21 de dezembro de 2010
Mulheres estupradas demoram para buscar socorro médico
Depois de um período tenebroso, em que usava o tema do aborto para tentar derrotar a campanha de Dilma Rousseff à presidência da República, a Folha de S. Paulo (20/12/2010) retoma o assunto num tom que nunca deveria ter abandonado: como um grave problema de saúde pública que afeta milhares de mulheres.
Evidentemente, o jornalão não toca na responsabilidade dos meios de comunicação para explicar a manchete “Estuprada demora para buscar médico”. Como repete o jornalão “é comum as mulheres engravidarem e não poderem abortar por já estarem em idade gestacional avançada”.
Impossibilitados de uma autocrítica direta (são assalariados de patrões reacionários), os jornalistas da Folha de S. Paulo divulgam agora “um estudo inédito” do Hospital Pérola Byington que mostra que é essa a triste realidade de 88,9% das grávidas vítimas de estupro, atendidas em um projeto da Instituição Bem-Me-Quer, que oferece ajuda médica e psicológica.
A matéria, assinada por Cláudia Colluci (não me lembro deste nome durante a vergonhosa campanha antiaborto feita pela Folha de S. Paulo durante a campanha eleitoral), entrevista o ginecologista Thomaz Gollop, coordenador do Grupo de Estudos sobre Aborto. “As mulheres ainda não têm noção de seus direitos e temem procurar ajuda”.
O médico Gollop afirma que “há também uma questão vinculada à vergonha que impede a mulher de revelar a violência praticada contra ela. Quando engravidam, escondem a gravidez e só procuram assistência quando ela é claramente evidente”.
Evidentemente, a reportagem da Folha de S. Paulo também não toca na desgraça que é a legislação brasileira que criminaliza o aborto. Como poderia uma mulher brasileira comum ter noção de seus direitos? A lei criminaliza, a mídia criminaliza, as religiões combatem. O resultado só poderia ser este que a pesquisa mostra.
De 936 mulheres, ao longo de 15 anos do projeto, 65% optaram pelo aborto, mas, o restante (326) não fez o procedimento PORQUE NÃO HOUVE APROVAÇÃO para o aborto ou porque a própria gestante desistiu de interromper a gravidez.
Como diz a reportagem, o Código Penal é claro: a palavra da mulher estuprada basta e deve ser recebida pelo serviço de saúde como presunção de veracidade. Mas não é simples. A mulher estuprada tem que passar na delegacia para o BO ou no IML para o corpo de delito. Estima-se que a violência sexual alcance 12 milhões de pessoas a cada ano no mundo. No Brasil a taxa é de 8,78 estupros por cada 100 mil habitantes.
As vítimas entre 15 e 19 anos realizaram menos aborto em comparação as mais velhas. Em 61% dos casos estudados o autor do estupro era desconhecido da vítima.
Até quando o Brasil vai continuar com este crime contra as mulheres?
Evidentemente, o jornalão não toca na responsabilidade dos meios de comunicação para explicar a manchete “Estuprada demora para buscar médico”. Como repete o jornalão “é comum as mulheres engravidarem e não poderem abortar por já estarem em idade gestacional avançada”.
Impossibilitados de uma autocrítica direta (são assalariados de patrões reacionários), os jornalistas da Folha de S. Paulo divulgam agora “um estudo inédito” do Hospital Pérola Byington que mostra que é essa a triste realidade de 88,9% das grávidas vítimas de estupro, atendidas em um projeto da Instituição Bem-Me-Quer, que oferece ajuda médica e psicológica.
A matéria, assinada por Cláudia Colluci (não me lembro deste nome durante a vergonhosa campanha antiaborto feita pela Folha de S. Paulo durante a campanha eleitoral), entrevista o ginecologista Thomaz Gollop, coordenador do Grupo de Estudos sobre Aborto. “As mulheres ainda não têm noção de seus direitos e temem procurar ajuda”.
O médico Gollop afirma que “há também uma questão vinculada à vergonha que impede a mulher de revelar a violência praticada contra ela. Quando engravidam, escondem a gravidez e só procuram assistência quando ela é claramente evidente”.
Evidentemente, a reportagem da Folha de S. Paulo também não toca na desgraça que é a legislação brasileira que criminaliza o aborto. Como poderia uma mulher brasileira comum ter noção de seus direitos? A lei criminaliza, a mídia criminaliza, as religiões combatem. O resultado só poderia ser este que a pesquisa mostra.
De 936 mulheres, ao longo de 15 anos do projeto, 65% optaram pelo aborto, mas, o restante (326) não fez o procedimento PORQUE NÃO HOUVE APROVAÇÃO para o aborto ou porque a própria gestante desistiu de interromper a gravidez.
Como diz a reportagem, o Código Penal é claro: a palavra da mulher estuprada basta e deve ser recebida pelo serviço de saúde como presunção de veracidade. Mas não é simples. A mulher estuprada tem que passar na delegacia para o BO ou no IML para o corpo de delito. Estima-se que a violência sexual alcance 12 milhões de pessoas a cada ano no mundo. No Brasil a taxa é de 8,78 estupros por cada 100 mil habitantes.
As vítimas entre 15 e 19 anos realizaram menos aborto em comparação as mais velhas. Em 61% dos casos estudados o autor do estupro era desconhecido da vítima.
Até quando o Brasil vai continuar com este crime contra as mulheres?