12 de julho de 2006

 

Wagner, presidente Lula e Stevie Wonder brilham na Bahia

Como não poderia deixar de ser, o candidato ao governo da Bahia, Jaques Wagner (PT), foi à Base Aérea de Salvador (11.07) recepcionar seu amigo presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva. Na quarta-feira (12.07) não desgarrou do presidente e o acompanhou ao Centro de Convenções para a abertura da II Conferência Internacional de Intelectuais da África e da Diáspora, um evento promovido pelo Brasil em parceria com a União Africana. Até sexta-feira, 14 de julho, os participantes de 40 países africanos vão debater o tema “A Diáspora e o Renascimento Africano”. Lula, em seu pronunciamento, afirmou que é preciso superar a herança histórica da pobreza, da discriminação racial e da exclusão social numa sociedade onde há falta de democracia e solidariedade. Parecia até que estava falando para os “intelectuais” racistas do Brasil que lutam contra as cotas e o Estatuto da Igualdade Racial.

Segundo o presidente, “os intelectuais e a sociedade civil da África e da Diáspora são protagonistas dessa tarefa”. Também disse que a presença de líderes do continente africano em Salvador – ao todo são 7 chefes de Estado – demonstra que os temas que estão sendo discutidos ganharam prioridade na agenda do Brasil e dos países africanos. “Viemos a Salvador consolidar o diálogo permanente entre a África e as regiões onde sua gente e civilização deixaram no país”. Em debate estão temas como saúde, educação, religião, comércio ciência e tecnologia.

A diáspora – mais de 12 milhões de africanos que foram espalhados pelas Américas com a escravidão e o tráfico negreiro – é assunto central do simpósio. Diáspora, do grego diasporá, significa a dispersão desses povos pela força dos colonizadores escravocratas. O presidente Lula voltou a cobrar das nações ricas mais solidariedade à África. Sintomático que a fala de Lula tenha se dado 48 antes dele embarcar para uma reunião com o Grupo G8, que congrega as nações mais ricas do mundo.

"Parece que ninguém hoje tem responsabilidade. Parece que não aconteceu nada, que a África é pobre porque é um continente negro; que a África é pobre porque não tem escola; que a África é pobre porque não tem desenvolvimento e ninguém assume a responsabilidade de dizer que a África é pobre porque, durante mais de 300 anos, mulheres, crianças e jovens eram tornados escravos para construir algumas das nações que são ricas hoje".

Quase, quase Stevie Wonder rouba a cena, ao cantar no gogó e defender no Brasil a divulgação da História da África.

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