10 de setembro de 2009
Paulo Betti conta como foi a emoção de interpretar Lamarca no cinema
O ator Paulo Betti foi entrevistado por integrantes do Movimento Humanos Direitos (MHuD) para a edição número 2 da revista Direitos Humanos, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República. É uma bela entrevista. Paulo Betti é ator e diretor, formado na Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (USP).
Entre uma infinidade de trabalhos marcantes sempre é citada a peça “Cerimônia para um Negro Assassinado”, de Fernando Arrabal. A partir de 1990 se dedicou à televisão. No cinema, se destacou em “Jogo Duro” de Ugo Giorgetti; Ed Mort, de Alain Fresnot, “Doida Demais”, “Guerra de Canudos” e “Lamarca”, de Sérgio Rezende.
Como setembro de 2009 está sendo marcado por homenagens ao ex-capitão Carlos Lamarca, destaquei a fala de Paulo Betti sobre o personagem. O filme Lamarca teve seu roteiro baseado no livro de reportagem “Lamarca, o capitão da Guerrilha” da autoria de Emiliano José e Oldack Miranda, que cederam os direitos autorais.
Pergunta do MHuD – Você fez parte de grupo político?
Paulo Betti – Nunca fiz parte, nenhuma militância. Porque nunca ninguém chegou e me convidou. Lembro que a primeira vez que participei de uma passeata foi em 1974, quando houve a Revolução dos Cravos em Portugal (...) também me lembro de uma coisa que me marcou muito, que foi Heleny Guariba, diretora de teatro, desaparecida política (...).
MHuD – Você acaba de fazer referência a Heleny Telles Guariba, morta sob tortura. Como foi interpretar Carlos Lamarca no cinema?
Paulo Betti – Eu sabia quem tinha sido Carlos Lamarca, mas não sabia da dimensão do que ele havia feito, do seu gesto, da sua liderança. Só fui entender quando fiz o filme e estudei, incorporei o personagem. Fui tomado por ele, por sua memória. Emagreci 15 quilos em dois meses. O filme foi feito com pouco dinheiro, não dava para esperar o ator engordar e emagrecer. Era o único filme sendo rodado naquele momento (1993). O cinema havia sofrido um atentado violento do governo Collor, que queria acabar com o cinema brasileiro! Imagine que esse cara voltou e está no Senado! Mas, voltando, vivi o Lamarca intensamente e fiquei impregnado pelo personagem durante muito tempo.
MNuD – E seu personagem Lamarca voltou no filme Zuzu Angel. Heleny e Zuzu foram mortas pela repressão política do regime militar. Qual sua opinião sobre o debate atual em 2009, sobre as torturas, arquivos, punição, anistia?
Paulo Betti – Acho muito importante punir os responsáveis pela tortura, pela repressão. Uma coisa que não pode ser esquecida. Às vezes percebo tentativas de minimizar a ditadura e isso me deixa revoltado. Dizer que a nossa foi branda é de uma cara de pau que não tem tamanho. Quem viu o documentário Cidadão Boilensen tem uma dimensão da crueldade que foi a ditadura no Brasil.
Entre uma infinidade de trabalhos marcantes sempre é citada a peça “Cerimônia para um Negro Assassinado”, de Fernando Arrabal. A partir de 1990 se dedicou à televisão. No cinema, se destacou em “Jogo Duro” de Ugo Giorgetti; Ed Mort, de Alain Fresnot, “Doida Demais”, “Guerra de Canudos” e “Lamarca”, de Sérgio Rezende.
Como setembro de 2009 está sendo marcado por homenagens ao ex-capitão Carlos Lamarca, destaquei a fala de Paulo Betti sobre o personagem. O filme Lamarca teve seu roteiro baseado no livro de reportagem “Lamarca, o capitão da Guerrilha” da autoria de Emiliano José e Oldack Miranda, que cederam os direitos autorais.
Pergunta do MHuD – Você fez parte de grupo político?
Paulo Betti – Nunca fiz parte, nenhuma militância. Porque nunca ninguém chegou e me convidou. Lembro que a primeira vez que participei de uma passeata foi em 1974, quando houve a Revolução dos Cravos em Portugal (...) também me lembro de uma coisa que me marcou muito, que foi Heleny Guariba, diretora de teatro, desaparecida política (...).
MHuD – Você acaba de fazer referência a Heleny Telles Guariba, morta sob tortura. Como foi interpretar Carlos Lamarca no cinema?
Paulo Betti – Eu sabia quem tinha sido Carlos Lamarca, mas não sabia da dimensão do que ele havia feito, do seu gesto, da sua liderança. Só fui entender quando fiz o filme e estudei, incorporei o personagem. Fui tomado por ele, por sua memória. Emagreci 15 quilos em dois meses. O filme foi feito com pouco dinheiro, não dava para esperar o ator engordar e emagrecer. Era o único filme sendo rodado naquele momento (1993). O cinema havia sofrido um atentado violento do governo Collor, que queria acabar com o cinema brasileiro! Imagine que esse cara voltou e está no Senado! Mas, voltando, vivi o Lamarca intensamente e fiquei impregnado pelo personagem durante muito tempo.
MNuD – E seu personagem Lamarca voltou no filme Zuzu Angel. Heleny e Zuzu foram mortas pela repressão política do regime militar. Qual sua opinião sobre o debate atual em 2009, sobre as torturas, arquivos, punição, anistia?
Paulo Betti – Acho muito importante punir os responsáveis pela tortura, pela repressão. Uma coisa que não pode ser esquecida. Às vezes percebo tentativas de minimizar a ditadura e isso me deixa revoltado. Dizer que a nossa foi branda é de uma cara de pau que não tem tamanho. Quem viu o documentário Cidadão Boilensen tem uma dimensão da crueldade que foi a ditadura no Brasil.
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Palavra de José Dirceu: Um blog de esquerda, declaradamente petista, em prol da continuidade do governo Lula e voltado à pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, está em primeiríssimo lugar no Concurso Prêmio BlogBooks da Bienal do Livro 2009. Trata-se do Blog da Dilma, um dos maiores portais, hoje, sobre a ministra-chefe da Casa Civil, editado por Jussara Seixas e Daniel Pearl.
Acesse e vote: http://www.blogbooks.com.br/categorias/politica/
Ultrapassando, na votação popular do concurso, blogs como os de Luis Nassif, Luiz Carlos Azenha e o site Acertos de Contas, o Blog da Dilma tem tudo para ganhar a premiação e avançar ainda mais em seu projeto: a eleição da pré-candidata petista à presidência da República em 2010. O objetivo da Bienal é coroar o esforço dos que se destacaram na blogosfera brasileira em 12 categorias principais entre 2008 a 2009. Ao todo concorrem 120 blogs. A todos os leitores, recomendo que acessem o Blog da Dilma e votem no portal Prêmio BlogBooks da Bienal. Se ganhar - e torço por isso - o Blog da Dilma será publicado em livro e mais, terá divulgação na imprensa. A votação vai até o próximo 17 de setembro. Portanto, mãos à obra!.
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Ultrapassando, na votação popular do concurso, blogs como os de Luis Nassif, Luiz Carlos Azenha e o site Acertos de Contas, o Blog da Dilma tem tudo para ganhar a premiação e avançar ainda mais em seu projeto: a eleição da pré-candidata petista à presidência da República em 2010. O objetivo da Bienal é coroar o esforço dos que se destacaram na blogosfera brasileira em 12 categorias principais entre 2008 a 2009. Ao todo concorrem 120 blogs. A todos os leitores, recomendo que acessem o Blog da Dilma e votem no portal Prêmio BlogBooks da Bienal. Se ganhar - e torço por isso - o Blog da Dilma será publicado em livro e mais, terá divulgação na imprensa. A votação vai até o próximo 17 de setembro. Portanto, mãos à obra!.
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