17 de outubro de 2008
Memórias da imprensa baiana em 23 entrevistas
O jornalista e professor Sérgio Mattos lançou “Memória da imprensa contemporânea da Bahia”. São 23 entrevistas de resgate histórico de protagonistas do jornalismo. Os entrevistadores foram 25 alunos da disciplina “Técnica de Entrevista e Reportagem”, ministrada por Sérgio Mattos no curso de jornalismo das Faculdades Integradas Ipitanga/Unibahia, entre 2002 a 2004.
Os entrevistados foram Agostinho Muniz, Álvaro Henrique, Antônio Carlos Magalhães, Carlos Navarro, Emiliano José, Fernando Rocha, Fernando Vita Souza, Florisvaldo Mattos, Germano Machado, Ivan Pedro, João Falcão, José Olímpio da Rocha, José Valverde, Manoel Canário, Nelson Varón Cadena, Pancho Gomes, Paolo Marconi, Perfilino Neto, Raimundo Varela, Reynivaldo Brito, Samuel Celestino, Tasso Franco e o próprio Sérgio Mattos.
Ninguém poderá dizer que conhece a história da imprensa contemporânea baiana se não tiver lido estes depoimentos. Cada qual em seu tempo, os entrevistados vivenciaram a imprensa, rádio, jornal e televisão, desde os tempos dos Diários Associados, passando pela ditadura militar, até os dias atuais.
Os depoimentos revelam as marcas, para o bem e para o mal, do jornalismo de cada época. Trata-se de um resgate histórico com personagens vivos. A entrevista com ACM (já falecido), que exerceu por 25 anos a profissão, é antológica. A jornalista perguntou-lhe como analisava a participação das mulheres no jornalismo. No que ele respondeu: “vejo muito bem. Há muitas mulheres no jornalismo. Eu tenho muitas amigas jornalistas”. Profundo, muito profundo.
Há uma lacuna na obra. Embora o jornalista Tasso Franco tenha sido entrevistado, nem ele, nem os entrevistadores, registraram a experiência do jornal Bahia Hoje, responsável pela introdução da informática nas redações na Bahia. É muito estranho porque foi Tasso Franco o responsável pelo seu planejamento e implantação Foi o Diretor de Redação do jornal, totalmente a cores, que empregava 120 jornalistas. A única referência ao Bahia Hoje foi feita pelo jornalista José de Castro Leal Valverde, que afirmou, sem provas, que o empreendimento teria sido financiado por recursos da campanha de Fernando Collor. Pela seriedade de toda uma vida, não acredito que Tasso Franco entrasse numa roubada dessa. Há um cheiro de calúnia no ar.
Mesmo com tal lacuna (que demonstra uma falha na pesquisa), a obra é de leitura imperdível. Para mim, foi uma viagem no tempo. Lembrei-me da beleza que era o jornalismo na Tribuna da Bahia, no Jornal da Bahia, o heroísmo dos jornais alternativos nanicos, o qualificado trabalho das sucursais dos jornais do Sul, a censura, as barbaridades dos censores, as idiotices dos militares, lembrei-me do jornalismo opinativo e de suas variáveis degradadas, a presença brilhante dos comunistas nas redações. Tem também muito humor. Paolo Marconi, por exemplo, conseguiu taxar de "bom jornalismo" a maior excrescência que se produziu na história do jornalismo baiano – que foi o Correio da Bahia. Até o dono do jornal – ACM – criticou na entrevista o envolvimento político daquele jornal.
Os entrevistados foram Agostinho Muniz, Álvaro Henrique, Antônio Carlos Magalhães, Carlos Navarro, Emiliano José, Fernando Rocha, Fernando Vita Souza, Florisvaldo Mattos, Germano Machado, Ivan Pedro, João Falcão, José Olímpio da Rocha, José Valverde, Manoel Canário, Nelson Varón Cadena, Pancho Gomes, Paolo Marconi, Perfilino Neto, Raimundo Varela, Reynivaldo Brito, Samuel Celestino, Tasso Franco e o próprio Sérgio Mattos.
Ninguém poderá dizer que conhece a história da imprensa contemporânea baiana se não tiver lido estes depoimentos. Cada qual em seu tempo, os entrevistados vivenciaram a imprensa, rádio, jornal e televisão, desde os tempos dos Diários Associados, passando pela ditadura militar, até os dias atuais.
Os depoimentos revelam as marcas, para o bem e para o mal, do jornalismo de cada época. Trata-se de um resgate histórico com personagens vivos. A entrevista com ACM (já falecido), que exerceu por 25 anos a profissão, é antológica. A jornalista perguntou-lhe como analisava a participação das mulheres no jornalismo. No que ele respondeu: “vejo muito bem. Há muitas mulheres no jornalismo. Eu tenho muitas amigas jornalistas”. Profundo, muito profundo.
Há uma lacuna na obra. Embora o jornalista Tasso Franco tenha sido entrevistado, nem ele, nem os entrevistadores, registraram a experiência do jornal Bahia Hoje, responsável pela introdução da informática nas redações na Bahia. É muito estranho porque foi Tasso Franco o responsável pelo seu planejamento e implantação Foi o Diretor de Redação do jornal, totalmente a cores, que empregava 120 jornalistas. A única referência ao Bahia Hoje foi feita pelo jornalista José de Castro Leal Valverde, que afirmou, sem provas, que o empreendimento teria sido financiado por recursos da campanha de Fernando Collor. Pela seriedade de toda uma vida, não acredito que Tasso Franco entrasse numa roubada dessa. Há um cheiro de calúnia no ar.
Mesmo com tal lacuna (que demonstra uma falha na pesquisa), a obra é de leitura imperdível. Para mim, foi uma viagem no tempo. Lembrei-me da beleza que era o jornalismo na Tribuna da Bahia, no Jornal da Bahia, o heroísmo dos jornais alternativos nanicos, o qualificado trabalho das sucursais dos jornais do Sul, a censura, as barbaridades dos censores, as idiotices dos militares, lembrei-me do jornalismo opinativo e de suas variáveis degradadas, a presença brilhante dos comunistas nas redações. Tem também muito humor. Paolo Marconi, por exemplo, conseguiu taxar de "bom jornalismo" a maior excrescência que se produziu na história do jornalismo baiano – que foi o Correio da Bahia. Até o dono do jornal – ACM – criticou na entrevista o envolvimento político daquele jornal.