10 de dezembro de 2009

 

Na Câmara Federal, Emiliano José (PT-BA) responsabiliza prefeitura de Salvador pelo cerco ao Terreiro do Gantois

O Terreiro do Gantois é um importante patrimônio cultural e religioso da Bahia. Já foi tombado como Patrimônio Histórico e Etnográfico do Brasil, sendo também considerado Área de Proteção Cultural e Paisagística do município de Salvador. É o terreiro da Mãe Menininha do Gantois, celebrada na poesia inesquecível de Vinicius de Morais e cantada pela voz maravilhosa de Maria Betânia. Entretanto, sem fiscalização da prefeitura de Salvador, o Terreiro do Gantois está sob ameaça da especulação imobiliária.

Segundo o deputado Emiliano José (PT-BA), em pronunciamento na Câmara Federal (07.12.09), embora o Iphan e a legislação municipal considerem o entorno do Gantois uma área de proteção rigorosa “o terreiro vem sendo cercado aceleradamente por várias construções ilegais, com gabaritos impróprios para aquela área. Entre elas, bares e botecos que não respeitam os interditos relativos à poluição sonora, por exemplo. A região é uma área densamente ocupada e consolidada com uma clara tendência à verticalização das edificações vizinhas”.

A Sociedade São Jorge do Gantois, Terreiro do Gantois ou Ilê Iyá Omin Axé Iamassê, é uma das grandes casas de candomblé Gêge-Nagô. Nascida da Casa Branca do Engenho Velho de Federação, em Salvador, foi fundada por Maria Júlia da Conceição Nazaré, no século XIX, mais precisamente em 1849. Uma Casa que vem de longe, portanto. Quando ainda vigorava a escravidão. O terreiro está localizado no Alto do Gantois, nº 33, bairro de Federação. Foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), conforme processo 1471-T-OO, e inscrito no Livro do Tombo Histórico sob o número 572 pela sua importância para a cultura nacional.

“Creio que, por tudo isso, seja necessário adotar todas as providências cabíveis no sentido de assegurar a integridade do Gantois. A Prefeitura de Salvador está convidada a adotar essas providências. Está convidada a proteger um santuário do nosso povo. Quero registrar, insistindo, a atitude positiva do Iphan quanto ao problema. Não se pode, não se deve responsabilizar quem construiu as edificações irregulares. Afinal, se o cidadão, se a cidadã, pediu uma autorização para construir e a Prefeitura cede, autoriza, a responsabilidade é da Prefeitura”, disse.

Leia o discurso na íntegra

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