19 de outubro de 2007
Veterana da luta contra a ditadura, educadora Tânia Miranda lança livro em Salvador
Será quarta-feira, 24 de outubro, às 19h, o lançamento do livro de Tânia Miranda, professora de História, Mestre em Educação, Diretora de Educação na Superintendência de Desenvolvimento da Educação Básica da secretaria da Educação do Governo Jaques Wagner. Local: Bar Pós-Tudo, no Rio Vermelho. O título é ENSINAR/APRENDER HISTÓRIA RECENTE: A RESISTÊNCIA À DITADURA MILITAR NO BRASIL.
O prefácio da obra é da autoria do professor, jornalista e escritor Emiliano José.
LEIA TRECHO DO EXCELENTE PREFÁCIO DE EMILIANO JOSÉ:
O livro de Tânia Miranda foi, para mim, extremamente revelador. Até agora, eu caminhava meio às apalpadelas, sem certeza de que devia prosseguir na empreitada de tratar da história recente, temeroso de iconoclastias inconseqüentes.
Tânia desenvolve, com ousadia e densidade, uma crítica severa sobre o ensino de história, evidenciando a tentativa permanente desse ensino de afastar-se do presente, como que, para não queimar as mãos, para não se envolver com as coisas do mundo, para não tomar posição, para assumir uma posição de neutralidade, de aparente imparcialidade diante da marcha da história.
É incrível que o nosso ensino seja incapaz, como ela revela, de dar conta, até esse momento, do que foi a ditadura militar, 21 anos de terror e de sombras.
Não deveriam as novas gerações conhecer o que foram esses anos? Não deveriam nossos jovens saber o que foram as prisões, as torturas, os calabouços, o pau-de-arara, o choque elétrico, a tortura sistemática, as pessoas desaparecidas, os assassinatos? O silêncio, a censura, o amordaçamento das artes, da cultura?
Por que calar sobre tudo isso?
Por que o nosso ensino se cala sobre tudo isso, quase cúmplice da nuvem sombria que abafou nossas vidas?
Trata-se de um livro ousado. Tânia teve que romper barreiras, inclusive, diria, as de natureza psicanalítica. Afinal, fora vítima desse período. Vítima e protagonista. Barreiras psicanalíticas e também acadêmicas.
O prefácio da obra é da autoria do professor, jornalista e escritor Emiliano José.
LEIA TRECHO DO EXCELENTE PREFÁCIO DE EMILIANO JOSÉ:
O livro de Tânia Miranda foi, para mim, extremamente revelador. Até agora, eu caminhava meio às apalpadelas, sem certeza de que devia prosseguir na empreitada de tratar da história recente, temeroso de iconoclastias inconseqüentes.
Tânia desenvolve, com ousadia e densidade, uma crítica severa sobre o ensino de história, evidenciando a tentativa permanente desse ensino de afastar-se do presente, como que, para não queimar as mãos, para não se envolver com as coisas do mundo, para não tomar posição, para assumir uma posição de neutralidade, de aparente imparcialidade diante da marcha da história.
É incrível que o nosso ensino seja incapaz, como ela revela, de dar conta, até esse momento, do que foi a ditadura militar, 21 anos de terror e de sombras.
Não deveriam as novas gerações conhecer o que foram esses anos? Não deveriam nossos jovens saber o que foram as prisões, as torturas, os calabouços, o pau-de-arara, o choque elétrico, a tortura sistemática, as pessoas desaparecidas, os assassinatos? O silêncio, a censura, o amordaçamento das artes, da cultura?
Por que calar sobre tudo isso?
Por que o nosso ensino se cala sobre tudo isso, quase cúmplice da nuvem sombria que abafou nossas vidas?
Trata-se de um livro ousado. Tânia teve que romper barreiras, inclusive, diria, as de natureza psicanalítica. Afinal, fora vítima desse período. Vítima e protagonista. Barreiras psicanalíticas e também acadêmicas.