25 de novembro de 2009

 

Geddel, do PMDB, indicou acusado de receber propina na Agerba

O Correio da Bahia, órgão de imprensa da famiglia ACM, não perdoou Geddel Vieira Lima, o dono do PMDB da Bahia. A manchete do jornal hoje (25.11) foi “Expresso da propina” com uma enorme ilustração de um ônibus dirigido pelo ex-diretor da Agerba, Antônio Lomanto Netto (PMDB), e todos os demais diretores presos por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Eles receberam R$ 400 mil de propina.

Na página interna, o jornal Correio da Bahia dá a manchete: “Operação prende 7 pessoas por corrupção na Agerba”. Concessão de linhas intermediárias, reajuste de tarifas e até liberação de veículos irregulares eram feitos mediante pagamento de propinas aos diretores da Agência de Regulação de Serviços Públicos de Energia – Agerba, segundo investigações da Polícia Civil da Bahia e Ministério Público Estadual.

A segunda matéria do jornal Correio da Bahia envenena o noticiário, mas é verdadeira. A manchete é “Indicação de Geddel levou Lomanto ao cargo”. E ainda a frase de apoio: “Acusado é tido como um dos articuladores políticos do PMDB”. O jornal informa que Antônio Lomanto Netto é filho do ex-governador e ex-senador Lomanto Júnior, e é irmão do ex-deputado federal Leur Lomanto. Logo, é tio do deputado estadual Leur Lomanto Júnior, todos com base política em Jequié, Sudoeste da Bahia.

Ele (Antônio Lomanto Netto) ascendeu ao cargo (na Agerba) através da aliança com o atual ministro Geddel Vieira Lima, do PMDB, e também DO PREFEITO DE SALVADOR, João Henrique Carneiro, que era do PMDB e passou para o PDT.

Ou seja, Antônio Lomanto Netto (PMDB) foi indicado para o cargo de diretor da Agerba pelo ministro Geddel Vieira Lima, PMDB. Ele era apontado como um dos principais articuladores políticos do partido. Ele permaneceu no cargo até agosto deste ano, quando Geddel rompeu com o governador Wagner.

Nos bastidores políticos...bem, não vou reproduzir bastidores políticos recolhidos pelo jornal Correio da Bahia porque não tem uma história de jornalismo idôneo, como todos sabemos.

O fato é que interceptações telefônicas legais, com ordem judicial, feitas pelo Centro de Operações Especiais (COE) da Polícia Civil, indicam que o ex-diretor geral da Agerba se comprometia com empresários para fornecer concessões de linhas de transporte intermunicipais sem observar as normas legais. Ele é acusado de corrupção passiva, tráfico de influência e fraudes em licitação pública.

GEDDEL NÃO SABIA DE NADA?

Comments:
Na administração pública, vários são os canais por onde escoam o dinheiro público, impulsionado por mecanismos bem elaborados de corrupção. Os dutos que abastecem as contas bancárias de empresários mal intencionados e das conhecidas “Caixas dois” das campanhas eleitorais, proliferam por toda e qualquer área de atuação em que o Estado se faça presente. Construção de obras, terceirização de mão de obra, concessão de serviços públicos e fornecimento de materiais diversos, talvez sejam as partes mais visíveis, não as únicas, de um esquema que movimenta bilhões de reais anualmente, num País em que a infra-estrutura rodoviária, ferroviária e portuária – para ficar apenas em alguns casos – prima pela precariedade, pela ineficiência e pela incapacidade de atender às demandas, cada vez mais urgentes, de uma economia que cresce em ritmo acelerado. Combater essa prática que transfere ilegalmente recursos que deveriam ser aplicados em ações de interesses coletivos para os cofres de empresários inescrupulosos e agentes públicos desonestos, não é uma tarefa fácil.
O lado bom de tudo isso é perceber que, depois de longo tempo de absoluta impunidade, esses empresários e agentes públicos começam a sentir na pele os efeitos de uma mudança radical no enfrentamento desse problema. No âmbito Federal, conta-se em centenas as ações policiais destinadas a desbaratar quadrilhas especializadas no desvio de recursos públicos. Muitos foram presos e respondem, na forma da lei, a processos criminais.
Na Bahia, o Judiciário e os órgãos de segurança publica que durante longos e tenebrosos anos estiveram vergonhosamente a serviço do Capo da famiglia Magalhães, experimentam novos tempos de liberdade e independência nas suas ações, graças à coragem e determinação do Governador Jaques Wagner em promover um processo de desmonte das estruturas criminosas, remanescentes de uma época em que a maior economia do Nordeste – sexta do Pais – andava mergulhada nas trevas da corrupção e do autoritarismo.
Segundo as palavras do Governador Jaques Wagner, “aqueles que tiverem conta a acertar com a justiça, deverão procurar seus advogados, nunca a governadoria”.
Novos tempos, esses.
Washington Pereira
www.blogaodopereira.blogspot.com
 
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