13 de julho de 2007

 

Lula "dá força" a governo de Wagner

Com esse título, assim a Gazeta Mercantil noticiou Lula na Bahia:

José Pacheco Maia Filho - Gazeta Mercantil - 13/7/2007

O presidente libera recursos para o estado e lembra que o amigo só tem 6 meses de mandato. O anúncio feito ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva de R$ 1,369 bilhão de investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em obras de saneamento básico e habitação (urbanização de favelas) em 21 das 417 cidades baianas foi uma tentativa de levantar o moral do governador Jaques Wagner.

Depois da surpreendente vitória e a grande expectativa criada em torno de sua eleição, o amigo do presidente e ex-ministro de Relações Institucionais não vive um bom momento em sua administração. Áreas prioritárias de sua plataforma política, como educação e saúde, não decolaram como se esperava nesses primeiros 132 dias de mandato do petista que derrotou nas urnas o "carlismo" do senador Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA).

A experiência sindical do governador parece não estar funcionando muito nas negociações com os servidores públicos. Os professores da rede estadual de ensino ficaram no semestre passado 58 dias em greve, quase comprometendo o ano letivo de centenas de milhares de estudantes.

Os professores voltaram ao trabalho no último dia 3, mais para evitar a possibilidade da perda do ano letivo do que satisfeitos com a proposta do governo de reajuste de 4,5% para os profissionais mais graduados e 17,5% para equiparar o salário dos demais ao salário mínimo. Uma agravante que poderá causar a volta da greve é que os salários dos professores foram cortados e até ontem não haviam sido restituídos. "Nunca nos governos anteriores isso tinha acontecido", reclama o professor Romualdo Câmara.

Na saúde, depois de suspender o sistema de contratação de serviços médicos por meio de cooperativas, alegando prejuízo ao erário, o governo baiano não conseguiu preencher as 3.955 vagas abertas com o cancelamento dos contratos. Criou um caos no atendimento e está voltando a terceirizar os serviços a um custo mais alto.

Os problemas não se limitam à educação e saúde. A segurança também não está deixando a população satisfeita. O número de homicídios no estado aumentou 28% este ano. Os delegados, agentes, peritos e escrivão ameaçam parar a polícia civil nos próximos, caso não tenham reivindicações salariais atendidas.

Compreensão

O presidente Lula, em seu discurso, ontem, pediu paciência com Wagner. Argumentou que o governador tem apenas seis meses de mandato. Para ele, é preciso haver racionalidade nas greves. "Não sou contra a greve. Fui o primeiro a fazê-las no governo militar, mas é preciso compreender que Wagner ainda está ajustando a máquina e não dá para fazer em seis meses o que não foi feito em 30 anos", afirmou.

Lula aconselhou Wagner a não se "avexar". "Se eu trouxe recursos para o governo passado, muito mais vou trazer para você", disse, lembrando que o presidente não escolhe o partido que vai ajudar, nem a cidade nem o estado, mas age de acordo com a necessidade do povo. Neste momento, aproveitou e citou os nomes dos prefeitos de outras legendas adversárias, como Fernando Gomes (DEM) e Misael Aguilar (DEM), que estavam tendo suas cidades contempladas com recursos do PAC.

As palavras de Lula não puderam ser ouvidas pelas centenas de trabalhadores e servidores públicos insatisfeitos, que estavam com faixas de protesto, do lado de fora do sofisticado Teatro Castro Alves, palco da cerimônia. No momento em que as autoridades ainda chegavam à solenidade, o servidor Noel Lima manifestava sua frustração com Lula e Wagner: "Eles não estão atendendo às nossas expectativas".

No palco do teatro, a cada frase de efeito, Lula era aplaudido efusivamente.O único partido que se destacava nas camisas dos presentes, que se localizavam ao fundo do teatro, era o PMDB. Os peemedebistas, ministro da Integração Regional, Geddel Vieira Lima, e o prefeito de Salvador, João Henrique, também eram saudados entusiasticamente. Geddel reafirmou seu compromisso com o projeto de transposição do Rio São Francisco.

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