14 de dezembro de 2009
João Falcão, aos 90 anos, resgata memória dos 20 anos de clandestinidade no PCB
João da Costa Falcão, está lançando seu oitavo livro intitulado “Valeu a Pena” nesta próxima quinta-feira, às 17h, no Hotel da Bahia, Campo Grande, Salvador. É um livro de memórias. Resgata sua infância em Feira de Santana e a adolescência em Salvador. Formou-se em Direito e teve uma tumultuada militância em seus 20 anos de clandestinidade no Partido Comunista Brasileiro (PCB).
Passou por prisões e enfrentou o exílio. Foi banqueiro, fundador do Banco Baiano da Produção, empresário do setor imobiliário, deputado federal, jornalista e fundador do Jornal da Bahia, órgão que enfrentou a ditadura militar e o carlismo. Aos 90 anos, seis filhos, 20 netos e nove bisnetos ele pode olhar para trás e escrever “Valeu a Pena – Desafios da minha vida”.
Na abertura do livro, João Falcão cita o poeta português Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”. Ele próprio destaca a causa que abraçou com maior paixão: a 2ª Guerra Mundial e a vitória contra o nazismo. “Nenhuma causa foi maior que essa porque estava em jogo a liberdade dos povos”, disse em entrevista a Nelson Rocha para a Tribuna da Bahia.
Dos seus escritos me lembro bem do “Não deixe essa chama se apagar”, onde ele conta a história do Jornal da Bahia, do qual era diretor e fundador. Também me lembro do “O Partido Comunista que eu conheci - 20 anos de clandestinidade”. É autor de “Giocondo Dias – A vida de um revolucionário”. Mais recentemente, na Academia de Letras da Bahia, fui ao lançamento de seu livro “A História da Revista Seiva”, uma publicação baiana de 1938 que desafiava a censura do Estado Novo de Getúlio Vargas. Foi muita audácia publicar 18 edições. Era a cultura a serviço da União Nacional Antifascista no Brasil.
Não sei precisar todos os livros de João Falcão. Alguns que li me emocionaram. O que mais me toca de perto, entretanto, é “Não deixa essa chama se apagar”, título que era o slogan do Jornal da Bahia sob cerrado cerco da ditadura militar e da ditadura carlista na Bahia. Trata-se de uma das mais dramáticas histórias da imprensa brasileira.
Fundado nos anos 50, o Jornal da Bahia resistiu bravamente. Durante 25 anos João Falcão foi seu diretor. Digo que me toca de perto porque muitos de nós, presos políticos, saímos da cadeia para a redação do Jornal da Bahia. Ali, trabalhei ao lado de jornalistas honrados como Emiliano José, Levi Vasconcelos, Newton Sobral, João Carlos Teixeira Gomes, Edson Barbosa, Marcelo Simões, Gustavo Tapioca, Rafael Pastore e Anísio Félix, que era o presidente do Sindicato dos Jornalistas da Bahia. Mas sabíamos que pela redação haviam passado Zittelman de Oliva, Milton Cayres de Brito, Glauber Rocha, Sebastião Neri, entre outros.
Sei que nos aguardam novas emoções com o livro “Vale a Pena – desafios de minha vida”. Em plena clandestinidade no glorioso PCB, foi segurança do legendário dirigente comunista Luis Carlos Prestes e chofer do líder Carlos Marighella.
Passou por prisões e enfrentou o exílio. Foi banqueiro, fundador do Banco Baiano da Produção, empresário do setor imobiliário, deputado federal, jornalista e fundador do Jornal da Bahia, órgão que enfrentou a ditadura militar e o carlismo. Aos 90 anos, seis filhos, 20 netos e nove bisnetos ele pode olhar para trás e escrever “Valeu a Pena – Desafios da minha vida”.
Na abertura do livro, João Falcão cita o poeta português Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”. Ele próprio destaca a causa que abraçou com maior paixão: a 2ª Guerra Mundial e a vitória contra o nazismo. “Nenhuma causa foi maior que essa porque estava em jogo a liberdade dos povos”, disse em entrevista a Nelson Rocha para a Tribuna da Bahia.
Dos seus escritos me lembro bem do “Não deixe essa chama se apagar”, onde ele conta a história do Jornal da Bahia, do qual era diretor e fundador. Também me lembro do “O Partido Comunista que eu conheci - 20 anos de clandestinidade”. É autor de “Giocondo Dias – A vida de um revolucionário”. Mais recentemente, na Academia de Letras da Bahia, fui ao lançamento de seu livro “A História da Revista Seiva”, uma publicação baiana de 1938 que desafiava a censura do Estado Novo de Getúlio Vargas. Foi muita audácia publicar 18 edições. Era a cultura a serviço da União Nacional Antifascista no Brasil.
Não sei precisar todos os livros de João Falcão. Alguns que li me emocionaram. O que mais me toca de perto, entretanto, é “Não deixa essa chama se apagar”, título que era o slogan do Jornal da Bahia sob cerrado cerco da ditadura militar e da ditadura carlista na Bahia. Trata-se de uma das mais dramáticas histórias da imprensa brasileira.
Fundado nos anos 50, o Jornal da Bahia resistiu bravamente. Durante 25 anos João Falcão foi seu diretor. Digo que me toca de perto porque muitos de nós, presos políticos, saímos da cadeia para a redação do Jornal da Bahia. Ali, trabalhei ao lado de jornalistas honrados como Emiliano José, Levi Vasconcelos, Newton Sobral, João Carlos Teixeira Gomes, Edson Barbosa, Marcelo Simões, Gustavo Tapioca, Rafael Pastore e Anísio Félix, que era o presidente do Sindicato dos Jornalistas da Bahia. Mas sabíamos que pela redação haviam passado Zittelman de Oliva, Milton Cayres de Brito, Glauber Rocha, Sebastião Neri, entre outros.
Sei que nos aguardam novas emoções com o livro “Vale a Pena – desafios de minha vida”. Em plena clandestinidade no glorioso PCB, foi segurança do legendário dirigente comunista Luis Carlos Prestes e chofer do líder Carlos Marighella.