16 de dezembro de 2010
CUT prestou homenagem aos que lutaram contra a ditadura
Para lembrar os 42 anos do AI-5, a CUT realizou segunda-feira (13 de dezembro) o ato “Democracia e Liberdade Sempre”, homenageando brasileiros e brasileiras que lutaram contra a ditadura militar, nos anos 1960 e 70. Este ano, o prêmio foi entregue a 13 convidados – entre os quais duas organizações, o MST e a UNE.
O ato foi em repúdio à recente onda de criminalização, puxada pela campanha eleitoral do candidato derrotado à Presidência, daqueles que combateram a ditadura. O discurso daí surgido, e alimentado pela mídia tradicional, tentou e tenta “desconstruir a história e ocultar a verdade das novas gerações, que não viveram aquele período”, conforme lembrou o presidente da CUT, Artur Henrique.
CONHEÇA OS HOMENAGEADOS
Nilmário Miranda, presidente da Fundação Perseu Abramo e ex-secretário Nacional de Direitos Humanos; Vladimir Palmeira; José Dirceu; Wanderley Guilherme dos Santos; José Rodrigues; Sérgio Mamberti, ator; Edmilson Martins de Oliveira (ex-presidente do Sindicato dos Bancários do RJ); Jessie Jane Vieira (professora de História da UFRJ); Joba Alves (representando o MST); Augusto Chagas (representando a UNE); Eleonora Menecucci (professora da Unifesp e companheira de prisão de Dilma Rousseff); Wladimir Pomar; Maurício Dias, dirigente da revista Carta Capital que representou a publicação e o jornalista Mino Carta.
O ex-deputado Vladimir Palmeira, líder estudantil durante a ditadura militar, ressaltou a mudança de tratamento que os meios de comunicação têm prestado à geração que lutou contra a ditadura. “Até a época em que o Fernando Henrique era presidente, quem combateu a ditadura era chamado de democrata. Depois que nós ganhamos, o tratamento passou a ser de ‘terrorista’, ‘ladrão de banco’, ‘assassino’ e outras coisas. Sabem por quê? Porque eles nos queriam coadjuvantes. Mas para azar deles, nós vencemos e vamos continuar vencendo”.
O professor Wanderley Guilherme dos Santos fez uma observação interessante: “a ditadura pode muitas coisas, mas não pode tantas outras. O povo não se envergonha de ser povo, mas o poder ditatorial se envergonha de ser poder. Por isso nós podemos estar aqui para homenagear nossos mortos e nossos vivos, mas a ditadura não, porque se esconde”.
Zé Dirceu, sempre lúcido, destacou que “quem pegou em armas” não foi a sua geração, mas o governo militar. E que, mesmo durante o período da ditadura, o povo a derrotou nas urnas por mais de uma ocasião, como nas eleições de 1966 e de 1974. Na primeira, o então MDB, de oposição, elegeu 132 deputados (contra 277 da Arena, que tinha a máquina do governo nas mãos) e na segunda, o MDB elegeu 16 senadores contra apenas 6 patrocinados pela ditadura.
O presidente da CUT Nacional, Artur Henrique, lembrou: “A gente sofreu muito durante a eleição com aquela tentativa sistemática de desconstrução da imagem e da história de pessoas como o Zé Dirceu e a Dilma. Temos muito orgulho deles e de quem lutou a mesma luta".
O ato foi em repúdio à recente onda de criminalização, puxada pela campanha eleitoral do candidato derrotado à Presidência, daqueles que combateram a ditadura. O discurso daí surgido, e alimentado pela mídia tradicional, tentou e tenta “desconstruir a história e ocultar a verdade das novas gerações, que não viveram aquele período”, conforme lembrou o presidente da CUT, Artur Henrique.
CONHEÇA OS HOMENAGEADOS
Nilmário Miranda, presidente da Fundação Perseu Abramo e ex-secretário Nacional de Direitos Humanos; Vladimir Palmeira; José Dirceu; Wanderley Guilherme dos Santos; José Rodrigues; Sérgio Mamberti, ator; Edmilson Martins de Oliveira (ex-presidente do Sindicato dos Bancários do RJ); Jessie Jane Vieira (professora de História da UFRJ); Joba Alves (representando o MST); Augusto Chagas (representando a UNE); Eleonora Menecucci (professora da Unifesp e companheira de prisão de Dilma Rousseff); Wladimir Pomar; Maurício Dias, dirigente da revista Carta Capital que representou a publicação e o jornalista Mino Carta.
O ex-deputado Vladimir Palmeira, líder estudantil durante a ditadura militar, ressaltou a mudança de tratamento que os meios de comunicação têm prestado à geração que lutou contra a ditadura. “Até a época em que o Fernando Henrique era presidente, quem combateu a ditadura era chamado de democrata. Depois que nós ganhamos, o tratamento passou a ser de ‘terrorista’, ‘ladrão de banco’, ‘assassino’ e outras coisas. Sabem por quê? Porque eles nos queriam coadjuvantes. Mas para azar deles, nós vencemos e vamos continuar vencendo”.
O professor Wanderley Guilherme dos Santos fez uma observação interessante: “a ditadura pode muitas coisas, mas não pode tantas outras. O povo não se envergonha de ser povo, mas o poder ditatorial se envergonha de ser poder. Por isso nós podemos estar aqui para homenagear nossos mortos e nossos vivos, mas a ditadura não, porque se esconde”.
Zé Dirceu, sempre lúcido, destacou que “quem pegou em armas” não foi a sua geração, mas o governo militar. E que, mesmo durante o período da ditadura, o povo a derrotou nas urnas por mais de uma ocasião, como nas eleições de 1966 e de 1974. Na primeira, o então MDB, de oposição, elegeu 132 deputados (contra 277 da Arena, que tinha a máquina do governo nas mãos) e na segunda, o MDB elegeu 16 senadores contra apenas 6 patrocinados pela ditadura.
O presidente da CUT Nacional, Artur Henrique, lembrou: “A gente sofreu muito durante a eleição com aquela tentativa sistemática de desconstrução da imagem e da história de pessoas como o Zé Dirceu e a Dilma. Temos muito orgulho deles e de quem lutou a mesma luta".