26 de setembro de 2010

 

Em 2006, a mídia de direita dizia: “o PT acabou”, em 2010 afirma que PT vira “PRI” mexicano

Os ataques sistemáticos da grande imprensa contra o PT, nestas eleições, me remetem às eleições de 2006. Lembrei-me da filósofa Marilena Chaui em seu livro “Simulacro e Poder – uma análise da mídia”. Os acontecimentos são diferentes no tempo, mas, nos dois casos, na essência trata-se da construção da “amnésia social e política” pela elite dominante através de seu instrumento de poder – a grande imprensa.

Lembrei-me de Marilena Chaui por simples coincidência. No mesmo local em que ela provocou uma enorme agitação (pensar é perigoso) em palestra a convite de Emiliano (Fundação Visconde de Cayru), o inquieto Emiliano está trazendo o jornalista Paulo Henrique Amorim, para falar sobre “A mídia nas eleições”. Os métodos de análise da filósofa e do jornalista são diferentes, mas o objeto é o mesmo.

Voltando ao assunto, Marilena Chaui chamava de “amnésia social e política” o esforço da mídia em tentar reduzir o PT e toda sua história a atos de alguns dirigentes e parlamentares. À época, explodia a denúncia do mensalão. A direita queria impor a “história dos vencedores”, varrer a história do PT da memória histórica, desaparecer com seu papel de construtor da cidadania dos trabalhadores e direitos sociais, suas políticas institucionais democratizantes, participativas e distributivas de renda.

Em 2006, a direita fazia o que faz em 2010. Antes, alguns colunistas de jornal chegavam a escrever coisas do tipo “o PT acabou”. Agora, a direita tenta passar ao eleitorado a imagem do “PT é corrupto”. Falam sempre do mensalão do PT, não falam do mensalão do DEM, do PSDB e da corrupção de Fernando Henrique Cardoso e Serra - que compraram o Congresso Nacional para aprovar o segundo mandato.

Diferentemente de 2006, quando os formadores de opinião previam a redução da bancada parlamentar do PT, agora em 2010 eles prevêem o aumento da bancada, mas, dão uma nova interpretação ao acontecimento. Surge o risco da “mexicanização”, numa ahistórica comparação ao PRI mexicano que ficou 70 anos no poder. Obviamente é um discurso ideológico proposital, porque eles não são tão ignorantes assim.

Não conseguimos, desta vez, trazer a filósofa Marilena Chaui para a campanha eleitoral de Emiliano.

Repasso, entretanto, a mensagem que ela deixou em seu amável autógrafo:

“Para Oldack, este caminho de luta e cólera, de esperança e busca, com amizade, Marilena Chaui”.

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