7 de abril de 2010
No site da Carta Capital, Emiliano escreve sobre compaixão e política segundo Hannah Arendt
Para falar da inserção do ex-governador Waldir Pires no mundo da política, o escritor e ex-deputado federal Emiliano José (PT) recorre ao pensamento de Hannah Arendt.
Ela faz um paralelo entre o pensamento moderno e o pensamento da antiguidade sobre a compaixão. A antiguidade não tinha pela compaixão o apreço dos modernos. Igualava a compaixão e o medo, e ambos os sentimentos, por serem passivos, impossibilitam a ação. Ela considera que os sentimentos que acompanham a união de iguais, ou de párias, em tempos sombrios, sentimentos próprios de uma abstrata natureza humana, manifestam-se apenas na obscuridade e, portanto, “não podem ser identificados no mundo”.
E não é que ela despreze inteiramente a compaixão, pois sabe que em tempos sombrios tal sentimento pode tornar suportáveis, como ela diz, o insulto e a injúria, ou, como digo, a perseguição e o exílio. Mas em termos estritamente políticos, esse sentimento ou aquilo que ela também chama a humanidade dos insultados e injuriados, “é absolutamente irrelevante”. E não consegue substituir a vitalidade da ação política, que é uma forma de sempre estar no mundo, de interferir no mundo.
Tenho convicção, afirma Emiliano José, de que Waldir Pires, diante da vida, preferiu sempre o caminho da política em seu sentido mais amplo e generoso. E esse sentido é o de estar sempre sintonizado com as aspirações da humanidade em favor da democracia, da liberdade e da igualdade, luta que é constante, e que nunca se fará senão estando no mundo, e não à margem dele.
LEIA NA ÍNTEGRA EM CARTA CAPITAL
Ela faz um paralelo entre o pensamento moderno e o pensamento da antiguidade sobre a compaixão. A antiguidade não tinha pela compaixão o apreço dos modernos. Igualava a compaixão e o medo, e ambos os sentimentos, por serem passivos, impossibilitam a ação. Ela considera que os sentimentos que acompanham a união de iguais, ou de párias, em tempos sombrios, sentimentos próprios de uma abstrata natureza humana, manifestam-se apenas na obscuridade e, portanto, “não podem ser identificados no mundo”.
E não é que ela despreze inteiramente a compaixão, pois sabe que em tempos sombrios tal sentimento pode tornar suportáveis, como ela diz, o insulto e a injúria, ou, como digo, a perseguição e o exílio. Mas em termos estritamente políticos, esse sentimento ou aquilo que ela também chama a humanidade dos insultados e injuriados, “é absolutamente irrelevante”. E não consegue substituir a vitalidade da ação política, que é uma forma de sempre estar no mundo, de interferir no mundo.
Tenho convicção, afirma Emiliano José, de que Waldir Pires, diante da vida, preferiu sempre o caminho da política em seu sentido mais amplo e generoso. E esse sentido é o de estar sempre sintonizado com as aspirações da humanidade em favor da democracia, da liberdade e da igualdade, luta que é constante, e que nunca se fará senão estando no mundo, e não à margem dele.
LEIA NA ÍNTEGRA EM CARTA CAPITAL