4 de outubro de 2013
Corrupção na jornada de trabalho desmoraliza protestos de médicos
Era previsível. Pipocam denúncias de burlas nas jornadas de
médicos pelo Brasilzão. A Folha de S. Paulo, que estimulou protestos
corporativos dos jalecos brancos, volta suas baterias agora para as distorções
no mercado de trabalho. “Descumprimento de jornada por médicos é alvo de
apurações” destampa a manchete (28/09/2013). Em pelo SEIS estados há comprovações
e inquéritos pelo não cumprimento da jornada de trabalho. Como é que médicos
que não cumprem suas próprias jornadas de trabalho podem protestar contra o programa
Mais Médicos? Eis a pergunta.
Em Minas Gerais, o Ministério Público, ao cruzar dados na
rede do SUS descobriu coisas horrorosas. No Sudeste de Minas, os promotores
cruzaram dados desde 2009 e constataram irregularidades, médicos vinculados a
três empregos públicos, quando a Constituição proíbe acúmulo de mais de dois
cargos do mesmo tipo. Há 100 inquéritos envolvendo funcionários das redes
estadual e municipal – 90% deles, médicos. São 94 municípios do Sudeste de
Minas prejudicados por crimes de falsidade ideológica e improbidade
administrativa.
Em Santa Catarina, o TCE constatou problemas no Hospital
Regional de São José, na Grande Florianópolis, onde apenas 8% dos médicos dos centros
cirúrgicos cumpriam 80 horas mensais contratadas, 65% não cumpriam a jornada de
trabalho e 27% não tinham sequer REGISTRO. No Hospital Infantil Joana de
Gusmão, em Florianópolis, de 13 mil horas contratadas em 2011, apenas 5,4 mil
constavam como de fato trabalhadas.
Em Mato Grosso do Sul, o assunto virou CPI na Assembléia,
para apurar irregularidades na gestão de recursos do SUS. O mesmo problema foi
detectado nas maiores cidades, como Campo Grande, Dourados, Corumbá, Naviraí e
Ponta Porã. Tem médico contratado por
8h, mas que não cumpre nem duas horas.
No Piauí houve intervenção no Hospital Dirceu Arcoverde, em
Parnaíba. Em Alagoas, os médicos peritos contratados para 20 horas cumpriam 9
horas nos IMLsde Maceió e Arapiraca.
Em São Paulo, o município de Araraquara declarou “guerra” ao
não cumprimento dos horários dos médicos, que fizeram greve por causa da
instalação de pontos eletrônicos.
E vejam que as investigações sequer chegaram à Bahia. Será
gente desse tipo que hostiliza médicos cubanos nas ruas, aeroportos e redes
sociais?Escândalo: ministro do STF persegue jornalista do Estadão
Quem será o ministro do STF que está pedindo demissão da
“mulher do jornalista”? Achei inacreditável, mas é o próprio presidente do STF,
ministro Joaquim Barbosa. Ele encaminhou ofício ao vice-presidente da Suprema
Corte, Ricardo Lewandowski, pedidno que ele reconsiderasse a decisão de MANTER
em seu gabinete uma servidora do tribunal, mulher nde um repórter, com quem
Joaquim Barbosa protagonizou polêmica no início de 2013. Adriana Leineker é
funcionária efetiva do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e está cedida ao
STF. Ela é mulher de Felipe Recondo, repórter do jornal O estado de S. Paulo.
Recondo é vencedor do Prêmio Esso de Jornalismo 2012, com uma série de
reportagens intitulada “Farra salarial do Judiciário”. É o mesmo profissional
de imprensa que Joaquim Barbosa chamou de “palhaço” no começo do ano e o mandou
“chafurdar no lixo”.
Joaquim Barbosa não tem equilíbrio emocional e muito menos
ética para sequer ser ministro do STF, quanto mais presidente da Alta Corte.
Ainda bem que o ministro Lewandowski já anunciou que não vai atender o
inusitado pedido “pois a servidora cumpre com suas obrigações e que nunca
detectou episódio que justificasse a atitude de Barbosa”. No vergonhoso ofício,
o presidente do STF afirma que a manutenção de Adriana Leineker seria
“antiética” pela relação que ela teria com o jornalista Felipe Recondo. Joaquim Barbosa tomou como pessoal, a
reportagem denunciando a farra salarial no Judiciário brasileiro. As agressões
ao jornalista e agora a perseguição à mulher do jornalista vieram após o jornal
O estado de S. Paulo requerer, via “Lei de Acesso à Informação” dados sobre as
despesas de ministros do STF com passagens aéreas, reformas de apartamentos
funcionais e gastos com saúde, todas pagas com dinheiro público.
Eu pergunto: Joaquim Barbosa tem condições morais de
presidir o STF e condenar sem provas réus do mensalão?
As informações estão em todos os jornais do país. Entidade
de imprensa criticaram a atitude do presidente do STF. Até o ministro Gilmar
Mendes – quem diria – afirmou que o STF não deve ter nenhuma restrição à
liberdade de imprensa.
Jornalista baiano, José Raimundo ganha Prêmio Wladimir Herzog de Reportagem
Está no jornal Correio da Bahia (04/10/2013). O jornalista José Raimundo, da TV Bahia, recebeu o Prêmio Wladimir
Herzog de Reportagem pela série de três matérias intitulada “Adoção Irregular”
veiculada no Fantástico de outubro a dezembro de 2012. Ele denunciou ao mundo a
“uma injustiça da Justiça” ao revelar o caso de cinco crianças retiradas de
casa e entregues para adoção, sem consentimento dos pais, a quatro casais
paulistas, por decisão do juiz Vitor Manoel Xavier Bezerra, da Comarca de
Barra. Em setembro deste ano, o juiz foi afastado, responde a processo criminal
e é investigado pela CPI do Tráfico de Pessoas da Câmara Federal.
As crianças seqüestradas “legalmente” são filhas de Jerôncio
de Brito Souza e Silvânia da Silva, moradores de Monte Santo, a 352 km de
Salvador. Outras três mães foram vítimas da violência. Todas são extremamente
pobres. José Raimundo foi a campo e descobriu que as crianças tinham sido
levadas clandestinamente.
O jornalista Emiliano José escreveu A Dor de Silvânia, sobre
essa história em A Tarde:
http://www.emilianojose.com.br/?event=Site.dspNoticiaDetalhe¬icia_id=1392&startRow=12
O jornalista Emiliano José escreveu “A Dor de Jerôncio” no
site da revista CartaCapital:
http://www.emilianojose.com.br/index.cfm?event=Site.dspNoticiaDetalhe¬icia_id=1251