28 de outubro de 2010

 

Jornalistas defendem liberdade de expressão para todos

Conforme programado, jornalistas e sindicalistas promoveram quarta-feira (27) um ato de solidariedade à Revista do Brasil, Jornal da CUT, Rede Brasil Atual e blogs independentes que foram vítimas de censura e perseguição. Trata-se de uma tentativa de calar a imprensa dos movimentos sociais. Em particular, o presidente da CUT, Artur Henrique criticou o pedido à Justiça, por parte do PSDB e DEM, para suspender a circulação da Revista do Brasil.

O ataque organizado e judicializado à liberdade de expressão, por parte do PSDB e do DEM, atinge muitos órgãos da imprensa, mas ele pediram segredo de Justiça e não há denúncias na mídia. Os patrões da mídia acham que eles tem direito de colocar Serra, Dilma, Fernando Henrique Cardoso nas capas de suas publicações, mas negam este direito para as revistas que defendem os interesses dos trabalhadores.

Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, destacou a seriedade e os motivos que levaram ao lançamento da Revista do Brasil. "Quando criamos a revista não foi para contrapor a grande mídia. Foi para dar informação de qualidade para os trabalhadores", afirma.

"Quando li a revista que depois foi suspensa, com um conteúdo que nenhuma outra revista tem, como a matéria sobre suicídio e assédio moral, eu tive certeza da decisão acertada de criar a Revista do Brasil para informar de verdade", afirmou Nobre. Para ele, a grande imprensa já caiu em descrédito.

No mesmo sentido, Juvandia Leite, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, avalia que há interesse de "calar o projeto" da revista, que chega a 360 mil pessoas, e que partidos e grandes empresas de comunicação "não podem controlar". "Os meios de comunicação têm dono. O problema não é o fato de terem interesses. O problema é que não dizem isso", criticou Juvandia.

O diretor da Gráfica e Editora Atitude, empresa responsável pela Revista do Brasil e pelo site Rede Brasil Atual, Paulo Salvador, elencou os veículos de comunicação e profissionais que nos últimos dez dias "sofreram atentados à liberdade de expressão". Na lista estão, além da Revista do Brasil, do repórter João Peres da Rede Brasil Atual, que sofreu xingamentos por parte do senador eleito pelo PSDB-SP Aloysio Nunes, a TV Record, os blog dos jornalistas Paulo Henrique Amorim, de Luiz Carlos Azenha e de Renato Rovai.

Também lembrou da tentativa de suspensão do blogue do Artur e do processo contra os profissionais do blogue "Falha de S. Paulo". O diretor citou ainda as demissões arbitrárias de jornalistas e articulistas pelo grupo Abril, por O Estado de São Paulo, pelo Diário do Nordeste e o caso do apresentador de TV de Goiás que se demitiu ao vivo em consequência de censura.

BLOG SUSPENSO - O jornalista Lino Bocchini e o designer Mario Bocchini, do blog Falha de S. Paulo, suspenso por liminar obtida pela Folha de S. Paulo, contaram ao público sobre o processo que estão sofrendo pelo jornal que não compreendeu a crítica bem-humorada dos profissionais.

"O processo da Folha contra nosso trabalho é uma loucura completa. Seria como cassar a Globo porque o Casseta & Planeta faz paródia do Lula", relaciona Lino. Além de suspender a veiculação do blog, o jornal conseguiu liminar para cassar o endereço na internet e impedir a utilização de qualquer endereço parecido.

O processo de 88 páginas que o jornal move contra Lino e Mário alega uso indevido da marca e pede indenização por danos morais. "Não somos ligados a nenhum partido ou entidade. Só achamos a Folha um jornal ruim", explicaram às centenas de pessoas presentes ao ato por liberdade de expressão.

Com a suspensão do blog, os profissionais criaram novo site para se defenderem das alegações da Folha. "Abrimos o desculpeanossafalha.com.br para mostrar tudo para as pessoas analisarem por si mesmas", indicam.

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