19 de maio de 2011
Demagogia política e interesses privados do agronegócio querem dividir a Bahia
Não é a primeira vez. Nos anos 1980, políticos da região cacaueira sensibilizaram a população do Sul da Bahia em torno da idéia do separatismo, com a criação do Estado de Santa Cruz. Os parlamentares baianos rejeitaram a proposta. O cacau entrou em crise e ninguém fala mais nisso. Agora, o ex-prefeito de Luiz Eduardo Magalhães e deputado federal Oziel Oliveira (PDT-BA) ganha visibilidade na mídia com o projeto de criação do Estado do São Francisco. A demagogia política se une desta vez aos interesses privados do agronegócio.
O novo estado teria 31 municípios, um PIB de R$ 10 bilhões. O golpe desta vez vem em forma de Decreto Legislativo convocando “plebiscito” para desmenbramento da Bahia. O deputado federal do agronegócio baiano manipula, ou quer manipular, o imaginário de 1,2 milhão de habitantes de uma região de fronteira agrícola, com 1 milhão de hectares de soja, 350 mil de agodão, 200 mil de milho e dois pólos de fruticultura, além de ser cortada por mais de 1 mil km do rio São Francisco. Está na hora do povo baiano reeditar a campanha “A Bahia não se divide” dos anos 1980, comandada pelo jornal A TARDE.
Parlamentares conscientes começam a tomar posição. O deputado Geraldo Simões (PT-BA), que na década de 80 militou contra a divisão da Bahia, vai logo avisando: “o caminho correto é o governo da Bahia levar o desenvolvimento para o interior, com portos, ferrovias e universidades”. Félix Júnior (PDT-BA) alerta que a região pode acabar ficando mais pobre e provocar grande custo administrativo. O deputado Sérgio Brito (PSC-BA) declara: “em princípio sou contra”.
O deputado Oziel Oliveira argumenta que o desenvolvimento vai compensar os gastos administrativos. Por gastos administrativos leia-se a fortuna a ser gasta com salários de governadores, secretários, mais deputados estaduais e federais, toda a burocracia que um estado requer. Seria a grande negociata política do século XXI. Sintomaticamente, o deputado estadual que sustenta a proposta é Herbert Barbosa, do decadente DEM da Bahia. O deputado federal Nelson Pelegrino (PT-BA) se inclui entre os primeiros a COMBATER a proposta.
Os “separatistas” baianos se animaram com a aprovação pelo Congresso Nacional de plebiscitos para criar dois estados que seriam desmembrados do Pará. Obviamente vencerá o “sim” se as consultas se limitarem aos municípios afetados. Mais certo seria que todos os paraenses ou mesmo todos os brasileiros opinassem pelo voto, porque de nossos bolsos sairão os financiamentos desta pilantragem política. Neste caso, seriam salários para mais dois governadores, seus respectivos vices, 48 deputado estaduais, 16 deputados federais, seis senadores, mais de vinte secretários estaduais, além dos tribunais de Justiça, de Contas, e por aí vai.
O filósofo Renato Janine Ribeiro, professor de Ética da USP, em artigo publicado no jornal Valor (16/05/2011) comenta que “aos cidadãos dos possíveis estados se venderá a ilusão de que sua vida vai melhorar”. É uma grande falácia, diz ele. A idéia está presa a um modelo político superado que pressupõe que, multiplicando as funções de governo, o Estado fica mais perto das pessoas e eleva os indicadores sociais. Com esta mesma argumentação existem hoje nada menos que 18 propostas de novas unidades federadas.
As atuais 27 passariam para 45. Todos estes estados precisariam de aportes do governo federal para sua simples subsistência. Seriam incapazes de realizar investimentos sociais e econômicos. O Brasil aumentaria os gastos com a administração e teríamos menos dinheiro para a economia e a sociedade.
O povo, coitadinho do povo. Mas os espertalhões do agronegócio do tal Estado do São Francisco se dariam muito bem.
O novo estado teria 31 municípios, um PIB de R$ 10 bilhões. O golpe desta vez vem em forma de Decreto Legislativo convocando “plebiscito” para desmenbramento da Bahia. O deputado federal do agronegócio baiano manipula, ou quer manipular, o imaginário de 1,2 milhão de habitantes de uma região de fronteira agrícola, com 1 milhão de hectares de soja, 350 mil de agodão, 200 mil de milho e dois pólos de fruticultura, além de ser cortada por mais de 1 mil km do rio São Francisco. Está na hora do povo baiano reeditar a campanha “A Bahia não se divide” dos anos 1980, comandada pelo jornal A TARDE.
Parlamentares conscientes começam a tomar posição. O deputado Geraldo Simões (PT-BA), que na década de 80 militou contra a divisão da Bahia, vai logo avisando: “o caminho correto é o governo da Bahia levar o desenvolvimento para o interior, com portos, ferrovias e universidades”. Félix Júnior (PDT-BA) alerta que a região pode acabar ficando mais pobre e provocar grande custo administrativo. O deputado Sérgio Brito (PSC-BA) declara: “em princípio sou contra”.
O deputado Oziel Oliveira argumenta que o desenvolvimento vai compensar os gastos administrativos. Por gastos administrativos leia-se a fortuna a ser gasta com salários de governadores, secretários, mais deputados estaduais e federais, toda a burocracia que um estado requer. Seria a grande negociata política do século XXI. Sintomaticamente, o deputado estadual que sustenta a proposta é Herbert Barbosa, do decadente DEM da Bahia. O deputado federal Nelson Pelegrino (PT-BA) se inclui entre os primeiros a COMBATER a proposta.
Os “separatistas” baianos se animaram com a aprovação pelo Congresso Nacional de plebiscitos para criar dois estados que seriam desmembrados do Pará. Obviamente vencerá o “sim” se as consultas se limitarem aos municípios afetados. Mais certo seria que todos os paraenses ou mesmo todos os brasileiros opinassem pelo voto, porque de nossos bolsos sairão os financiamentos desta pilantragem política. Neste caso, seriam salários para mais dois governadores, seus respectivos vices, 48 deputado estaduais, 16 deputados federais, seis senadores, mais de vinte secretários estaduais, além dos tribunais de Justiça, de Contas, e por aí vai.
O filósofo Renato Janine Ribeiro, professor de Ética da USP, em artigo publicado no jornal Valor (16/05/2011) comenta que “aos cidadãos dos possíveis estados se venderá a ilusão de que sua vida vai melhorar”. É uma grande falácia, diz ele. A idéia está presa a um modelo político superado que pressupõe que, multiplicando as funções de governo, o Estado fica mais perto das pessoas e eleva os indicadores sociais. Com esta mesma argumentação existem hoje nada menos que 18 propostas de novas unidades federadas.
As atuais 27 passariam para 45. Todos estes estados precisariam de aportes do governo federal para sua simples subsistência. Seriam incapazes de realizar investimentos sociais e econômicos. O Brasil aumentaria os gastos com a administração e teríamos menos dinheiro para a economia e a sociedade.
O povo, coitadinho do povo. Mas os espertalhões do agronegócio do tal Estado do São Francisco se dariam muito bem.