Bahia de Fato

O blog “Brasil Mostra a Tua Cara”, da Glória Leite, me chamou a atenção. Poucos minutos após Lula anunciar a Política Industrial (12/05) o Globo Online divulgou o fato e plantou uma frase no meio da notícia: “a colunista Miriam leitão, no entanto, acredita que as medidas devem prejudicar a economia”. Mas, como? A notícia acabava de sair do forno. Ou a Miriam Leitão é um gênio ou está se prestando a um triste e vergonhoso papel. O redator do Globo Online está seguindo à risca o manual de anti-jornalismo da Rede Globo e está “testando hipóteses”.

Segundo a Agência Brasil, o volume de financiamentos previsto na nova política industrial, atingirá R$ 251,9 bilhões nos próximos dois anos. Desse total, R$ 210,4 bilhões virão de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para os setores industrial e de serviços e R$ 41,5 bilhões virão do Programa de Apoio à Capacitação Tecnológica da Indústria do Ministério da Ciência e Tecnologia.

Ao todo, 25 setores da indústria serão beneficiados com medidas de facilitação do crédito no BNDES e de desoneração, mas essa quantidade pode aumentar. De acordo com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a política de desenvolvimento produtivo fará o governo deixar de arrecadar R$ 21,4 bilhões até 2011.

A nova política estabelece quatro metas a serem atingidas até 2010: acelerar o investimento fixo; estimular a inovação; ampliar a inserção internacional e o número de micro e pequenas empresas exportadoras.

A primeira é elevar o investimento direto na economia de 17,6% para 21% do Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país), em 2010.

Com as medidas anunciadas, o governo também pretende aumentar os investimentos privados em pesquisa e desenvolvimento de 0,51% para 0,65% do PIB até 2010.

A Política de Desenvolvimento Produtivo prevê que as exportações brasileiras passem de 1,18% do comércio mundial (US$ 160,6 bilhões), registrado no ano passado, para 1,25%, o equivalente a US$ 208,8 bilhões no final de 2010.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, isso exigirá que as vendas externas do Brasil cresçam 9,8% ao ano.

Ainda assim,segundo o Globo Online a Miriam Leitão não gostou.

Opinião diferente tem a Confederação Nacional da Indústria (CNI) que informou que a nova política tem foco e põe o desenvolvimento da indústria no centro do país. “Durante muitos anos, prevaleceu a idéia de que bastava criar um ambiente macroeconômico adequado e o resto era remetido à vontade dos agentes econômicos”, apontou a entidade. Claro, eles querem sempre mais e pediram redução de impostos e juros mais baixos. Entretanto, elogiaram.

Segundo Luciano Coutinho, presidente do BNDES, a nova política industrial é uma forma inteligente de conceder incentivos fiscais, porque só vai usufruir dos incentivos quem investir, quem inovar. Trata-se de uma forma eficiente e inteligente de usar a renúncia fiscal.

O debate mal começou e a Miriam Leitão já tem opinião negativa formada. Nos tempos de FHC ela elogiava fácil, fácil.