anteriores. Existia muita picaretagem e também muita desqualificação. Agora, isso acabou.

A prestação de contas desses grupos tem sido muito bem feita. Das 104 entidades que participaram do programa em 2008, apenas duas tiveram problema com a prestação de contas.

Para garantir a aplicação dos recursos, uma equipe da Secult fiscaliza os desfiles e analisa as informações prestadas pelas entidades no momento do cadastramento, como o número de foliões e de saídas nos circuitos, a indumentária, os equipamentos utilizados, entre outros.

CURSO DE CAPACITAÇÃO
DO SEBRAE MODERNIZA
GESTÃO DOS BLOCOS AFRO


Depois da festa, o programa Carnaval Ouro Negro terá continuidade, a partir de abril, com um curso de capacitação voltado para os dirigentes dos blocos, realizado em parceria com o Sebrae.

O Curso de Gestão Cultural, lançado em novembro de 2008, está estruturado em cinco módulos e vai fornecer subsídios para a elaboração de projetos, prestação de contas, financiamentos culturais, estratégias de negociação e produção cultural.

Além de traçar um plano coletivo visando possíveis empresas patrocinadoras do desfile dos blocos a partir do Carnaval de 2010, o programa vai traçar o perfil de cada bloco para permitir a captação individual dos recursos.

Em dezembro, o Sebrae realizou uma palestra sobre empreendedorismo para diagnosticar o perfil empreendedor das lideranças dos blocos. Diferentemente da grande maioria dos blocos de matriz africana, Olodum, Filhos de Gandhy e Ilê Aiyê possuem capacidade de gerenciamento que lhes permite a busca por patrocínio privado, dando retorno à marca patrocinadora e atraindo recursos para o bloco.

As velhas elites baianas e seus colunistas de jornais odeiam tudo isso!

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