1 de julho de 2009
Deputado lembra fertilidade literária da centenária Santa Maria da Vitória
O deputado Emiliano José (PT-BA) fez discurso na Câmara Federal (dia 30/6) em homenagem a Santa Maria da Vitória, cidade situada no Vale do Rio Corrente, Oeste da Bahia, que completou 100 anos no dia 26 de junho de 2009. A comemoração do centenário contou com a presença do governador da Bahia, Jaques Wagner, de Emiliano José e outros deputados federais, estaduais e secretários. O governador inaugurou delegacia regional, posto do Programa de Microcrédito (Credibahia), autorizou a recuperação da BA- 172, entregou 166 títulos de terra a pequenos Agricultores e equipamentos para a biblioteca municipal.
Emiliano José conhece a história de Santa Maria da Vitória. Como jornalista, nos anos 70, acompanhou de perto as lutas passadas dos posseiros, a resistência, os assassinatos. Ele ressaltou a fertilidade literária de Santa Maria da Vitória, sede da maior biblioteca pública não-estatal do estado, e berço de bons escritores, como o romancista Osório Alves de Castro e o contista Clodomir Morais, um dos fundadores das Ligas Camponesas. Também lembrou o jornalista Jheová de Carvalho, filho da terra, que militou durante décadas no jornal A Tarde.
LEIA NA ÍNTEGRA:
“Devo dizer de meu amor pela cidade. Eu dizia que Santa Maria era difícil de chegar pela deficiência das estradas e muito difícil de sair pelo encantamento de que éramos tomados ao nos relacionar com o seu povo. Lembro-me, no final da década de 70, tomado de susto pelo assassinato de Eugênio Lyra, advogado, defensor dos posseiros da região. Foi morto à luz do dia por pistoleiros, a mando dos grileiros. Lembro também do meu principal interlocutor, Kinkas Lisboa Neto, doublê de militante político e agitador cultural que conseguiu ser o artífice da maior biblioteca pública não-estatal de todo o Oeste da Bahia”.
“Santa Maria é de impressionante vitalidade cultural. É berço de Osório Alves de Castro, extraordinário romancista. Seus romances, pela ousadia e brilho criativo, de alguma forma antecipam Guimarães Rosa que, aliás, o elogiou abertamente logo que tomou conhecimento dos seus primeiros passos. ‘Porto Calendário’, ‘Maria Fecha a Porta pro Boi não te Pegar’ e ‘Baiano Tietê’ são seus três romances, ambientados principalmente no Vale do Rio Corrente, nas barrancas do São Francisco. Eu tenho trabalhado para a reedição deles”.
“Mas a cidade não pára aí. Nem vou poder listar todos os talentos que produziu. Posso recordar, porque da minha profissão, Jheova de Carvalho, jornalista, escritor, boêmio, que honrou Santa Maria nas páginas de A Tarde. Não bastasse a cultura, caberia lembrar a presença fortemente política de Clodomir Morais, natural de Santa Maria, um dos fundadores das Ligas Camponesas, até hoje, com mais de 80 anos, um ativo militante da reforma agrária. Ele também é contista e romancista”.
Para Emiliano, o povo de Santa Maria é devotado de paz e de luta. “Foi com esse espírito que elegeu o padre Amário dos Santos Santana como prefeito. Homem devotado ao cristianismo, tem se dedicado para melhorar as condições de vida do povo. Sábio, o povo escolheu ter como prefeito um missionário da paz, energia, capacidade de trabalho, disposto a construir uma cidade de irmãos, que possa fruir da extraordinária criação cultural de tantos de seus cidadãos e cidadãs”.
Emiliano José conhece a história de Santa Maria da Vitória. Como jornalista, nos anos 70, acompanhou de perto as lutas passadas dos posseiros, a resistência, os assassinatos. Ele ressaltou a fertilidade literária de Santa Maria da Vitória, sede da maior biblioteca pública não-estatal do estado, e berço de bons escritores, como o romancista Osório Alves de Castro e o contista Clodomir Morais, um dos fundadores das Ligas Camponesas. Também lembrou o jornalista Jheová de Carvalho, filho da terra, que militou durante décadas no jornal A Tarde.
LEIA NA ÍNTEGRA:
“Devo dizer de meu amor pela cidade. Eu dizia que Santa Maria era difícil de chegar pela deficiência das estradas e muito difícil de sair pelo encantamento de que éramos tomados ao nos relacionar com o seu povo. Lembro-me, no final da década de 70, tomado de susto pelo assassinato de Eugênio Lyra, advogado, defensor dos posseiros da região. Foi morto à luz do dia por pistoleiros, a mando dos grileiros. Lembro também do meu principal interlocutor, Kinkas Lisboa Neto, doublê de militante político e agitador cultural que conseguiu ser o artífice da maior biblioteca pública não-estatal de todo o Oeste da Bahia”.
“Santa Maria é de impressionante vitalidade cultural. É berço de Osório Alves de Castro, extraordinário romancista. Seus romances, pela ousadia e brilho criativo, de alguma forma antecipam Guimarães Rosa que, aliás, o elogiou abertamente logo que tomou conhecimento dos seus primeiros passos. ‘Porto Calendário’, ‘Maria Fecha a Porta pro Boi não te Pegar’ e ‘Baiano Tietê’ são seus três romances, ambientados principalmente no Vale do Rio Corrente, nas barrancas do São Francisco. Eu tenho trabalhado para a reedição deles”.
“Mas a cidade não pára aí. Nem vou poder listar todos os talentos que produziu. Posso recordar, porque da minha profissão, Jheova de Carvalho, jornalista, escritor, boêmio, que honrou Santa Maria nas páginas de A Tarde. Não bastasse a cultura, caberia lembrar a presença fortemente política de Clodomir Morais, natural de Santa Maria, um dos fundadores das Ligas Camponesas, até hoje, com mais de 80 anos, um ativo militante da reforma agrária. Ele também é contista e romancista”.
Para Emiliano, o povo de Santa Maria é devotado de paz e de luta. “Foi com esse espírito que elegeu o padre Amário dos Santos Santana como prefeito. Homem devotado ao cristianismo, tem se dedicado para melhorar as condições de vida do povo. Sábio, o povo escolheu ter como prefeito um missionário da paz, energia, capacidade de trabalho, disposto a construir uma cidade de irmãos, que possa fruir da extraordinária criação cultural de tantos de seus cidadãos e cidadãs”.