2 de setembro de 2008

 

Para neutralizar os golpistas, Lula afasta cúpula da Abin

O presidente Lula sabe que denúncia da revista Veja não é flor que se cheire. Mas, a denúncia da revista Veja está servindo ao presidente do STF, Gilmar Mendes, que também não é flor que se cheire. Eles querem criar uma crise institucional em plena campanha eleitoral. Como cidadão brasileiro, eu defendo a escuta de todos os bandoleiros, de colarinho branco inclusive. Quem não deve não teme.

Ao afastar o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda, o presidente Lula mata o golpe na raiz. Para não dar mais corda aos golpistas, Lula afastou também o diretor-adjunto da Abin, José Milton Campana.
Pronto. Acabou a "crise" entre os poderes.

Lula está ficando escolado. Ele sabe que a turma de Daniel Dantas encravada no STF não é de brincadeira. Até o foco das manchetes mudou.

LEIA A NOTA PRESIDENCIAL QUE ABAFOU O GOLPISMO:

O presidente da República, após ouvir a coordenação de governo sobre a denúncia de interceptação ilegal de telefonema do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, decidiu:

1) Referendar o pedido do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Jorge Armando Felix, ao ministro da Justiça, Tarso Genro, de abertura de inquérito policial pela Polícia Federal para investigar os fatos;

2) Para assegurar a transparência do inquérito, afastar temporariamente a direção da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) até o final das investigações;

3) Manifestar a expectativa de que o Congresso Nacional aprove o mais rápido possível o PL 3272/08, de iniciativa do Poder Executivo, que regula e limita as escutas telefônicas para fim de investigação policial;

4) Determinar ao Ministério da Justiça a elaboração, em conversações com o Supremo Tribunal Federal, de projeto de lei que agrave a responsabilidade administrativa e penal dos agentes públicos que cometerem ilegalidades no tocante a interceptações telefônicas e de qualquer pessoa que viole por meio de interceptação o direito de todo cidadão à privacidade e à intimidade.

Brasília, 1.º de setembro de 2008
Secretaria de Imprensa da Presidência da República

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