4 de maio de 2012
Memórias sujas da repressão na ditadura militar (1964-1985)
Vocês viram? O ex-delegado do DOPS, Cláudio Guerra,
confessou que o famigerado delegado Sérgio Fleury, torturador e assassino a
serviço da ditadura militar, não morreu de acidente, conforme foi noticiado na
época. Fleury foi assassinado por decisão da “comunidade de informações”, numa
operação do Centro de Informações da Marinha (CENIMAR). Os agentes doparam o
delegado psicopata, bateram uma pedra na cabeça dele e jogaram o corpo na beira
do cais em Ilhabela, forjando um acidente, na versão oficial, como se tivesse
caído de uma lancha
No livro “Memórias de
uma guerra suja”, em depoimento aos jornalistas Marcelo Netto e Rogério
Medeiros, o ex-delegado do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) diz
que a comunidade de inteligência decidiu matar Fleury em reunião realizada em
São Paulo. "Fleury tinha se tornado um homem rico desviando dinheiro dos
empresários que pagavam para sustentar as ações clandestinas do regime militar.
Não obedecia mais a ninguém, agindo por conta própria. E exorbitava", diz
o delegado em trecho publicado pelo "IG".
Acho o título do livro um pouco impróprio. Não havia “guerra
suja”, que supõe forças militares em conflito. O que havia era uma repressão
suja, de um regime sujo, dirigido por militares sujos.