8 de abril de 2010

 

Quem manipula verbas federais merece ser governador da Bahia?

A resposta é não, não merece. Quem manipula verbas federais para fazer política partidária não merece governar a Bahia e nem Estado algum. Daí ser muito importante a notícia do jornal A Tarde com a manchete “Geddel terá que explicar ao TCU distribuição de recursos”.

A questão é que, no período em que Geddel Vieira Lima ficou à frente do Ministério da Integração Nacional, as prefeituras baianas comandadas pelo PMDB, partido controlado pela família de Geddel, receberam 68% do total repassado por convênios ao Estado. Vai ser muito difícil convencer o TCU que foram “critérios técnicos”.

É óbvio que os critérios foram políticos. Mais grave, político-partidários. Mais grave ainda: favorecimento ao seu próprio partido, o PMDB. Na aparência, as verbas são benefícios para a Bahia. E é em cima delas que Geddel faz campanha eleitoral para o governo do Estado. Basta ver a propaganda das obras na TV.

O jornal A Tarde escreveu: “Enquanto o Rio de Janeiro amarga as tragédias causadas pelas chuvas, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou, ontem (7), que o Ministério da Integração Nacional esclareça os critérios para a distribuição de recursos no programa "prevenção e preparação para emergências e desastres".

E mais: “As discrepâncias na distribuição dos recursos mostra que o Rio de Janeiro foi o Estado que menos recebeu recursos e que a Bahia, estado de origem do ex-ministro da Integração, Geddel Vieira Lima (PMDB), pré-candidato ao governo do Estado, foi supostamente favorecida com a maior parte dos repasses”.

O ex-ministro Geddel, obviamente, nega o favorecimento.

O relatório do TCU aponta que entre os anos de 2004 e 2009 os municípios baianos abocanharam R$ 357,9 milhões dos recursos, o que equivale a 37% do total liberado no período. Nos exercícios de 2008 e 2009 a Bahia foi contemplada com 65% dos repasses. Já em 2009, teria recebido metade da verba do programa destinado a todos os Estados da Federação.

O TCU questiona “ausência de critérios objetivos para transferência de recursos” e, ainda, “insuficiência de recursos humanos e materiais necessários para as atividades da Defesa Civil”.

Tem político que é cego. Com arrogância, Geddel Vieira Lima arrota para a imprensa que é “sempre bom que reclamem que eu transferi dinheiro para a Bahia”.

O problema é: elegendo-se governador, numa hipótese absurda, o ex-ministro também favoreceria seus amigos do PMDB com verbas estaduais? Eu penso que ele faria isso e ainda bateria no peito, como está fazendo com verbas federais. Faz parte da cultura política dele. Usar o Estado para se promover, fazer política, ganhar o poder.

Aliás, a arrogância na política é fatal. Os partidários de Geddel Vieira Lima gargalham com a determinação do TRE de mandar retirar outdoors e adesivos acintosamente de caráter eleitoral ilegal, por desobedecer aos prazos legais.

Aliás, a TRE acatou o recurso que pediu multa máxima ao ex-ministro Geddel por propaganda ilegal: passou de R$ 5 mil para R$ 25 mil por ter veiculado em vários municípios mensagens como “Tô com vocês. Boas festas. [Geddel.]”, “Um feliz São João para os amigos de São Gonçalo dos Campos. São os votos de Geddel Vieira Lima”.

Na mensagem de Geddel só falta dizer: vote em mim. Os eleitores da Bahia que se cuidem.

Comments:
Acho que a candidatura de Geddel revela a falta de noção de seu partido(PMDB), já que o ex-ministro da Integração não chegou sequer aos 10% nas intenções de voto.

Se a candidatura for levada adiante, ficará óbvio que a sua única intenção é minar a reeleição de Wagner para auxiliar a oposição. Acontece algo muito parecido em âmbito nacional. É o caso da Marina, que saiu do governo Lula para engrossar a oposição demotucana.

Porém, não podemos esquecer que em nosso estado a idéia do "rouba, mas faz", implantada pela antiga oligarquia, ainda é forte. Considerando este fator, o crime de Geddel poderá ser entendido pela população como um trabalho generoso para com a sua região.

Parabéns pelo artigo, Oldack!
 
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