12 de agosto de 2006
As escolas não ensinam o que foi a ditadura militar
A professora baiana Tânia Miranda vai transformar em livro sua dissertação de Mestrado “A Resistência à Ditadura Militar no Brasil e o Ensino da História Recente”, defendida na Faculdade de Educação da UFBA. Coube a Emiliano José, professor de comunicação da FACOM (UFBA), licenciado para sua candidatura a deputado federal pelo PT, fazer o prefácio da obra. Segundo ele, Tânia Miranda desenvolve com ousadia e densidade uma severa crítica ao ensino de História, que tem a tendência de afastar-se do presente, como se tivesse medo de queimar as mãos, talvez para aparentar uma posição de neutralidade.
“Nosso ensino não aborda o que foi realmente 21 anos de ditadura militar, tempos de terror e sombras. Não deveriam as novas gerações conhecer o que foram esses anos? Não deveriam nossos jovens saber o que foram as prisões, as torturas, os calabouços, o pau-de-arara, o choque elétrico, a tortura sistemática, as pessoas desaparecidas, os assassinatos? O silêncio, a censura, o amordaçamento das artes, da cultura? Por que calar sobre tudo isso? Por que o nosso ensino se cala sobre tudo isso, quase cúmplice da nuvem sombria que abafou nossas vidas?”, escreve Emiliano.
Segundo Emiliano, trata-se de um livro ousado. Tânia teve que romper barreiras. A Academia sempre aconselha prudência, que é irmã do conservadorismo. O ensino de História aconselha o decantamento, a passagem do tempo, para só então revelar os segredos da história. Ela resolveu ir à luta. Trabalhar sua dissertação na contramão de tudo aquilo que a tradição recomendava. E desnudar o reacionarismo de uma metodologia curricular que termina por evitar que os professores cheguem ao tempo presente, que os alunos conheçam o seu tempo.
A nossa história recente não chega às salas de aula – eis uma das lições centrais de Tânia Miranda. Aguardemos o livro.
“Nosso ensino não aborda o que foi realmente 21 anos de ditadura militar, tempos de terror e sombras. Não deveriam as novas gerações conhecer o que foram esses anos? Não deveriam nossos jovens saber o que foram as prisões, as torturas, os calabouços, o pau-de-arara, o choque elétrico, a tortura sistemática, as pessoas desaparecidas, os assassinatos? O silêncio, a censura, o amordaçamento das artes, da cultura? Por que calar sobre tudo isso? Por que o nosso ensino se cala sobre tudo isso, quase cúmplice da nuvem sombria que abafou nossas vidas?”, escreve Emiliano.
Segundo Emiliano, trata-se de um livro ousado. Tânia teve que romper barreiras. A Academia sempre aconselha prudência, que é irmã do conservadorismo. O ensino de História aconselha o decantamento, a passagem do tempo, para só então revelar os segredos da história. Ela resolveu ir à luta. Trabalhar sua dissertação na contramão de tudo aquilo que a tradição recomendava. E desnudar o reacionarismo de uma metodologia curricular que termina por evitar que os professores cheguem ao tempo presente, que os alunos conheçam o seu tempo.
A nossa história recente não chega às salas de aula – eis uma das lições centrais de Tânia Miranda. Aguardemos o livro.