5 de outubro de 2008
Na Bahia, eleição municipal marca ocaso da era ACM
Fonte: Folha de S. Paulo/Lula Marques
As eleições de 2008 devem selar o fim da hegemonia baiana do grupo de ACM.
Há dois anos, o grupo do ex-senador Antonio Carlos Magalhães (DEM) controlava perto de 90% dos municípios da Bahia. Deve sair das urnas de 2008 com menos de 20%.
Em 2006, de um total de 417 prefeituras, 370 eram chefiadas por políticos alinhados ao grupo do velho cacique baiano.
Sozinho, o DEM geria cerca de 270 executivos municipais. Outros cem prefeitos, embora filiados a legendas distintas, submetiam-se ao comando do governo do Estado.
Governo submetido à época ao tacão do `demo´ Paulo Souto, um técnico que se fez político sob o guarda-chuva largo do carlismo.
Em 2006, subvertendo as pesquisas que o davam como favorito à reeleição, Paulo Souto perdeu o governo estadual para Jaques Wagner (PT).
Levado à maca, o carlismo vem sendo submetido a uma lipoaspiração política. O processo de perda de gordura acentuou-se depois da morte de ACM, em julho de 2007.
O grupo de ACM definha sob os efeitos do veneno criado pelo próprio ACM. O babalorixá do ex-PFL difundia a tese de que, longe dos cofres do Estado, prefeito não sobrevivia.
Aferrados a esse raciocínio, os prefeitos carlistas trataram de se achegar ao novo dono da chave do cofre do Palácio de Ondina: o petista Jaques Wagner.
Chama-se Geddel Vieira Lima o atalho que a maioria dos ex-carlistas tomou para se manter pendurada às arcas do governo da Bahia, agora geridas por um governo do PT.
Algo como cem prefeitos do grupo de ACM caíram no colo do PMDB de Geddel, um inimigo histórico do carlismo.
Além da aliança política que mantém com Jaques Wagner, Geddel seduziu a prefeitada com um atrativo extra.
Ofereceu pedaços do orçamento do ministério que Lula lhe confiou: a pasta da Integração Nacional.
De resto, esmagando todos os preceitos ideológicos, alguns prefeitos do ex-PFL migraram para legendas como o PT (3 prefeitos) e até o PCdoB (9).
O PSDB beliscou cerca de dez. O PR e o PP arrastaram algo como 15 prefeitos cada um.
Pelas contas da equipe de Jaques Wagner, algo como 350 dos 417 prefeitos eleitos na Bahia em 2008 estarão alinhados com o governo petista.
Número bem próximo das 370 prefeituras controladas pelo carlismo há dois anos. O novo desenho esboçado no quadro da política baiana traz uma outra diferença.
Os prefeitos neo-governistas -ex-carlistas, petistas e agregados-agora não atendem a um comando único, como na era ACM. A fase da hegemonia da mão de ferro solitária acabou.
Pela contabilidade do Palácio de Ondina, a ser conferida depois da abertua das urnas, o PMDB de Geddel deve eleger entre 80 e 90 prefeitos. O PT, algo como 60 a 65.
Juntos, os agregados do neo-governismo baiano -PP, PR, PSB, PCdoB, PTB, etc-elegeriam entre 190 e 200 prefeitos.
O DEM levou às urnas 116 candidatos. O grupo de Jaques Wagner estima que serão eleitos cerca de 60.
O `demo´ mais expressivo é ACM Neto, candidato à prefeitura de Salvador. Freqüenta as pesquisas ora em primeiro ora em segundo lugar. Muito próximo, porém, dos governistas Walter Pinheiro (PT) e João Henrique (PMDB).
Tão próximo que se tornou impossível fazer prognósticos sobre os nomes dos dois candidatos que irão ao segundo turno em Salvador.
O eventual insucesso de ACM Neto tornaria ainda mais eloqüente o ocaso do carlismo na Bahia. Salvador sempre foi o reduto que ACM, o avô, desejou transformar em vitrine de sua musculatura política. (blog Josias de Souza).
As eleições de 2008 devem selar o fim da hegemonia baiana do grupo de ACM.
Há dois anos, o grupo do ex-senador Antonio Carlos Magalhães (DEM) controlava perto de 90% dos municípios da Bahia. Deve sair das urnas de 2008 com menos de 20%.
Em 2006, de um total de 417 prefeituras, 370 eram chefiadas por políticos alinhados ao grupo do velho cacique baiano.
Sozinho, o DEM geria cerca de 270 executivos municipais. Outros cem prefeitos, embora filiados a legendas distintas, submetiam-se ao comando do governo do Estado.
Governo submetido à época ao tacão do `demo´ Paulo Souto, um técnico que se fez político sob o guarda-chuva largo do carlismo.
Em 2006, subvertendo as pesquisas que o davam como favorito à reeleição, Paulo Souto perdeu o governo estadual para Jaques Wagner (PT).
Levado à maca, o carlismo vem sendo submetido a uma lipoaspiração política. O processo de perda de gordura acentuou-se depois da morte de ACM, em julho de 2007.
O grupo de ACM definha sob os efeitos do veneno criado pelo próprio ACM. O babalorixá do ex-PFL difundia a tese de que, longe dos cofres do Estado, prefeito não sobrevivia.
Aferrados a esse raciocínio, os prefeitos carlistas trataram de se achegar ao novo dono da chave do cofre do Palácio de Ondina: o petista Jaques Wagner.
Chama-se Geddel Vieira Lima o atalho que a maioria dos ex-carlistas tomou para se manter pendurada às arcas do governo da Bahia, agora geridas por um governo do PT.
Algo como cem prefeitos do grupo de ACM caíram no colo do PMDB de Geddel, um inimigo histórico do carlismo.
Além da aliança política que mantém com Jaques Wagner, Geddel seduziu a prefeitada com um atrativo extra.
Ofereceu pedaços do orçamento do ministério que Lula lhe confiou: a pasta da Integração Nacional.
De resto, esmagando todos os preceitos ideológicos, alguns prefeitos do ex-PFL migraram para legendas como o PT (3 prefeitos) e até o PCdoB (9).
O PSDB beliscou cerca de dez. O PR e o PP arrastaram algo como 15 prefeitos cada um.
Pelas contas da equipe de Jaques Wagner, algo como 350 dos 417 prefeitos eleitos na Bahia em 2008 estarão alinhados com o governo petista.
Número bem próximo das 370 prefeituras controladas pelo carlismo há dois anos. O novo desenho esboçado no quadro da política baiana traz uma outra diferença.
Os prefeitos neo-governistas -ex-carlistas, petistas e agregados-agora não atendem a um comando único, como na era ACM. A fase da hegemonia da mão de ferro solitária acabou.
Pela contabilidade do Palácio de Ondina, a ser conferida depois da abertua das urnas, o PMDB de Geddel deve eleger entre 80 e 90 prefeitos. O PT, algo como 60 a 65.
Juntos, os agregados do neo-governismo baiano -PP, PR, PSB, PCdoB, PTB, etc-elegeriam entre 190 e 200 prefeitos.
O DEM levou às urnas 116 candidatos. O grupo de Jaques Wagner estima que serão eleitos cerca de 60.
O `demo´ mais expressivo é ACM Neto, candidato à prefeitura de Salvador. Freqüenta as pesquisas ora em primeiro ora em segundo lugar. Muito próximo, porém, dos governistas Walter Pinheiro (PT) e João Henrique (PMDB).
Tão próximo que se tornou impossível fazer prognósticos sobre os nomes dos dois candidatos que irão ao segundo turno em Salvador.
O eventual insucesso de ACM Neto tornaria ainda mais eloqüente o ocaso do carlismo na Bahia. Salvador sempre foi o reduto que ACM, o avô, desejou transformar em vitrine de sua musculatura política. (blog Josias de Souza).