11 de dezembro de 2009

 

Da prisão na PF, o preso ouvia o burburinho da Festa da Conceição

Oito de dezembro de 1970. Da janela da Polícia Federal, pertinho do Mercado Modelo, Emiliano sentia o cheiro de mar e ouvia o burburinho da Festa da Conceição da Praia. Em artigo exclusivo para o site Bahia Notícias, de Samuel Celestino, ele se lembra. Era um dia de sol. Estava sem camisa. O escrivão o interrogava e reclamava de seu cheiro. É que no Quartel do Barbalho os presos políticos não tomavam banho. As necessidades fisiológicas eram feitas numa lata de querosene de 20 litros. Emiliano se lembra depois de 39 anos. Estava até mais aliviado. Depois de dias de tortura, a prisão estava sendo legalizada. Nos muros da cidade apareceram pichações: “Liberdade para Emiliano”. Depois dos depoimentos, o camburão. Pelas frestas, viu os pés da multidão. Ele sabia que um dia veria o fim da ditadura. E viu.

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