15 de junho de 2012

 

A imprensa, uma instituição “líquida”

O sociólogo polonês Zygmunt Bauman, radicado na Inglaterra, ajuda a entender certas características da imprensa contemporânea em seu esforço por manter alguma relevância diante do cenário de dissolução de velhos paradigmas que marcaram a sociedade até o fim do século passado. Um ponto instigante são as mudanças que a imprensa precisa enfrentar no contexto que o pensador chama de “modernidade líquida”. Num ambiente em que, segundo ele, tudo se torna fluido, diluem-se também antigos elementos concretos de conexão, que se tornam inconstantes e instáveis. A imprensa, como outras instituições sólidas, tende a se desmanchar...

Bauman oferece um arcabouço conceitual para o entendimento de características que podem ser facilmente observadas na imprensa tradicional. Um deles é sua tendência a se apropriar do poder, que se dissociou rapidamente da política com a redução do papel do Estado, a ascensão do individualismo e a colonização do espaço público por instituições privadas. Luciano Martins Costa, em artigo publicado no Observatório da Imprensa, escreve sobre isso - a “imprensa líquida”

Por que razão a atividade jornalística, praticada sobre a plataforma de entidades privadas, se comporta como detentora de atribuições típicas do antigo poder político?.

A imprensa, instalada no ambiente privado, invade áreas que historicamente sempre pertenceram à esfera pública, para exercer um poder típico da política.

É nessa mudança de campos que a imprensa tenta reinstalar sua antiga hegemonia sobre a sociedade, criticamente abalada pelo advento das novas tecnologias digitais, que dissolvem aquilo que antigamente se chamava mídia. Para isso, ela precisa se apropriar de valores e crenças fundamente arraigados no imaginário humano e que ainda compõem o conjunto de laços formadores de comunidades. Mais que o “Partido da Imprensa Golpista (PIG)” a mídia se metamorfoseia numa “instituição líquida” que se solidifica conforme seus interesses particulares.

LEIA NA ÍNTEGRA NO OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA


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