27 de agosto de 2011
Jornalista conta a história do combativo jornal “Movimento”
O jornalista Carlos Azevedo vivia na clandestinidade, mas, durante a ditadura militar atuava no combativo jornal Movimento, que circulou de 1975 a 1981. Agora, ele publica um livro intitulado “Jornal Movimento – uma reportagem”, em co-autoria com as jornalistas Marina Amaral e Natália Viana. Vi uma entrevista dele na TV Senado. Vou comprar o livro, mesmo sem saber se ele registra a história através também das sucursais. Na Bahia, por exemplo, o advogado de esquerda, Adelmo Oliveira, vinculado ao deputado Chico Pinto, chefiava o escritório que funcionou primeiro no Edifício Martins Catharino e depois no Edifício Leôncio Basbaum, 5º andar, na Avenida Sete, onde fazíamos as reuniões de pauta e a divisão das tarefas de distribuição e vendas.
Foi um lindo episódio de luta contra a ditadura militar. No escritório da sucursal do jornal Movimento, em Salvador, nasceu a candidatura de Adelmo Oliveira, a deputado estadual pelo MDB, em 1978, ano em que caiu a censura prévia. O jornal Movimento foi o primeiro a levantar a questão da democratização, já em 1975, assim como a luta pela Assembléia Nacional Constituinte, Anistia Ampla, Geral e Irrestrita, apoio à candidatura do general Euler Bentes Monteiro, dividindo os militares no poder. Um jornal de jornalistas e militantes voluntários, feito por jornalistas e militantes voluntários, sem patrão, com hegemonia de um programa político. Assim era o jornal Movimento.
Seus proprietários eram 500 acionistas, jornalistas, deputados da ala autêntica do MDB, algumas personalidades democráticas que contribuíam com cotas. Quem não tinha renda contribuía com o trabalho voluntário, na reportagem ou na administração coletiva que implicada em distribuição, venda, coleta de pagamento e reposição dos jornais nas bancas de revista, semanalmente. Incontáveis vezes, com meu precário fusca 68, fui ao Aeroporto Dois de Julho, em Salvador, buscar os jornais para começar a distribuição.
O programa político do jornal Movimento unificava partidos políticos, grupos, ex-presos políticos, jovens intelectuais, personalidades democráticas. Era apoiado por Fernando Henrique Cardoso, Chico Buarque de Holanda, Francisco Pinto, Edgar Matta Machado, Hermínio Borba Carvalho Filho, pelos deputados da Ala Autêntica do MDB, como Francisco Pinto, Alencar Furtado, todos. No Conselho de Redação tinha jornalistas como Audálio Dantas, Tonico Ferreira, Maurício Azedo, Bernardo Kucinski, Raimundo Pereira e intelectuais como Aguinaldo Silva, Marcos Gomes, Orlando Villas Boas e Elifas Andreato. Alguns nomes me escapam.
O veterano jornalista e dirigente comunista Carlos Azevedo fez um belo trabalho de pesquisa. Um vasto material para pesquisa da luta pela democracia, contra a censura, das denúncias contra as torturas, da frente ampla contra o regime, do desgaste dos militares e do terrorismo dos fardados de direita que explodiam bancas de revista, uma ação contra a imprensa livre. Um livro da Editora Manifesto (SP), 362 páginas, com DVD contendo 334 edições publicadas, além dos cadernos especiais. E viva a democracia. O livro foi publicado com apoio do MINC e da Petrobras.
Foi um lindo episódio de luta contra a ditadura militar. No escritório da sucursal do jornal Movimento, em Salvador, nasceu a candidatura de Adelmo Oliveira, a deputado estadual pelo MDB, em 1978, ano em que caiu a censura prévia. O jornal Movimento foi o primeiro a levantar a questão da democratização, já em 1975, assim como a luta pela Assembléia Nacional Constituinte, Anistia Ampla, Geral e Irrestrita, apoio à candidatura do general Euler Bentes Monteiro, dividindo os militares no poder. Um jornal de jornalistas e militantes voluntários, feito por jornalistas e militantes voluntários, sem patrão, com hegemonia de um programa político. Assim era o jornal Movimento.
Seus proprietários eram 500 acionistas, jornalistas, deputados da ala autêntica do MDB, algumas personalidades democráticas que contribuíam com cotas. Quem não tinha renda contribuía com o trabalho voluntário, na reportagem ou na administração coletiva que implicada em distribuição, venda, coleta de pagamento e reposição dos jornais nas bancas de revista, semanalmente. Incontáveis vezes, com meu precário fusca 68, fui ao Aeroporto Dois de Julho, em Salvador, buscar os jornais para começar a distribuição.
O programa político do jornal Movimento unificava partidos políticos, grupos, ex-presos políticos, jovens intelectuais, personalidades democráticas. Era apoiado por Fernando Henrique Cardoso, Chico Buarque de Holanda, Francisco Pinto, Edgar Matta Machado, Hermínio Borba Carvalho Filho, pelos deputados da Ala Autêntica do MDB, como Francisco Pinto, Alencar Furtado, todos. No Conselho de Redação tinha jornalistas como Audálio Dantas, Tonico Ferreira, Maurício Azedo, Bernardo Kucinski, Raimundo Pereira e intelectuais como Aguinaldo Silva, Marcos Gomes, Orlando Villas Boas e Elifas Andreato. Alguns nomes me escapam.
O veterano jornalista e dirigente comunista Carlos Azevedo fez um belo trabalho de pesquisa. Um vasto material para pesquisa da luta pela democracia, contra a censura, das denúncias contra as torturas, da frente ampla contra o regime, do desgaste dos militares e do terrorismo dos fardados de direita que explodiam bancas de revista, uma ação contra a imprensa livre. Um livro da Editora Manifesto (SP), 362 páginas, com DVD contendo 334 edições publicadas, além dos cadernos especiais. E viva a democracia. O livro foi publicado com apoio do MINC e da Petrobras.