8 de maio de 2011
Otto Filgueiras conta a história de Soave, um militante operário da AP
O jornalista Otto Filgueiras, radicado em São Paulo, mas com uma passagem marcante no jornalismo baiano, no site do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, publica um texto sobre vida, prisão, tortura e morte do militante operário Antônio Norival Soave, ex-militante da organização revolucionária Ação Popular. Soave faleceu no dia 5 de abril de 2011, no Hospital das Clínicas de Porto Alegre, de câncer.
Soave é um dos muitos personagens do livro sobre a Ação Popular que Otto Filgueiras há anos pesquisa. Foi operário da Pirelli, no ABC paulista. O golpe militar de 1964 encontrou-o trabalhando na Cooperativa da Rhodia, de onde foi demitido por participar de greves salariais. Trabalhou na metalúrgica CIMA e se filiou ao Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André. Tornou-se então militante da AP. Resistiu ao AI-5 trabalhando na Chrysler do Brasil, em São Bernardo do Campo.
No famoso 1º de Maio de 1968, Soave liderava os trabalhadores da Mercedes Benz na Praça da Sé. Eles romperam o cerco da repressão e expulsaram do palanque pelegos, o governador Abre Sodré, seu secretário de Finanças Delfim Neto. Desde então passou a ser perseguido pela polícia política da ditadura militar. Em janeiro de 1969, foi demitido da Chrisler. Mesmo tendo passado nos testes da Wyllis Overland do Brasil foi recusado. Estava na “lista negra”.
Em 1973, foi preso pelo DOI-CODI. Soave foi barbaramente torturado pelo “Capitão Ubirajara”, o então major do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra, o “carniceiro da rua Tutóia”. Levou choques na cadeira do dragão, despido foi dependurado no pau de arara. Eles aplicavam choques nos testículos, no pênis, no ânus, na garganta, na língua. Teve os tímpanos perfurados. Ficou três meses na tortura. Em abril, qualificado na Auditoria Militar teve forças e coragem para denunciar os assassinatos de Paulo Stuar Wright, José Carlos da Mata Machado e Gildo Macedo Lacerda. Foi condenado a dois anos de prisão. Quando foi libertado, estava praticamente surdo.
Em 1980, participou da fundação do Partido dos Trabalhadores e trabalhou no jornal O Companheiro. Em 1997, voltou para Santo André. Ernesto, Bento, seus nomes na AP, teve pneumonia e sobreviveu com aposentadoria de um salário mínimo. Seu plano de saúde era o SUS. Deprimido, isolou-se. Deixou dois filhos, Semíramis e Paulo. Essa é a história do militante operário Soave, que Otto Filgueiras conta com emoção e poesia.
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Soave é um dos muitos personagens do livro sobre a Ação Popular que Otto Filgueiras há anos pesquisa. Foi operário da Pirelli, no ABC paulista. O golpe militar de 1964 encontrou-o trabalhando na Cooperativa da Rhodia, de onde foi demitido por participar de greves salariais. Trabalhou na metalúrgica CIMA e se filiou ao Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André. Tornou-se então militante da AP. Resistiu ao AI-5 trabalhando na Chrysler do Brasil, em São Bernardo do Campo.
No famoso 1º de Maio de 1968, Soave liderava os trabalhadores da Mercedes Benz na Praça da Sé. Eles romperam o cerco da repressão e expulsaram do palanque pelegos, o governador Abre Sodré, seu secretário de Finanças Delfim Neto. Desde então passou a ser perseguido pela polícia política da ditadura militar. Em janeiro de 1969, foi demitido da Chrisler. Mesmo tendo passado nos testes da Wyllis Overland do Brasil foi recusado. Estava na “lista negra”.
Em 1973, foi preso pelo DOI-CODI. Soave foi barbaramente torturado pelo “Capitão Ubirajara”, o então major do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra, o “carniceiro da rua Tutóia”. Levou choques na cadeira do dragão, despido foi dependurado no pau de arara. Eles aplicavam choques nos testículos, no pênis, no ânus, na garganta, na língua. Teve os tímpanos perfurados. Ficou três meses na tortura. Em abril, qualificado na Auditoria Militar teve forças e coragem para denunciar os assassinatos de Paulo Stuar Wright, José Carlos da Mata Machado e Gildo Macedo Lacerda. Foi condenado a dois anos de prisão. Quando foi libertado, estava praticamente surdo.
Em 1980, participou da fundação do Partido dos Trabalhadores e trabalhou no jornal O Companheiro. Em 1997, voltou para Santo André. Ernesto, Bento, seus nomes na AP, teve pneumonia e sobreviveu com aposentadoria de um salário mínimo. Seu plano de saúde era o SUS. Deprimido, isolou-se. Deixou dois filhos, Semíramis e Paulo. Essa é a história do militante operário Soave, que Otto Filgueiras conta com emoção e poesia.
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