5 de novembro de 2009
Marighella continua a incomodar o sistema
Foi decepcionante a cobertura da mídia às homenagens prestadas ao líder comunista assassinado, Carlos Marighella. Apesar das presenças do governador da Bahia Jaques Wagner, do ministro Paulo Vanucchi, titular da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, do Secretário da Justiça e Direitos Humanos da Bahia, Nelson Pelegrino, do ex-ministro Waldir Pires e de muitos deputados federais, estaduais e vereadores, a imprensa, com exceção do jornal A Tarde, cobriu muito mal o evento.
Deu a impressão que não havia interesse em fazer render essa história. O próprio Diário Oficial registrou num pé de página uma materinha bem envergonhada: “Memória - Carlos Marighella recebe homenagens”. E ponto final. A Tribuna da Bahia registrou o evento num só parágrafo, no alto da página, quase que como uma nota de coluna social. O Correio da Bahia simplesmente ignorou o fato. A Tarde publicou uma grande foto, mas, o texto deu a impressão de ter sido cortado. Como não citar as presenças do secretário Nelson Pelegrino e do deputado federal Emiliano José (PT-BA) que representou a família Marighella?
COMO A IMPRENSA NÃO QUIS
COBRIR, LÁ VAI A MATÉRIA:
Emiliano representa família de Marighella em homenagem ao ex-líder comunista
O deputado federal Emiliano José (PT-BA) representou a família de Carlos Marighella durante cerimônia pelos 40 anos da morte do ex-militante político, realizada pelos governos Federal e Estadual. O evento aconteceu ontem (4), às 18h, na Biblioteca Central dos Barris. Entre os presentes estavam o governador Jaques Wagner, o Secretário Especial dos Diretos Humanos da Presidência da República, Paulo Vannuchi, o ex-governador Waldir Pires, Nelson Pelegrino, Secretário da Justiça e Direitos Humanos da Bahia, muitos secretários do Governo do Estado, amigos e admiradores de Marighella e o neto do homenageado, Pedro Marighela.
A família de Marighella está em São Paulo para outras homenagens ao ex-militante.
Emiliano salientou que é muito gratificante o fato de ter participado desta luta, de ter escrito sobre Marighella e de representar a família dele no evento. “Marighella tinha alma de artista, lutador, homem do povo. Poeta de uma inteligência rara.
Extremamente corajoso. É difícil tentar expressar o que foi esse extraordinário homem que a ditadura tratou com extrema violência. Ele foi um revolucionário baiano. Tem que ser lembrado como um herói do povo brasileiro”.
O deputado destacou que conseguiu, dia 3, fazer um discurso no Grande Expediente da Câmara dos Deputados só para homenagear Marighella. “De um lado, celebramos em nome de um herói do povo brasileiro e, do outro, nos lembramos da ditadura com repúdio e tristeza. Lembro que em 1969, em São Paulo, me deparei com uma manchete mais ou menos assim: ‘terrorista morto’. Foi uma tristeza profunda. Marighella morreu ali e nasceu um herói”.
Emiliano recordou que Marighella foi um deputado federal extraordinário, e que depois teve que seguir como clandestino. “Mais tarde veio o Golpe de 64. Ele foi perseguido e tomou um tiro encostado no coração. Saiu da prisão e prometeu nunca mais ser preso ou torturado. Mudou de posição e passou a ter uma visão baseada na cubana. Podemos não concordar com algumas posições de Marighella. Mas não podemos discordar que ele foi fundamental na luta contra a ditadura e as desigualdades, a favor da democracia e do socialismo. Isso ninguém pode negar”.
Quanto ao que Marighella acharia dos dias de hoje Emiliano conclui: “Certamente continuaria a lutar. Certamente ficaria alegre em ver Lula presidente do Brasil. Ver o programa de governo do ministro Paulo Vannuchi. Ficaria feliz de na Bahia ter o Governo Wagner. Ditadura nunca mais. Viva Carlos Marighella”.
O governador Jaques Wagner disse que esse momento é para celebrar a luta de Marighella e de todos que lutaram pela democracia, pela liberdade de expressão. “Temos que mostrar para a população que a luta deste baiano e de outros brasileiros valeu a pena. Vamos continuar homenageando pessoas como ele".
O INIMIGO DA DITADURA
Carlos Marighella nasceu em Salvador, em dezembro de 1911, e, aos 18 anos, entrou para as fileiras do Partido Comunista, iniciando uma vida dedicada à causa dos trabalhadores e do socialismo. Foi preso pela primeira vez em 1932, por fazer críticas ao interventor do governo federal na Bahia, Juracy Magalhães.
Em 1936, no combate à ditadura de Vargas, foi novamente preso. Anistiado em abril de 1945, participou do processo de redemocratização do país e da reorganização do Partido Comunista na legalidade. Eleito deputado federal constituinte pela Bahia, Marighella teve seu mandato cassado no governo Dutra, levando-o novamente à clandestinidade em 1948, condição em que permaneceria até ser morto, por policiais, em 04 de novembro de 1969.
Deu a impressão que não havia interesse em fazer render essa história. O próprio Diário Oficial registrou num pé de página uma materinha bem envergonhada: “Memória - Carlos Marighella recebe homenagens”. E ponto final. A Tribuna da Bahia registrou o evento num só parágrafo, no alto da página, quase que como uma nota de coluna social. O Correio da Bahia simplesmente ignorou o fato. A Tarde publicou uma grande foto, mas, o texto deu a impressão de ter sido cortado. Como não citar as presenças do secretário Nelson Pelegrino e do deputado federal Emiliano José (PT-BA) que representou a família Marighella?
COMO A IMPRENSA NÃO QUIS
COBRIR, LÁ VAI A MATÉRIA:
Emiliano representa família de Marighella em homenagem ao ex-líder comunista
O deputado federal Emiliano José (PT-BA) representou a família de Carlos Marighella durante cerimônia pelos 40 anos da morte do ex-militante político, realizada pelos governos Federal e Estadual. O evento aconteceu ontem (4), às 18h, na Biblioteca Central dos Barris. Entre os presentes estavam o governador Jaques Wagner, o Secretário Especial dos Diretos Humanos da Presidência da República, Paulo Vannuchi, o ex-governador Waldir Pires, Nelson Pelegrino, Secretário da Justiça e Direitos Humanos da Bahia, muitos secretários do Governo do Estado, amigos e admiradores de Marighella e o neto do homenageado, Pedro Marighela.
A família de Marighella está em São Paulo para outras homenagens ao ex-militante.
Emiliano salientou que é muito gratificante o fato de ter participado desta luta, de ter escrito sobre Marighella e de representar a família dele no evento. “Marighella tinha alma de artista, lutador, homem do povo. Poeta de uma inteligência rara.
Extremamente corajoso. É difícil tentar expressar o que foi esse extraordinário homem que a ditadura tratou com extrema violência. Ele foi um revolucionário baiano. Tem que ser lembrado como um herói do povo brasileiro”.
O deputado destacou que conseguiu, dia 3, fazer um discurso no Grande Expediente da Câmara dos Deputados só para homenagear Marighella. “De um lado, celebramos em nome de um herói do povo brasileiro e, do outro, nos lembramos da ditadura com repúdio e tristeza. Lembro que em 1969, em São Paulo, me deparei com uma manchete mais ou menos assim: ‘terrorista morto’. Foi uma tristeza profunda. Marighella morreu ali e nasceu um herói”.
Emiliano recordou que Marighella foi um deputado federal extraordinário, e que depois teve que seguir como clandestino. “Mais tarde veio o Golpe de 64. Ele foi perseguido e tomou um tiro encostado no coração. Saiu da prisão e prometeu nunca mais ser preso ou torturado. Mudou de posição e passou a ter uma visão baseada na cubana. Podemos não concordar com algumas posições de Marighella. Mas não podemos discordar que ele foi fundamental na luta contra a ditadura e as desigualdades, a favor da democracia e do socialismo. Isso ninguém pode negar”.
Quanto ao que Marighella acharia dos dias de hoje Emiliano conclui: “Certamente continuaria a lutar. Certamente ficaria alegre em ver Lula presidente do Brasil. Ver o programa de governo do ministro Paulo Vannuchi. Ficaria feliz de na Bahia ter o Governo Wagner. Ditadura nunca mais. Viva Carlos Marighella”.
O governador Jaques Wagner disse que esse momento é para celebrar a luta de Marighella e de todos que lutaram pela democracia, pela liberdade de expressão. “Temos que mostrar para a população que a luta deste baiano e de outros brasileiros valeu a pena. Vamos continuar homenageando pessoas como ele".
O INIMIGO DA DITADURA
Carlos Marighella nasceu em Salvador, em dezembro de 1911, e, aos 18 anos, entrou para as fileiras do Partido Comunista, iniciando uma vida dedicada à causa dos trabalhadores e do socialismo. Foi preso pela primeira vez em 1932, por fazer críticas ao interventor do governo federal na Bahia, Juracy Magalhães.
Em 1936, no combate à ditadura de Vargas, foi novamente preso. Anistiado em abril de 1945, participou do processo de redemocratização do país e da reorganização do Partido Comunista na legalidade. Eleito deputado federal constituinte pela Bahia, Marighella teve seu mandato cassado no governo Dutra, levando-o novamente à clandestinidade em 1948, condição em que permaneceria até ser morto, por policiais, em 04 de novembro de 1969.