13 de janeiro de 2008
MEDITAÇÃO DO SILÊNCIO
Adelmo Oliveira
Poema publicado em "Cântico para o deus dos ventos e das águas"
Contra a dureza fria das máquinas
Contra o ruído cavo do mundo
Nasci para conquistar aldeias
E reunir as cidades e o campo
Profecia? Não serei profeta
– Grandes rebanhos do mundo moram
Em arranha-céus de arquitetura
E não pisam caminhos de orvalho
As almas ficam assim paradas
Que levantam estátuas de sombra
– Não respiram porque são de cera
– Já não se amam porque são de bronze
O gesto se perdeu no próprio eco
Cravado à fuligem das paredes
– A saliva em sal espuma a boca
E as palavras se petrificaram
Cedo, os corações se endureceram
Com setas de estruturas metálicas
– Só os operários da manhã
Acordam a sirene nas fábricas
O céu é um lacre azul de vidro
Que corrói as ânsias confinadas
– Ora é o tédio, ora é o delírio
Comprimindo o peito e a esperança
Inverterei agora o crepúsculo
Para conquistar a luz do dia
Profecia? Não serei profeta
– Não tenho ferida sob os pés
Sou pregador de antigas parábolas
– Sempre visito a porta dos túmulos
Não professo religiões mágicas
– Sempre aplaquei a ira dos tiranos
Profecia? Não serei profeta
Meu reino é o das estrelas eternas
– Minhas mãos não serão crucificadas
Entre a palavra, o mundo e o tempo
PARA LER MAIS
Poema publicado em "Cântico para o deus dos ventos e das águas"
Contra a dureza fria das máquinas
Contra o ruído cavo do mundo
Nasci para conquistar aldeias
E reunir as cidades e o campo
Profecia? Não serei profeta
– Grandes rebanhos do mundo moram
Em arranha-céus de arquitetura
E não pisam caminhos de orvalho
As almas ficam assim paradas
Que levantam estátuas de sombra
– Não respiram porque são de cera
– Já não se amam porque são de bronze
O gesto se perdeu no próprio eco
Cravado à fuligem das paredes
– A saliva em sal espuma a boca
E as palavras se petrificaram
Cedo, os corações se endureceram
Com setas de estruturas metálicas
– Só os operários da manhã
Acordam a sirene nas fábricas
O céu é um lacre azul de vidro
Que corrói as ânsias confinadas
– Ora é o tédio, ora é o delírio
Comprimindo o peito e a esperança
Inverterei agora o crepúsculo
Para conquistar a luz do dia
Profecia? Não serei profeta
– Não tenho ferida sob os pés
Sou pregador de antigas parábolas
– Sempre visito a porta dos túmulos
Não professo religiões mágicas
– Sempre aplaquei a ira dos tiranos
Profecia? Não serei profeta
Meu reino é o das estrelas eternas
– Minhas mãos não serão crucificadas
Entre a palavra, o mundo e o tempo
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