26 de dezembro de 2010
Feliz Paroano, em eterno retorno
Depois que um Ministério Público equivocado e uma justiça fascistóide derrubaram as barracas de praia de Salvador, sob o olhar omisso do prefeito João, nunca mais fui à praia. Com a extinção da Barraca do Luciano, de vez em quando mato a saudade na Varanda do Luciano, um recanto privê em Itapuã, onde os velhos amigos e clientes da barraca de Pituaçu se reencontram. De lá, Luciano me enviou seus votos de Boas Festas. Como se seguem:
FELIZ PAROANO
Janeiro
Dizer ao Ano: Bom dia
(Tudo é sempre bom
Quando se inicia).
Fevereiro
Com suor e cerveja, dizer à nossa Geografia:
É hora de circular pelo rio
Da fantasia, entre recifes, na baía da alegria.
Março
Dizer ao Mar: Tu, que me navegas,
Me deixas ser teu timoneiro,
Teu argonauta derradeiro.
Abril
Às Árvores: Desnudem-se com todo pudor...
E, com suas folhas, forrar meu leito,
Fazer meu ninho, fazer amor.
Maio
Aos Companheiros, na atual encruzilhada
E desencanto: Não há um só caminho. Todavia, nesta esquina,
A virada pela esquerda ainda é a nossa estrada.
Junho
Falar ao Frio: Sejas bem-vindo.
Junta-te a nós, nesta fogueira de festa,
Ao nosso licor, ao nosso vinho.
Julho
Dizer ao Ano: Boa tarde.
Sentir que o coração bate,
Queima, teima, arde.
Agosto
Ao Homem: Não entregue os pontos. Ânimo.
Até na hora de morrer, é hora de nascer
(Ao humano, ainda não desceu o pano).
Setembro
À Mulher: Tu - rosa ou lilás - és flor.
Inventada no feliz, floras agora.
(E, de tão vaga, ganha sentido a palavra amor).
Outubro
Ao Jovem: Começa no hoje, a hora futura,
Que, guevaramente,
Ainda rima com a palavra ternura.
Novembro
Ao Sol, primo vere: Reina, enche de luz a tua raça,
Que vive de teu calor, de tua benção,
De tua graça.
Dezembro
Dizer ao Ano: Obrigado, meu bom velhinho,
Pelo presente dado com carinho...
Adeus!
E paroano, eu possa estar na Paisagem,
Compondo o Mundo e dizer, de novo,
Em eterno retorno: Feliz Ano Novo.
Poema de Ronaldo Ribeiro Jacobina, gente da ex-barraca do Luciano.
FELIZ PAROANO
Janeiro
Dizer ao Ano: Bom dia
(Tudo é sempre bom
Quando se inicia).
Fevereiro
Com suor e cerveja, dizer à nossa Geografia:
É hora de circular pelo rio
Da fantasia, entre recifes, na baía da alegria.
Março
Dizer ao Mar: Tu, que me navegas,
Me deixas ser teu timoneiro,
Teu argonauta derradeiro.
Abril
Às Árvores: Desnudem-se com todo pudor...
E, com suas folhas, forrar meu leito,
Fazer meu ninho, fazer amor.
Maio
Aos Companheiros, na atual encruzilhada
E desencanto: Não há um só caminho. Todavia, nesta esquina,
A virada pela esquerda ainda é a nossa estrada.
Junho
Falar ao Frio: Sejas bem-vindo.
Junta-te a nós, nesta fogueira de festa,
Ao nosso licor, ao nosso vinho.
Julho
Dizer ao Ano: Boa tarde.
Sentir que o coração bate,
Queima, teima, arde.
Agosto
Ao Homem: Não entregue os pontos. Ânimo.
Até na hora de morrer, é hora de nascer
(Ao humano, ainda não desceu o pano).
Setembro
À Mulher: Tu - rosa ou lilás - és flor.
Inventada no feliz, floras agora.
(E, de tão vaga, ganha sentido a palavra amor).
Outubro
Ao Jovem: Começa no hoje, a hora futura,
Que, guevaramente,
Ainda rima com a palavra ternura.
Novembro
Ao Sol, primo vere: Reina, enche de luz a tua raça,
Que vive de teu calor, de tua benção,
De tua graça.
Dezembro
Dizer ao Ano: Obrigado, meu bom velhinho,
Pelo presente dado com carinho...
Adeus!
E paroano, eu possa estar na Paisagem,
Compondo o Mundo e dizer, de novo,
Em eterno retorno: Feliz Ano Novo.
Poema de Ronaldo Ribeiro Jacobina, gente da ex-barraca do Luciano.