15 de janeiro de 2009
Livro mostra trajetória de Mário Alves, líder comunista assassinado pelos militares em 1970
O jornal A Tarde publica hoje (15/01/2009) uma bela resenha, assinada pela jornalista Eduarda Uzêda. “Livro mostra trajetória de Mário Alves, militante comunista morto em 1970” é a manchete sobre o livro de Gustavo Falcón que resgata a memória do líder comunista barbaramente torturado até a morte pelos militares da ditadura. O lançamento será nesta sexta-feira (16), às 18h, na Reitoria de UFBA, em Salvador.
Segue o texto de A Tarde:
“Mário Alves foi duplamente esquecido pela memória brasileira. E o esquecimento deste homem, um idealista, um ideólogo, um formulador, um mártir e um herói, é surpreendente. Para a direita, seu esquecimento era claro porque seu corpo nunca foi sepultado. E, para a esquerda, porque ele se rebelou contra o pensamento oficial do PCB”.
A afirmação é de Gustavo Falcón, jornalista, doutor em História e professor de Sociologia da UFBA, além de escritor e poeta, que lança amanhã (sexta-feira, 16), às 18h, na Reitoria da UFBA, o livro “Do Reformismo à luta armada – A trajetória política de Mário Alves”.
A obra, fruto do trabalho de pesquisa para a tese de doutorado de Falcón, disseca a trajetória e o momento histórico de Mário Alves (1923-1970), um dos mais importantes comunistas brasileiros, membro do alto escalão do PCB por longas décadas e fundador, na segunda metade dos anos 60, do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), junto com Jacob Gorender e Apolônio de Carvalho, dentre outros.
REALIDADE DOS FATOS
O jornalista e escritor Emiliano José, que assina o prefácio da publicação, depõe sobre a obra: “O livro de Gustavo Falcón é um rigoroso resgate histórico. E que, para insistir, emociona a todos, e mais àqueles que estiveram mergulhados na difícil luta contra a ditadura. E quando falo em rigoroso resgate não estou advogando nenhuma imparcialidade”.
“Não há texto desinteressado, imparcial – é necessário repetir esta obviedade. Há, isso sim, se o autor for sério, o esforço consciente para se aproximar da realidade dos fatos, e isso Gustavo Falcón o faz com grande discernimento e disciplina”, completa.
Já Jorge Nóvoa, doutor em Sociologia pela Universidade de Paris VII, ao falar da obra, na orelha do livro, diz que Gustavo Falcón teve muita coragem ao decidir escrever sobre Mário Alves. “Mário preferiu pagar o preço da delação com a própria vida. Para ele, e para alguns poucos, não vergar sobre a tortura significou também contestar até a morte inimigos e as formas de dominação que o capital havia estabelecido até então”.
Gustavo Falcón, que levou três anos para escrever o livro, afirma: “A vida dele resume a glória e a tragédia da esquerda brasileira”. E acrescenta que o livro, dividido em seis capítulos, começa com a reconstituição das últimas horas de vida de Mário Alves.
Mário Alves foi assassinado por integrantes do DOI-CODI, exatamente no dia 16 de janeiro de 1970, no Rio de Janeiro, depois de ser torturado. No segundo capítulo, Gustavo Falcón contra a origem de Mário Alves na região do São Francisco, Bahia, e como se tornou socialista.
O terceiro e quarto capítulos mostram o recrutamento de Mário, aos 16 anos, como ele se tornou um jornalista precoce, chegando a dirigir “O Momento”, jornal do PCB, e sua militância.
O quinto capítulo apresenta Mário como grande dirigente na alta hierarquia do PCB e formulador político. No sexto, a desilusão com o reformismo e por que ele defendeu a luta armada.
Segue o texto de A Tarde:
“Mário Alves foi duplamente esquecido pela memória brasileira. E o esquecimento deste homem, um idealista, um ideólogo, um formulador, um mártir e um herói, é surpreendente. Para a direita, seu esquecimento era claro porque seu corpo nunca foi sepultado. E, para a esquerda, porque ele se rebelou contra o pensamento oficial do PCB”.
A afirmação é de Gustavo Falcón, jornalista, doutor em História e professor de Sociologia da UFBA, além de escritor e poeta, que lança amanhã (sexta-feira, 16), às 18h, na Reitoria da UFBA, o livro “Do Reformismo à luta armada – A trajetória política de Mário Alves”.
A obra, fruto do trabalho de pesquisa para a tese de doutorado de Falcón, disseca a trajetória e o momento histórico de Mário Alves (1923-1970), um dos mais importantes comunistas brasileiros, membro do alto escalão do PCB por longas décadas e fundador, na segunda metade dos anos 60, do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), junto com Jacob Gorender e Apolônio de Carvalho, dentre outros.
REALIDADE DOS FATOS
O jornalista e escritor Emiliano José, que assina o prefácio da publicação, depõe sobre a obra: “O livro de Gustavo Falcón é um rigoroso resgate histórico. E que, para insistir, emociona a todos, e mais àqueles que estiveram mergulhados na difícil luta contra a ditadura. E quando falo em rigoroso resgate não estou advogando nenhuma imparcialidade”.
“Não há texto desinteressado, imparcial – é necessário repetir esta obviedade. Há, isso sim, se o autor for sério, o esforço consciente para se aproximar da realidade dos fatos, e isso Gustavo Falcón o faz com grande discernimento e disciplina”, completa.
Já Jorge Nóvoa, doutor em Sociologia pela Universidade de Paris VII, ao falar da obra, na orelha do livro, diz que Gustavo Falcón teve muita coragem ao decidir escrever sobre Mário Alves. “Mário preferiu pagar o preço da delação com a própria vida. Para ele, e para alguns poucos, não vergar sobre a tortura significou também contestar até a morte inimigos e as formas de dominação que o capital havia estabelecido até então”.
Gustavo Falcón, que levou três anos para escrever o livro, afirma: “A vida dele resume a glória e a tragédia da esquerda brasileira”. E acrescenta que o livro, dividido em seis capítulos, começa com a reconstituição das últimas horas de vida de Mário Alves.
Mário Alves foi assassinado por integrantes do DOI-CODI, exatamente no dia 16 de janeiro de 1970, no Rio de Janeiro, depois de ser torturado. No segundo capítulo, Gustavo Falcón contra a origem de Mário Alves na região do São Francisco, Bahia, e como se tornou socialista.
O terceiro e quarto capítulos mostram o recrutamento de Mário, aos 16 anos, como ele se tornou um jornalista precoce, chegando a dirigir “O Momento”, jornal do PCB, e sua militância.
O quinto capítulo apresenta Mário como grande dirigente na alta hierarquia do PCB e formulador político. No sexto, a desilusão com o reformismo e por que ele defendeu a luta armada.